Post (blá blá blá) + MEGA TEXTO STYLIEST: Nessas Noites Sem Aurora

Mesmo eu achando essa banda indigna de qualquer resquício de respeito musical, esse som é muito style! Fora que a música tem mesmo essa função, a de tocar quando é necessário que ouçamos. E o mais style é que quando ela tocou ontem, naquela rádio, naquele carro, naquela rua, naquele exato momento da depravada noite paulistana em que eu olhava aquela gostosa desfilando na calçada, eu pensava justamente no amanhã, nas esperanças, decepções, desejos, metas, futuro, passado, pessoas que se foram, pessoas que deixei ou que me deixaram, promessas furadas, projetos despedaçados, coisas que preciso conquistar antes de morrer, enfim: pensando na maldita morte da bezerra. E foi style, pois o som tocou inteiro como se Deus estivesse fazendo a trilha sonora da minha vida naquele momento e eu etendi a letra toda (mesmo pq é boi) e só uns dois sons depois fui sacar que o som é em english. Seja como for, caiu como uma luva e esse clipe é foda justamente por me identificar com ele em vários momentos, principalmente no começo, pois escrevo as músicas no mesmo naipe, toco, paro, escrevo, marco o tempo e boom... O texto abaixo já republiquei umas 300 vezes, mas ele diz muito pra mim, pois é verdadeiro e quando ouvia o som ontem lembrei dele e ele não deixa de ser uma vertente alternativa do que se passa comigo hoje, então segue!

Nessas noites sem aurora (*na íntegra)

(MaicknucleaR)


Introsia
Tão menos dolorosa, suas noites de veludo. Sudário celeste das ninfas Bi, abóbada degenerescente de um sortilégio de absurdos.
Como beijar o céu sem levar pipoco na cara? Como viver se a vida é o próprio trauma?, e esse trauma não passa de uma falsa ideologia alheia. Esse atentado teológico de: “Vá, filosofe, procrie e se mate”. A maratona da vida sobre estes campos minados. Sobre estes Elísios das piores entidades mundanas…
A mágica do velho atroz não morre, por isso estou de volta. Subo ao topo das ruínas carregando meus cânceres. Cânceres amargos que diluo nas gargantas em volta.
Nem tudo está perdido, Jack!. Segure essa misantropia no bolso por mais alguns segundos. Limpe os estilhaços das minas de outrora. Pois nem a morte cala a insolência de seus pensamentos doentios. Seus fios sem pavio que jogam corpos em rios, decapitados, sem o menor arrepio.
Sei que já percebeu a regra do jogo – você e você mais você -… Há quem desacredite dos planos, sim. Há quem suma duvidosa. Mas porque se trancar na baleia, mestre Jonas, se tudo não passa de interatividade noturna?… noturna e fogosa.
O resto é oco, meu caro. E você uma almondega em um rio de merda.

Cafeína Jones
Lá estava eu. Com mais uma folha sulfite na pasta. Adentrando o casarão em reformas na rua coronel Júlio Marcondes Salgado, São Paulo.
Madame Bovary, mais uma vez, rechaçou o link para minha casa, mas, desta vez, minha retaliação será o mais límpido e puro creme do desprezo – aliás, promulgo aqui uma nova lei: “Aos meia boca, o corte” -… Porque se preocupar se todos sabem que os coronéis da arte tem pincel, tintas de qualidade; e nós temos a merda do talento (e o abraço da sarjeta)? Meu caro, se o mundo não percebe que és foda, então o mundo que se foda, right?! – deve ser -.
Mas eu. Eu sou da turma do jogral, my brother Charlie. Não me vêem com bons olhos!. Eu quero mais é fugir do rótulo, meu bem. Já saiba, adiantado, que quem me rotula não manja nada, de porra nenhuma!.
- Você tem o recibinho?
Recibinho é foda. Se fosse eu diria: “Senhor, preciso do recibo”, mas fazer o que? Ele não sabe nada, imagina se vai saber que desde que comecei a escrever tenho esse medo patológico de que minha casa pegue fogo e queime toda a merda que já escrevi. Tudo que criei é meio inútil, pois como diz aquele som “A gente fuma e eles fama” – e pior que isso é mó legal -.
[Oh merdinha de assunto recorrente!!!!]
- Desculpa, achei que estava na pasta. Oh.
Tá vendo?! Eu sei interagir. Eu sou um maldito gentleman. É; mas na escala de maldade nada supera meus lindos pensamentos. Digamos que o que escrevo é uma espécie de “meio-termo narrado-lírico entre fala e pensamento”. E nem assim minha retórica hablada deixa de beirar o péssimo!.
Meu silêncio é um holocausto, acredite nisso – às vezes pode ser amuação -. Mas eu sou um maldito gentleman. Minha criação foi ótima. A diferença é que a geografia me fez nascer no epicentro do fundo da bacia demográfica de um circo romano (com leões de concreto armados e revoltados) pegando fogo, tocado pelos neros da opressão psicológica.

