A fumaça embaixo do beiral
Ao som de “Help the poor” (nada mais adequado!) e após ter fumado “Bagana na chuva” de Mário Bortolotto até a ponta, ressurjo das cinzas de meu edredom direto para este simplório blog.
“Bagana na chuva” é um universo onde a vida é regada com intermináveis solos de blues mentais (dignos de um “three o’clock blues), brigas a moda antiga (leais e não “bombadas”), vômitos na roupa, roubos de acepipes em festas comportadas, cemitérios de latas de cerveja, queixos quebrados, boquetes profundos, rabos desejados e/ou penetrados e “Julianas clicherrosas”.
Cardan, o personagem principal, assim como eu, não passa de um taradinho sem aura que apesar de tudo também é avesso a escrotidão de ser inconveniente com as garotas; e assim como eu, odeia os sacadores de violão e suas musiquetas que tentam mostrar um mundo lindo e feliz em ré menor. Adora os loquazes, pois pode fingir prestar atenção e se preocupar em secar uma garrafa de whiskey (e assim como eu, chama Fusca de Fuca). O livro tem uma dinâmica fudida, e já começa com todo mundo extremamente louco dentro de um banheiro dando uma narigada para depois sair e enfrentar um bar com a empáfia de garotas altivas. Me identifiquei com uma parte em especial do livro: “o personagem Cardan, dorme enquanto recebe uma gulosa”, sim, já me ocorreu (até a reação da garota foi igual)! Porém, se vocês quiserem saber qual foi tal reação, por favor, compre e leia sua própria bagana, pois meu béqui eu não divido jamais!

“A noite não perdoa quem não está preparado pra ela”
Cardan (o personagem).

Blog Do Mário Bortolotto
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