Uma carta para a Rua Ivaí.
Segunda-feira...
Acabo de ler o livro “Meninos de Kichute” do Márcio Américo (presente que ganhei do próprio Márcio Américo e repassado a mim através de Mário Bortolotto).
No livro o autor Márcio Américo te coloca dentro de um envelope e te envia para a Rua Ivaí, uma rua comum dentro das lembranças de infância da maioria de nós Brasileiros.
Com seu Kichute ele chuta sua bunda para um mundo onde o tempo quase não passa, um lugar de experiências de vida e novas descobertas.
Ele faz com que você volte no tempo e te joga numa vizinhança onde frestas de banheiro dão aulas de anatomia, futuros cafetões aliciam meninas para baixarem a calcinha em troca de alguns doces e figurinhas, ele te convida para um clubinho onde a amizade é uma Tubaína gelada em um dia de verão. Onde pequenos rachas de futebol tomam a magnitude digna de um Maracanã e onde as briguinhas são apenas biotônicos Fontoura de amizades. Meninos de Kichute que não tem medo de defender seu território, porém cobrem os pés por medo do além e aprontam milhares até que umas de suas mães o mandem entrar por algum motivo. Mãe é fogo!
No mais, me dêem licença, pois estou indo entrar na comunidade “Eu já li Meninos de Kichute” (orkut), e lembrem-se crianças: “nunca aceitem sorvete de estranhos, pode ter maconha dentro”.
Ass. MaicknucleaR Del Los Santos Angeles.

Link do Márcio Américo:

http://meninosdekichute.zip.net/
E como eu não fiz trocadilhos?
Maick(antavírus)nucleaR diz:
Senhoras e senhores; sejam bem vindos ao núcleo de uma mente depravada.
O núcleo de uma mente que subliminariza sentimentos vesânicos e impuros através de feias palavras bonitas e/ou de baixo calão. Exprimi a putrefação da carne voluptuosa e a leveza de uma invisível alma carente. Uma mutação genética ocasionada por culpa de uma ácida garoa de uma cidade sem lei. Uma epidemia proveniente de ruas cinzas e becos escusos que através de sua própria radiação emana um vírus de textos que invade seus lares doce lares através da internet e penetra lascivamente o núcleo de seus desvacinados cérebros contra o vírus letal maickilisnuclearuns versão 2.4. que é capaz de provocar magnetismo ocular e levar ao vício da leitura marginal, ocasionado assim, a morte.
“24 x 1”
O filho diz:
Leve-me telepáticamente a lugares remotos onde nunca estive e mostre para os meus olhos fotos vivas e verossímeis que ensinam e emocionam, plangênciam ou enojam, provocam riso ou medo!
Vera-efígie da vida ou elucubração de uma mente pervertida mostrada na tela de um quadro de plasma. Pintado por um ébrio roteirista plástico que desenha atores no palco-película de uma vida de fotos mostradas vinte e quatro vezes por segundo.