Sobre as luzes borradas
Tudo correu ótimo. Sitcom, tacinha e tiradinhas sarcásticas no time. Inclusive foi a primeira vez na vida que ouvi: “Na minha casa ou na sua”, sem ter sido na Tv.
Não sei que merda eu tenho, mas algo em mim faz as pessoas se confessarem como se eu fosse um maldito padre. Talvez sejam os drinques coloridos. Talvez saibam que em dois minutos eu nem vou mais lembrar da história simplesmente por que percebem que eu não estou nem aí pra relativamente nada. Mas após todo aquele papo de James Bond de calça larga, não havia como esquecer daquela celebre frase (ou o que veio depois dela).
Saca a cena:

[Interior. Noite casa dela. Sala. "Brincadeiras" orais, vez dela].

Confisssões vem à tona.
Eu mereço. Eu mereço…
- Eu mereço…
- Hum?
- Nada, tá muito bom, muito foda, não pára.
Aquela mulher me dava umas mamadas em um ponto onde a sensação é como se estivesse disparando um rojão contra meu próprio rosto, de emoção.
- É aqui que você disse que gosta, né?
- É, hmmmmmmmm, Santa califórnia… – eu mereço!.
Ela parou. Ficou ali com aquela cara de “Sou uma vadia satisfeita, independente e toda essa produção não é insegurança, juro”, batendo uma pra mim e disse:
- Sabe, eu adoro ser submissa!
- E eu tô adorando essa submetida.
- Minha maior vontade é ser escrava…
Um sorriso demoníaco rutilou em meu rosto como um holofote ganha o céu de uma noite nublada.
- Escrava, escrava???
- É! B.D.S.M. mesmo – ela disse com aquele jeito de “Dondoca achando ser inteligente” que acho style, quando elas fazem isso nuas.
- Então você quer ser escrava, é isso?
- Muito!
Ah, meu depravado leitor. Tive de perder a sutileza e forçar meu caralho goela adentro da danada, empurrando a cabeça dela para baixo e segurando impiedosamente, só para denotar, subliminarmente, que a história havia mudado.
- Levanta.
- O quê?
- LEVANTA. – estendi a mão e recebi aquela mãozinha linda e bem cuidada de presente. E, porra, que estouro ela só de calcinha!.
- Onde fica o banheiro?
- Por aqui… – me indicou e foi me seguindo, de mãos dadas, com a cumplicidade que só tem aqueles que vão se foder pelados de madrugada na garagem.
Abri a porta. Puxei-a pela mão indicando que entrasse e:
- Ajoelha… escrava.
Ela arregalou os aqueles olhões dignos da minha mais tenra porra matinal e disse:
- Sim, meu senhor – e minha cadelinha ajoelhou bonitinho (né, cadelinha?).
No campo de visão só havia uma toalha, mas não era o que queria. Abri o gabinete da pia e achei um secador de cabelo.
- Perfecto!… Minha cadela, escrava, coloque as mão para trás e segure os tornozelos – amarrei pés e mãos – O plano é o seguinte escrava. Eu vou até a sala relaxar, aquecer o cerebelo e já volto pra abusar de você. Qualquer eventualidade você grita “joga a chave”, pois se gritar socorro, com essa cara que eu tenho, eu tô fudido.
- Sim, meu senhor.
Apaguei a luz. Fechei a porta. E abri a porta.
- Tem algum álcool bebível nessa casa?
- Na geladeira, na parte do freezer, meu senhor.
- Valeu – tranquei.
É style ser chamado de senhor por uma dessas madames donas de franchise que são chamadas de senhora por seus vassalos mentalmente proletariados.
Rumei à geladeira peguei duas latas com a mão esquerda. Voltei à sala. coloquei as brejas sobre a mesinha de centro e me acomodei. Abri uma das latas e deixei lá em cima. Peguei a paranga no bolso da camisa (tirei um belo camarão) e joguei em cima da mesinha. Dei uma golada na breja e a devolvi à mesa. Peguei o controle, liguei a Tv.
-Legal: natgeo.
“…na terceira cerveja eu volto”. Sem querer cochilei.

Lords of underground
Da hora! Hoje mandei estampar uma camiseta com a cara do Wando, com uma coroa grafitada na jaca. Ficou stylish.

Esqueletos no oceano
Abissal que só a porra. Aquele ano foi um antro de irrelevância histórica. Um relicário de personagens vazios que atravessaram minha louca vereda. E a única coisa boa (a anja do sul), consegui estragar em dois dias (com outra).
Mais tarde, novamente fui ao fundo. Mas sei lá, o fundo estava sem graça. O fundo já vi, cavei e rolei abaixo de seus sete palmos. Lambi o chão (e dancei valsa nos salões do) inferno e nem sequer fiquei com sede. E tudo na história que me deixaria com um grande asco, tudo que seria como a última instância para se tornar um homem amargo, tudo transmutou. Tudo virou um enorme poster da Karina Bach de quatro com um M tatuado na banda esquerda daquele enorme traseiro e N no outro lado da vil iguaria. Consegui atingir o nirvana, a iluminação e o sublime em uma só tacada neurologica.
Não sei se isso é bem novidade, mas agora vejo todos como animais… Quando começo a reparar com o “ao redor” com os olhos clínicos que trago em um estojinho, fico com a impressão de que nem todos chegaram no Humano. Basta reparar a selvageria que rola nesta selva de concreto. Neste emaranhado urbano de pessoas-capa que buscam um padrão estigmatizado sem caráter, alma ou sequer um pingo de personalidade. Essas cópias das cópias xerocadas de ideologias furadas e estilinho separatista. Pra mim essa corja dos que buscam cada vez mais motivos para segregação é a escória da sociedade brasileira.Mas tudo bem. Não há nada mais contundente que esta folha jogada neste quarto azul nesta merda de cidade dos nomes sem mito, os meritocratas.
E mesmo tendo culhões dourados e pica de ouro, talvez, escrever, não seja a melhor forma de carburar os demônios de outrora. Talvez eu deva largar caneta, microfone e design, pois minha encruzilhada é forte, não preciso fazer meus textos de arma. Talvez eu deva mesmo poupar!…