O pai diz:
- ta certo campeão, me convenceu... amanhã te levo no cinema!
O fundo do fundo poço
A barata diz:
Estenda sua mão para mim e prove que a benevolência não morreu.
Retire me deste fundo de poço escuso e mostre-me o perspícuo dia para que eu possa ver o arrebol da paisagem.
Resgate-me de meus profundos e maus pensamentos.
Leve-me ao topo!
Ponto de venda
O rapaz encostado no poste diz:
Ali vendo meu corpo em pedaços de papel,
Ali beijo o céu sem precisar sair do chão,
Ali te espero, mas você não vem,
Ali corro grande risco,
Ali me sinto em casa,
Ali nem sei quem sou.
Uma Av.Paulista de egos
O catador de papelão diz:
Finanças, luzes, cultura, pessoas, EGOS.
Empresários, motoboys, mendigos peregrinos, seguranças EGOS.
Lindas mulheres Brasileiras, mulheres de bem, vadias interesseiras e prostitutas, EGO.
Bares, lojas, bancos, escritórios, apartamentos, EGO.
Avenida mais importante para os desfilantes EGOS de trenó e gravata.
Livre leve livre
O oxigênio sussurra:
Um pedaço do céu cai sobre mim aliviando o insuportável calor que sentia a pouco,
Sagrado momento em que poucos percebem a grandeza deste acontecimento, pois todos estão boiando em seus inflados egos,
Pessoas como a Cláudia e eu percebemos que somos apenas uma gota no meio de todo este pé d’água,
Todos correm tentando se abrigar enquanto eu ergo as mãos para o céu e sinto o peso das lágrimas de algo superior cair sobre meu corpo que agora se torna leve.zip.net
Última gota
O cara do tempo diz:
Coloque seu vestido mais caro,
Demore horas fazendo escova,
Faça as unhas,
Use seu salto mais sexy!
Hoje à noite vamos comer um hotdog,
Beber vinho em cima do capô do carro olhando para as estrelas,
Jogar pedra em vidros descuidados e assim que a última gota desta chuva cair,
Irei te buscar, pois estou sem guarda-chuvas.
Infinitivo
O astro maior diz:
Arrombarei a porta de seu mundo e invadirei seu universo de um metro e sessenta e sete centímetros.
Insano eu, pegando velocidade no vácuo-rastro de suas pegadas, indo em direção de sua casa, pulando o muro de seu quintal de cometas, pisando em seu jardim de estrelas, me embrenhando em seu varal de galáxias, chutando o focinho de seu cachorro de Andrômeda para longe, atravessando sua janela de nebulosas para cair na sua cama de constelações e penetrar em seu buraco negro!
Sangue azul
O arauto anuncia:
Salvem a Rainha, pois ela está viciada em crack e trocou a coroa de ouro por duas pedras de diamante.
O Rei abusa sexualmente de suas fiéis servas de setenta e um e súditas de quatorze, pondo lhes o cetro real no buraco da hóstia que era comida pelo padre para que os cristãos não soubessem que tal dama já não era mais pura.
A Princesa anda pelas ruas do vilarejo apoiando o corpo em qualquer janela de carroça que lhe ofereça alguns dobrões de ouro e engole qualquer espada de qualquer cavalheiro.
Este nobre sangue azul drogado que escorre por meu pulso após o corte que fiz a mando de uma feiticeira dona da casa de favores. Escorre azul e cristalino como uma cachoeira de mentiras.
O cofre de paixões turquesa
O bandoleiro diz:
Mãos ao alto... É um assalto!
Põem seu coração na sacola... Rápido!
Abre caixa registradora e me dê um anél com meu nome gravado... Anda!
Vai, vai, vai... Abre esse cofre e me passe seus segredos mais íntimos.
Mande sua razão calar a boca e deixe seus sentimentos dizerem apenas o necessário!
Deite no chão e peça para que eu te possua sem dar um pio ou mando o cupido estourar seus miolos...
Abra sua porta dos fundos e deixe-me penetra-la lascivamente...
Escada para o saber
O fugitivo do hospício diz:
Na beira da praia Bradley Nowell me passou uma ponta e disse: “é no rabo da cobra que está o veneno, duuude!”.
No bar requintado de um bairro semi-nobre Billie Holliday me disse: “hey Maick, easy living... tome mais um drink para esquentar a noite e fazer charme para as garotas gatão”.
Fred Durst em seus bons tempos de revolta me disse: “joga gasolina no carro dele, põem fogo e joga ele da serra”.
O velhinho que limpa a biblioteca me disse: “pede para a Ana pegar o Dom Quixote, ela está de saia e sem calcinha e não liga quando tem alguém debaixo da escada vendo suas partes!”.
O motivo de nós existirmos
A lua divaga:
A felicidade é um amontoado de pequenos momentos, coisas simples; olhos que brilham, amores efêmeros, notas musicais, brigas de rua, abraços apertados, banhos de chuva, corridas de táxi, glórias e quedas, amigos e inimigos, mesas de bar, pescaria, fundos de poço, solos de blues, luau na praia, chegar de manhã em casa, sereno da madrugada, a mulher inalcançável, a amante nua, as crianças gritando, sexo no carro, vizinhas fofoqueiras, o carteiro com uma encomenda, o cachorro amigo, o banco do ônibus e qualquer coisa te lembre algum momento em que você se sentiu realmente uma parte integrante do infinito e, só no fim da vida esse amontoado lhe dirá se você foi feliz ou não, pois a felicidade é uma sacola de supermercado com fundo infindável... Nunca somos felizes por completo e quando somos...
Nós nunca sabemos!
Trecho de "O motivo de nós existirmos" de MaicknucleaR retirado do site www.opastrame.falai.net
A força que move o núcleo diz:
Sublimadora
Vibração na atmosfera que desbrava meus poros; toca percussão em meus tímpanos, arpeja os pelos de meu corpo e me leva a um estado de sublime arrepio...
Um estado de êxtase como se fosse o próprio nirvana alcançado, atinjo iluminação (de um grande palco).
A sublimadora cria em mim emoções, lembranças, saudades, momentos...
Acompanha-me do chão do banheiro vomitado, ao altar divino de minha vida.
Sigo trilhando esta sonora vida louca enquanto a sublimadora me persegue nos bancos de trás de carros, nos bares de blues, nos shows de hardcore, nas hip-hop ruas.
A sublimadora que me faz descer e chorar, subir e pular no sofá, dar a mínima ou me importar, amar e odiar...
Hospedeira benção maldita em minha alma...
Sem estilos, sem diferenças ou segregações...
Musica...
Só... Musica...

Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
O criador de ilusões sub-reais diz:
Escrivaninha de edredom
A psico-atividade de uma louca alma que se expressa através de uma bic azul já quase sem tinta.
Caneta que furta as emoções de meu âmago e criptográfa minha vida atrás de subliminares palavras.
O pequeno quarto azul de meu cérebro que transforma copos em universos infindáveis, folhas em sudários semi-sagrados, fotos em sexo, elogio em depressão, moedas em notas musicais... Convertendo assim, o meu real para o seu virtual!


Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
A perceptividade da carne diz:
Luxuriana
Ela cochila tão lindamente...
Quero ir embora, mas não posso!
Pela janela observo aquela panorâmica paisagem de prédios, sacadas, varais e antenas.
Tomo um banho e quando saio ela já está desperta.
Ela diz que me ama...
O celular toca... Era o marido...
Ela desliga, abre a bolsa e diz que me ama.
Ela me beija uma ultima vez, me dá o dinheiro e vou embora sem olhar para trás!

Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
O invasor de corações diz:
Dê abrigo a um pobre homem.
Coloque-me na sua sacola de compras de supermercado e guarde-me em sua prateleira mais alta.
Retire-me do meu quarto de papelão debaixo daquela marquise e leve-me para sua sala de jantar.
Compre minha passagem e envie-me para casa.
Abrigue-me debaixo de seus longos braços.
Acoberte-me com seus infindáveis carinhos.
Esquente-me com o calor da lareira de seu corpo.
Vista-me com seus olhares e sorrisos.
Lave-me com seus demorados e molhados beijos.
Preencha o vazio de minha existência com seu amor e sutileza.
Alimente-me com seu sexo desde que não seja diet.
Retire-me das ruas e leve-me para seu quarto.
Retire minha roupa e espere-me na cama.
Abra suas portas e peça para que eu entre.
Abrigue um pobre homem!

Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
Ascetismo pela janela
O espírito do viajante perdido diz:
Transporte-me para aquela velha vivenda de que sinto tanta ausência, porém não conheço, nunca vi, nunca estive lá...
Sinto falta do ranger de sua porta, a poeira na estante e os tacos soltos do chão que me fazem tropeçar.
Panorâmicas utopicamente minhas, são apenas manchas vistas desta janela que corre contra o tempo nesta volátil maquinária que me leva rumo ao remoto, a antagonia de uma velha vida...
Janela que atavia minhas quiméras, recordam momentos de outrora e criam-me uma nova identidade, um novo eu, mas sendo apenas eu mesmo...
Deixo a verborragia e torno-me sucinto no banco estofado de um velho trem.
Não tenho posses, não tenho o que comer a noite.
Tenho apenas minha vontade de viver, um destino impredestinado e a vontade de vencer.
O mundo agora é meu nesta intrépida jornada.
O incógnito me vêm através de uma janela.
O passado fica atrás desta janela e o futuro nela reside.
Olhos plangentes pesam em sua vermelhidão de saudade e derramam o líquido de um novo futuro...
Minha peregrinação aqui começa... Através deste ascetismo pela janela...
Todo um novo mundo...
Serei Cabral, Colombo...
Serei apenas Maick, o desbravador!

Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
Prazeres infláveis
O açougueiro diz:
De sua fruta ela faz sua labuta.
Uma permuta: "Dê me o dinheiro e você me desfruta".
Consciência sem culpa, mente que não se prescruta,
não precisa ter uma desculpa, agacha e simplesmente chupa!
Dona das madrugadas que pela noite perâmbula,
perigos e insanidades nas esquinas escusas,
desprazeroso atrito em quebradas escuras,
onde a solidão é companheira e a camêra é a lua.
Num frio de rachar lábios ela anda semi-nua,
no carro de algum otário ela empina sua bunda,
arriscasse a ser presa numa "gulosa" em plena rua,
num hotel de terceira ou num motel de quinta ela pode ser sua.
Compre o amor de vento, o prazer de plástico; desfrute da tenra fruta,
permuta é a labuta sem culpa de uma puta que suga e depois se enxuga de volta a rua!

Texto retirado de "Ensejos Nucleares". Copyright © 2005 MaicknucleaR/AltacasA.
O invasor de almas diz: Da terra da garoa e doces ácidos das portas de escolas públicas,
O extremista das palavras,
O fanático da escrita e não das escrituras,
O homem bomba sem a bomba que deflagra textos em meio da multidão,
O rosto na solidão que manda tudo para os ares para que atinjam a iluminação dos postes,
Ogiva para os íntimos, Nuclear para os próximos, Maick para minha mãe...
Terrorista de meus sonhos,
Explosivos de minhas atitudes...
Insano kamikaze turco da latin’américa...
Um perigo para sociedade estúpida,
Uma ameaça para que não querem pensadores,
A maldita ogiva que vai fuder com toda essa porra que vocês chamam de “planeta”.
Eu... Só eu... Não me toque... Estou recheado com volúpia de C4!
Desvia que é radioativo.
O filho diz:
A hipérbole de uma lenda urbana,
Um mito sucinto que se propaga como as noctifloras,
Jardins de asfalto heterodoxo,
Denodo, jubilo, fodas alcoólicas em bares roxos de paredes verdes,
O alvejamento intransigente,
Mote da morte,
Ondas sonoras que se propagam através de antenas descoloradas,
Via-satélite para todo o Brasil,
Hipotético? Não!
Larga tegumentária pela internet,
O cogitabundo em ascetismo.
A energia radioativa que metamorfosifíca o ser.
O som de ouvidos biltres...
Luxuria miríade, taboas que voam pelas calçadas...
O latão de fogo dos mendigos friorentos,
Desvia que essa porra é radioativa!



O pai traduz:
A “exageração” de uma lenda urbana,
Um mito resumido que se propaga como as flores que abres suas pétalas a noite,
Jardins de asfalto sem religião,
Ousadia, alegria, fodas alcoólicas em bares roxos de paredes verdes,
O tiro intolerante,
Tema da morte,
Ondas sonoras que se propagam através de antenas descoloradas,
Via-satélite para todo o Brasil,
Baseado em hipóteses? Não!
Larga roupa pela internet,
O pensador em meditação.
A energia radioativa que transforma o ser.
O som de ouvidos de homens infâmes...
Luxuria em grande quantidade, taboas que voam pelas calçadas...
O latão de fogo dos mendigos friorentos,
Desvia que essa porra é radioativa!
Mais um dia!