Outro dub na rádio de rocksteady

(som: As Flores do Mal – Legião Urbana)
POUPAR É O CARALHO!!!… Em nome de minha literatura, em nome da não morte das minhas rimas do cão e prosas da gota serena, e, pelo poder a mim cedido pelo estado paulistano das coisas, preciso sim, quebrar alguns lindos pescocinhos. E é como dizem: “Um homem deve fazer o que precisa ser feito, por piores que sejam as conseqüências”. Então, lá vamos nós. E como dizem os mafiosos dos filmes, B quando estão prestes a levar um sapeco de chumbo: “Você sabe que a partir de sua atitude tudo vai mudar, Poly”.
Tudo começou quando aquela… me confessou, no msn, que era amante de um tiozinho rockeiro que tem duas mulheres e quarenta e sete filhos, um carro para viagens, dois cachorros e uma chinchila. Aliás, tudo começou bem antes. E mais aliás ainda, paralelo a essa história, ocorreram milhares de coisas bem legais, “outros olhos e enredos”, como diz meu livro, mas, meu amigo, se você quer a vida fofinha como na novela das oito, vá ler o blog da Madame Bovary ou de um dos seus amiguinhos de oficina. Pois se veio até aqui atrás de “estilinho literário” ou pra corrigir minha gramática, ao invés de ter a sapiente clarividência de sacar o que quero passar com toda essa merda de conteúdo, então saia daqui antes que eu lhe arrebente a insolência, pois você não é digno de ler nem meu sinal de porcentagem – cansei da meritocracia da artelite desbotada. E agora que tô no “independente”, só a morte ou a debilidade mental me param, muchachos. O resto é nome e se resumem a algumas “Boas sacadas”.
Mas, como eu ia dizendo, tudo que veio na mente após esta “confissão” foi: “Caramba, essa lobista estava em minha cama ontem e eu inventei de ‘respeitar’. QUE BURRO!”. Porra, cara, sem maldade, mas amantes só tem utilidade pra quem come; quem não come fica chorando as pitangas porque inventou de dar uma de rapaz respeitador e não pode derramar seu leita na cara da safada – é, mas todos sabem que eu não passava de um lobo-cafetão em pele de ovelha-vítima (por culpa da porcelana) -. Porra, novamente porra, mas amantes só tem utilidade pra quem come mesmo! quem não come fica chorando porque foi inventar de respeitar (mesmo). Aliás, que merda de respeitar foi essa? Ah, lembrei, foi porque certa vez fui beijá-la a força e a puta ficou puta, disse que odiava ser pega a força. Mas naquela noite que fechava o “melhor dia de sua vida”, senti que deveria ter dado uma forçadinha. Mas sei lá, tem coisas que me deixam puto. E como bom libriano que sou, me dê um tiro na coxa, depois chute minha cara, cague em minha mesinha de centro e mije em minha sopa, mas cuidado com as palavras perto de mim… E na hora em que fui chupar sua buceta, ou ao menos acreditava pia e hipoteticamente que iria, ela disse: “Vai acabar acontecendo o que não era pra acontecer”.
Porra cara, sem chance, nem teve como minha mente não mandar ir se foder. Vou traduzir o que minha mente pensou. Foi algo tipo: “Como assim não é pra acontecer? Você comentou em meu blog, comentou de novo, não satisfeita foi lá novamente, entrou em contato, manteve contato, continuou mantendo contato, trocou mil emails, duas mil idéias, três mil perguntas que odeio responder, agiu como uma vaca em certos momentos deste contato, mas relevei. Fez com que eu deixasse de ir pra rua ver minhas coisas pra ficar tcendo com você. VOCÊ marcou um encontro, disse que ia ter de te aturar a madrugada toda, aturei, e me perdoe se eu não era um tiozão rocknroll que poderia te levar de carro pra ver um show de uma banda feminina em Ubatuba, comer seu cu num motel e te deixar de lado pra ir ver minha família. Após o beijo continuou vindo atrás, teve ataque de ciúmes por culpa de uns scraps de uma mina do meu passado. Continuou mantendo contato, continuou com aquela história de querer me ver. Eu joguei limpo em todo momento, respondi as merdas de suas perguntinhas, marcou outro encontro, ficou de novo e chega na hora, depois de todo aquele cu doce, você diz pra mim que não é pra acontecer? Ora, vai se fuder!!! Tem noção da mobilidade mental que tive que despejar na lata por sua culpa? Sabe o tempo que perdi acreditando em sua infantilidade?”.
Deitei ao lado dela após essa reflexão de uma fração de segundo e fiquei imaginando que diabos eu havia feito para estar vivendo a situação mais ridícula de toda a merda da minha história inútil. No tempo que me fez perder, que desviou meus pensamentos do meu foco, e me fez agir como idiota (pois eu não queria lhe assustar com minhas loucuras ou com o que sou realmente). Pensei na gostosa do Guançã que dispensei de comer, no mesmo dia, porque você ia vim aqui, byiatch. E essa foi retribuição ao “melhor dia da sua vida”, né? “… Mas agora decidi matá-la.
Tudo bem. Fraquejei ao receber mais um convite daquela puta – aliás, mais respeito às putas -. E mais uma vez só gastei meu tempo com sua inutilidade cheia de medos e considerações finanço-fodásticas.
Sei lá, talvez isso seja o prenuncio do final dos tempos, um preságio de mau agouro, ou talvez essa merda seja algum tipo de apocalipse-literatura que irá julgar esses loucos que escrevem.