Acordo com o zunido da campainha me exacerbando.
Minha cabeça está pesando mais que mil sóis e mais inflada que um balão.
O carteiro com papéis para que eu assinasse e cartas de usura.
Minha vizinha acende a chama da luxúria voluptuosa e lasciva de meu tarado ser enquanto lava a calçada com seu pequeníssimo tapa sexo jeans.
O mercúrio de meu termômetro começou a ir em direção do 40 enquanto eu assinava os papeis.
Eu de samba canção marrom com desenho de garrafinhas felizes e regata!
O carteiro aflito pela cena do coelho saindo da cartola sai célere.
Meu queixo vai ao chão...
Ela apontou para mim... É agora... Agora eu pego ela...
Ela está vindo deliciosamente em minha direção...
Ela encosta-se no portão e me diz:
“Seu menino brincalhão está apontando para mim, abaixa logo ele antes que uma criança veja isso seu tarado, vá tomar um banho frio”.
AQUELE FOI MEU BANHO FRIO!
Márcio Américo desvendou meus "subliminares segredos".
márcio américo disse...
SAUDADE E TERNURA "ESCONDIDOS" EM MEIO A PORRADARIA VERBAL!

Arruda conseguiu (maravilhosamente) me definir em três linhas:
arrudA disse...
Poeta nuclear
da rua pra fora
da alma pra dentro
O filho diz:

Depois do bródio a errupção do arrôto!
Buuuuuurp...
Amigos para siempre
O filho diz:
A tertúlia com exórdio na gênese da adolescência.
Écbases ao extremo na escada da escola.
As longas tardes engendrando conversas enquanto a agulha arranhava discos e mais discos e mais discos...
Todo aquele mundo semi-novo que fazia nossos olhos fulgenciarem enquanto éramos felizes sem saber.
As ficantes efêmeras, o infindável universo musical, os rolês de bicicleta, histórias inolvidáveis, enfim, os bons momentos de amizade.
O filho que meu pai não teve, meu primo de sangue diferente.
Meu eterno amigo as três e quinze da madrugada...


(Foto: esq. MaicknucleaR dir. Deathdesigner "Sérgio vicente)

O pai traduz:
A união de amigos com início na começo da adolescência.
As mudanças repentinas de assunto na escada da escola.
As longas tardes criando conversas enquanto a agulha arranhava discos e mais discos e mais discos...
Todo aquele mundo semi-novo que fazia nossos olhos brilharem enquanto éramos felizes sem saber.
As garotas que se foram, o infinito universo musical, os rolês de bicicleta, histórias inesquecíveis, enfim, os bons momentos de amizade.
O filho que meu pai não teve, meu primo de sangue diferente.
Meu eterno amigo as três e quinze da madrugada...
Spotlight

Os louros da fama,
O rubro da alfombra,
Os holofótes cindindo o céu,
A legião que clama...
Os palcos de madeira,
Os pedestais de ouro maciço,
As overdoses rotineiras,
O espelho do camarim diz pra mim
Que não sou um mito!
Idiossincrasia da janela da frente

Aqui é o início do mundo pra mim!
Esta poluída panorâmica é minha primeira visão do universo.
A partir daqui posso me tornar, posso ser, posso ver, posso viver e aprender.
Deste sobrado mirante, observo quem vai e vem, observo também os que cuidam de minha vida. Vejo ir quem me deixa para sempre e vejo chegar quem invade minha vida.
Esta paisagem nunca me diz quando a noite será boa ou ruim...
Mas quando sou parte dela... Eu sei se foi ou não!
Quarto Azul

Camuflagem de porta,
Esconderijo de meus pensamentos,
Estou arraigado neste quadrado de janela grande!
Este azul de firmamento diúrno que não tem orelhas, mas grandes e atentos olhos..
Olhos que filmaram meus filmes pornos ao-vivo,
Olhos que viram o espírito da criatividade fazendo um download em minha cpu cerebral.
Quadrado visitado, quadrado solitário, quadrado quente e cheio de mosquitos, quadrado frio e com edredom.
Quadrado de meus ódios e meus amores...
Apenas um quarto azul!
Profile

Conhecidos do tempo de escola,
Conhecidos pensam que são amigos,
"Vizinhos só fazem número",
Outros andaram na noite comigo...
Parentes estão por educação,
Outros lá estão por minha boa vontade,
Meus "amigos" eu sei quem são,
Outros apenas invadem minha privacidade...
Amigos que não são amigos e amigos que eu nunca vi,
Amigos que não eram amigos e hoje são meu motivo de existir,
Mulheres que me desprezam, ou que me querem, ou que nunca vi,
Mulheres que eu quero e que não me querem ou que já comi!