Até o talo das nuances vitais
Levi virou um mito ao subir nas torres de energia do terminal de cargas após ter levado quatro tiros da polícia. Era o fim do último malaco vivo. Levou mais três e caiu dos oito metros de altura direto no entulho que havia embaixo. Foi algemado e o laudo diz que a causa do “apresuntado” foi “Asfixia por enforcamento”!.
O Pirata, lá do Brás foi o décimo sétimo a penetrar aquela ninfa novinha e ainda teve coragem de perguntar pra mina: “Por que você faz isso?”.
Seu funério comeu a mulher do pedreiro da rua oito e apanhou da mulher, na rua, em horário nobre.
Eu, por outro lado, não tive maiores problemas com a lei e andei comendo uma publicitária pelas ruas da capital. Ah, saudade de tu cuerpo magrito, mamasita. Que priquitones.

Sobre vagabas que rendem livros
A cigana do terminal acertou até na data. Dia um de novembro foi lançado um livrinho meu. Se tudo for como ela disse, vou me tornar um velho famoso que estragou sua carreira devido a surtos psicóticos e amantes tresloucadas. [Até me deu um gélido arrepio agora].

Velinhas???
Legal não ser lembrado! Se eu tivesse aparecido no Faustão em 2007 pode ter certeza que teria um milhão de fulanos por aí me parabenizando. Meus vizinhos iriam colocar uma faixa dizendo o quanto me amavam, meus parentes iriam estampar camisetas com fotos minha e os conhecidos mais próximos iriam contratar algumas strippers para sairem do bolo.
A única coisa que aconteceu foi uma doida que apareceu no meu scrap dizendo que meus textos mudaram sua vida. Foi style.

Nesta longa estrada da vida
Não lembro a cronologia, pois nem quero. Só sei que tem esse meu amigo, que vou chamar aqui de Johnny Rivers, que é um cara pelo qual tenho uma puta consideração astronômica, chegou me dizendo que queria fazer não sei o que, um espetáculo, sei lá, mas envolvia justamente… Adivinha…
E lá vamos nós. Queria voltar cedo, mas logo descobri que haveria uma longa jornada até a casa dela. Fomos. Tudo que vinha a mente era: “Por que deus, esse cuzão, insiste em me jogar sempre nos lugares onde não quero estar e com quem não quero estar?”.
Acabou como previ: Demorou pra caralho. Puta tédio: ficar diante alguém que você acha que lhe aplicou um belo 171 somado a um chá de cadeira, e está querendo matar da memória, é uma merda. Mas tudo deu certo! E acabou que na na volta voltamos enchendo a cara e ao invés de voltar pra onde deveríamos voltar, acabamos voltando para o lugar de onde estávamos voltando. Mas tudo bem.
Tudo bem. Foi legal, quer dizer, foi legal ficar bêbado. Foda é dormir na beirada… Johnny Rivers ficou em lugar privilegiado, entre duas belas moçoilas. Eu em um canto, minha piéride láááá na outra. Mas tudo bem, sobrou uma bundinha virada pro meu lado e eu estava são suficiente pra manter a sutileza lúdica. E já que quem é de fora – ou seja: quem não come ninguém da casa – não tem direito a escolher o lugar na cama, então sobram as bolinações na encolha!.
Tudo bem. Dei aquela ralada maldosa e cheia de vontade, para verificar o nível de hostilidade desses campos desconhecidos e recebi uma rebolada para trás, indicando que as tropas eram bem amistosas. Tentei lhe retirar calça e calcinha em uma só puxada, mas ela percebeu que Johnny Rivers admirava a cena com certo voyeurismo amador, puxou a calça pra cima, jogou o braço esquerdo pra trás e pegou meu pau como se dissesse “Só assim esse leão acalma”. Johnny disfarçou um sono muito mal disfarçado. Voltei aos ataques sadios e ouvi um “Não posso”, sussurrado. Perguntei: “Vermelho?”. Ela disse “É que eu namoro há quatro anos” . Aí me perguntei: “Se namora há quatro anos, por que está masturbando meu caralho embaixo do cobertor há muito mais que quatro minutos?”.
E, por Jim Carey, sempre protejo o Alexandre Magno, mas se Johnny tivesse se tocado que ficar quieto iria me render uma foda, eu iria comer aquela minha, em prato frio, sem camisinha nem nada e não estaria nem aí. É Johnny, pensando bem, você me salvou.

Que caia a porcelana, agora é “tudo pelos donuts”
Jingle bell, jingle bell, jingle bells rock. O aquecimento no setor is commin’ back arround again. Muita coisa rolou, muito sangue desceu, muita fumaça subiu, muitas periquitas foram babadas. Aquela doida do scrap queria que eu fosse “vê-la” em Curitiba. Sua foto mostrando barriguinha, lindo capô de fusca por baixo de um lindo biquininho e a piscina ao fundo eram grandes motivadores de minha ida. Mas não rolou.
Tudo bem. Eu havia planejado passar natal e ano novo sozinho, revendo erros e fingindo que ia mudar…
Várias loucas começaram a surgir desde novembro. Teve uma imbecil que me disse exatamente assim: “Se você agisse um pouco mais como escritor eu até daria pra você”, só respondi: “O dia em que eu começar a agir feito um imbecil pomposo eu corto meu pau com uma serra-elétrica” e já deletei da minha vida.
A maioria vem com essas promessas furadas de “vou te ver” e fica embaçando, trocando idéinha furada – dessas que elas acham inteligente quando contam em bares e os caras dão a maior razão, sabe? – pra tentar se convencer se deve aparecer ou não. Mas, sinceramente, eu funciono pelo meu tempo, que é basicamente “Ou agora ou jamais” e não posso mais perder meu tempo com medinho de branquela rica metida a loucona porque fuma maconha, toma cachaça, lê livrinhos “marginais” – o interessante é que é só marginal de classe média alta -, anda com os punks de citröen e vomita na Augusta. Outras vem com aquele papo de “Vem me ver”, mas, porra, se eu quisesse ir em algum lugar só pra “ver” uma fêmea, eu iria na merda do zoológico.
Chega de duvidosas com medinho tosco e gente que acha que, pelo que escrevo, sou um Lobão da vida que curte greenday e anda de saveiro zero, mas quando vêem que tô mais prum latino desempregado que limpa a piscina dos artistas, como bico, tudo que sobra é abracinho com auto teor de falsidade… Hum. Teve até uma mina que acho que achava que eu era traficante, pois vivia me dizendo “Quando vier dar um rolê no centro traz uma baseado pra gente fumar?”. Pô, dar quer é bom nada…
Style mesmo foi a nórdica. Mandou uma foto nua, do nada, de costas, sem ao menos respirar. Não teve nem como não sacar o cacete pra fora e homenagear a atitude daquela mina. Era o mínimo que poderia fazer por ela, mas deixei-a como fundo de tela no meu Pc por alguns dias. E, porra, parabéns pela atitude. Além do olho arco-íris, que delícia te pegar de quatro, que delícia esbofetear seu rabo. Só me desculpa por ter gozado na sua garganta sem avisar, mas é que ando diluindo o câncer!.

Djs rock the house partys
Os caras do coletivo de Barijo meio que se revoltaram após o primeiro evento ter sido adiado. Para dali um mês. E o motim foi armado em forma de sumiço. Todos evaporaram.
Naquela semana antes do natal e algumas outras depois dela, Barijo e eu passamos várias madrugadas na rua, trocando idéias (e expulsando os nóias do centro cultural, no soco). Ele falando sem parar um segundo. Falava de seus planos, projetos e muita idéia. O tempo me mostrou qual era a real sobre Barijo, mas não é disso que vim falar. Só sei que enquanto ele falava eu não conseguia ouvir muita coisa, uma porque era a mesma conversa todo dia – parece até eu, pô – e outra porque só conseguia pensar: “O que fode minha vida é o fato de não saber o que quero pra ela, justamente porque a gama das coisas que sei fazer, ou que posso vim a fazer bem feito é muito ampla, muito abrangente, quase ilimitado, e isso me deixa em uma eterna indecisão. Me deixa sem um foco principal”.