Fascínoras ruas escuras...
O filho diz:
Pai, você tem redúvia!
O pai diz:
Por obséquio campeão; passe-me a "Gina"!
"June Moon Diva Absoluta" diz:

Vulvívaga...
O filho diz:
Prescindível
Sobrevivo da virtude teologal dos seres que me abominam,
Estertoro-me no exílio da quina ao fundo da sala de aula,
Perscruto minhas insanas divagaçãos taciturnas em busca de alguma resposta atroz que extermine minha divícia,
Ignoto homem deitado ao léu do céu com fél de aluguél,
contumaz as vezes, porém sempre tentando comprazer,
Frívolo nobre homem deitado,
Frívolo nobre EU,
Extenuado de falsas volupias divinas,
Soletro: M.A.I.C.K e mesmo assim não sei O QUE sou eu,
Humano?
Insurgente?
Hediondo?
Efêmero embuste da vida!
Na verdade sou ingente...
Deletério de mim mesmo,
Deitado na alfombra de concreto,
Fui a criança esquecida nos cantos das festas que se dava bem por sorte,
Merencório, altaneiro e prescindível.


O Pai traduz:
Dispensável
Sobrevivo da caridade de quem me detesta,
Agonizo no esquecimento da quina do fundo da classe,
Indago minhas insanas viagens tristes em busca de alguma resposta desumana que extermine minha riqueza,
Desconhecido homem detado ao léu do céu com bílis de aluguél,
Teimoso as vezes, porém sempre tentando agradar,
Futil nobre homem deitado,
futil nobre EU,
Soletro: M.A.I.C.K e mesmo assim não sei O QUE sou eu,
Humano?
Revoltado?
Depravado?
Passageira mentira da vida!
Na verdade eu sou grandioso...
Destruidor de mim mesmo,
Deitado no tapete de concreto,
Fui a criança esquecida nos cantos das festas que se dava bem por sorte,
Melancólico, elevado (na soberba) e descartável.

opastrame.falai.net
O filho diz:
Onde esta sua probidade filho do opróbrio, quando impavidamente e sem anuência alheia acusa o justo de ínvio, antagônico e indolente?!
Você faz pérfidas asserções. Ofensas onerosas e dúbias!
Conclama especulações prosternando o hirto vesânico!
Envergonhe-se...
Lhe aponto o fura-bolos e digo: tome resispicência...
Não malogre o pardavasco!



O Pai traduz:
Onde está sua honradez filho da desonra, quando destemidamente e sem consentimento alheio acusa o justo de impenetrável, contrário e negligente?!
Você faz falsas acusações. Ofensas vexaminosas e duvidosas!
Grita em tumulto humilhando o imóvel louco!
Envergonhe-se...
Lhe aponto o fura-bolos e digo: tome arrependa-se de seus pecados...
Não inutilize o amulatado!

opastrame
A oblação
O filho diz:
O auto-denominado flagicioso notívago, conspícuo largado "MaicknucleaR" aduz para o plenilúnio preso ao infindável firmamento visível do arrabalde do Pq.Edu-Chaves após uma oblação a beira-rio-de-merda que fica no inóspito leste do bairro. Oblação para desimprecar a balbucia que o mesmo (eu) possui!




O Pai traduz:
O que se diz criminoso noturno, o notável maloqueiro "MaicknucleaR" aponta para a lua cheia presa ao céu sem fim que pode ser visto dos arredores do Pq.Edu-Chaves, após uma oferenda a beira dum corrêgo fedido que fica no inabitado lado direito do bairro. Oferenda para desamaldiçoar sua dificuldade de se exprimir com palavras ditas!