Avenida do poeta
Foi a primeira virada que me senti realmente bem!. Talvez por ter passado sozinho, com meus planos (que geralmente são furados pelos alfinetes da falta de infra-estrutura). Parecia que eu tinha alguns.
Estávamos na Fronteira queimando um jones. Barijo saiu fora e decidi ver o céu pipocando suas estrelas de ascensão meteórica e rápida duração. Faltava uns quarenta minutos pra começar aquele showzinho universal de falsidade, decepções e filmes criados em um mundo onde as crianças não têm gripe, não passam fome, nem arrancam catota com o dedo. Decidi ir embora também.
Encontrei uns malucos que sempre vejo rondando o centro cultural e que sempre me cumprimentam, fervorosamente, como seu eu fosse alguém de ouro. Os caras disseram que tinham roubado não sei o que lá, não sei aonde e me chamaram pra fazer não sei o que, ali na Fronteira. Lembro que perguntei: “Vai rolar umas vagabundas”. Não entendi a resposta, entendi como um não e continuei meu rumo.
Um bilhão de pensamentos na cabeça do narrador-poético. Um enxame lírico atentava-me os neurônios como se fossem meus sonhos, depostos, de adolescência, renascendo após o grande soco da verdade. Um bilhão de pensamentos sobre o futuro (pela primeira vez). Só é pena que comigo esse tipo de pensamento não dure mais que uma semana…
Mais fogos estouraram na cidade das pessoas de artifício quando decidi procurar, meticulosamente e com cuidados arqueológicos, o primeiro som do ano. Nem precisei. A televisão estava ligada na Tv Cultura e ao invés de ouvir o primeiro som do ano, ouvi a primeira trilha sonora. Foi meio inacreditável, pois eu havia sampleado aquela música não havia nem dois meses. Barijo estava no messenger quando eu disse: “Liga aí na Cultura”. Ele respondeu: “Ô. Não é a música original do seu sample?”. “É ela mesmo, muchacho, ela mesmo!”. O filme era “Durval Discos” e a música é “Mestre Jonas” na versão da banda “Os mulheres negras”. [Será que enfim o universo decidiu conspirar ao meu favor?... Já estava na hora! Mas a essa altura eu já havia assimilado que o universo só conspira ao meu favor quando quero que esse filho da mãe conspire].
Às três e meia da matina, após a quarta caipirinha mal feita, pensei em ir à Fronteira queimar um jones e cometer um vinhocídio.
Faltava um quarto de vinho para secar a garrafa quando ouvi a Moska Wheels, atritando no asfalto, se aproximando. De repente ouvi: “E aí, lôco. É você mêmo!”. Pensei: “Pode matar logo, pois já tô no clima de ir pro céu”. Era um cara que me odiava, desde uns tempos atrás, sei lá porque. E de repente ele senta, completamente bêbado e cheirado, ao meu lado e diz: “Tem caneta aí, ô seu cuzão?”. “Lógico, porra!”. “Então assina essa porra aí porque te admiro pra caralho, seu filho da puta” e me jogou um livrinho de edição limitada, que fiz para vender na feira do dia vinte e seis. Nem pensei em nada, só saquei a bic azul toda mordida e escrevi: “Este aqui é sobre vagabas que rendem livros… Mas aí, valeu por não mais me odiar”. Ele nem leu, apenas disse: “Porra, mano, antes de ver seus trampos eu achava você um puta dum cuzão metido a besta, mas percebo que você é um puta dum cuzão talentoso que não é metido a besta, mas que deveria ser porque você é digno!”. “Valeu”. “Falou aí, mano, vou me jogar”. Subiu no skate e saiu remando, fazendo aquele atrito no asfalto que faz um som parecido ao do metrô chegando (na estação Tucuruvi).
Acabou o vinho. Decidi ir embora pela própria Avenida do Poeta, que é a rua que atravessa a Fronteira. [A Fronteira é como se fosse uma mini-pracinha que fica em frente aos “predinhos” (e ao terminal de cargas da zona norte de são paulo) e corta a Avenida do Poeta, impedindo a passagem de carros. Onde malacos, viciados, músicos locais e prostitutas, confraternizam a vida fumando cigarros da paz]. E foi uma idéia não muito boa, pois no caminho encontrei o Chocotone e um burburinho em frente aos prédinhos. Ele me viu e veio até mim, disse que estava indo matar um moleque idiota por motivos que só os bêbados realmente muito bêbados compreendem. Eu disse tanta merda pra ele, mas tanta, que no final ele começou a chorar, descarregou o canhão jogando as balas no chão, depois chutou-as para a boca de lobo, me abraçou, disse que ia vender aquela merda de revolver e que eu era foda.
O moleque foi encontrado morto em outro bairro. Outro cara fez o trabalho no lugar do Chocotone… Bem vindo à 2008.

Fronteira Hits
À noite iríamos começar a divulgação do evento. O que incluía: lambe-lambe colados em postes, política de boa vizinhança no meio do caos, idas à eventos alheios, foda com velhas ricas e aliciamento de ideais alheios. Barijo e eu na incumbência solitária das piores partes. Eu meio como voluntário, pois não posso seguir o sonho dos outros, por mais foda que seja esse sonho, muito menos posso me envolver em pequenos começos de aristocracia periférica. E, talvez, hoje, Barijo não lembre, mas o que dei ali não foi (só) sangue, foi um puta exemplo de amizade na hora em que todos seus amigos sumiram decepcionados pela adiamento do evento. Mas firmeza, todos esquecem o que acham não ter valor; é assim mesmo.
Mas pra fechar este trecho, exercite sua mente aí um pouco. Use sua imaginação (ou ao menos tente usar essa porra). Coloque “All along the watch tower” do “Jimi Hendrix” e imagine dois mal acabados andando pelas madrugadas com mochilas cheias de flyers, lambe-lambe, informativos e garrafas pet cheias de cola de farinha, andando dentre os becos que ficam abaixo das torres de energia que cortam o bairro lado à lado. Muitos becos, raros bulevares.

Cerrado eletrônico
Nosbor, grande amigo meu lá de Brasília apareceu na Garoa Land. Pouco tempo antes veio um cachorro azul, professor, que uivou, bêbado, a noite toda, com Barijo e eu em um bar sitcom. Um barzinho de merda que tem num bairro aí onde a população é formada por languidos de todas as espécies, metidos a “artistas” – mas tudo bem, lá conheci uma gatinha das quinquilharias, coisa assim -. E, junto com os caras, surgiu o assunto “Putas”.
Sei lá, cara. Acho que é porque todas mulheres que tiveram a dádiva de dar pra mim eu consegui ter intimidade suficiente pra chamá-las de puta (e fazer de puta), putinha, devassa e outras cositas. Porque, na verdade, saí apenas com três putas na vida. A primeira foi mó merda porque a vadia nem manjava da arte da foda insana e depravada em meros trinta minutos e mal mamaou na bilola. A segunda não era bem uma puta, era a ex-mulher de um cara que tocava não sei o que lá em não sei que merda de banda punk dos anos oitenta, uma puta gata estilosa que me deu o cu – detalhe: só o cu – em troca – detalhe: em troca – de uma garrafa de licor de menta (R$ 15,00). Foi bem mais barato, fiquei umas quatro horas comendo aquela cachorrona, só parava pra limpar o suor e só parou devido a interrupções invasivas de terceiros no quarto. A terceira foi cortesia de um amigo escritor, que anda dizendo que precisa tomar jeito na vida.
Esses escritores (os coitados acham que um dia vão tomar jeito, kkk)…

Cwba
Ana tornou-se não só uma futura foda gostosa, mas uma espécie de companhia do meu eu eletrônico. Às vezes ela fazia uma perguntas estranhas, mas isso é bom, significa que do outro lado tem alguém com um cérebro cheio de questões sem saída, e não alguém que queria apenas matar duvidas. Legal.
Ela estava cogitando cair pra São Paulo – sampa é a mãe -. E, se essa cidade queria retribuir as bilhões de odes, epopéias e outros classificações imbecis de formas de escrita que lhe dediquei, esse seria o presente, bem ao meu estilo. Long dick style of rhyming. E o mais legal é que quando a cidade finalmente decidiu retribuir presentes, foi bem no dia de seu próprio aniversário.
Fui buscá-la na rodoviária Tietê e percebi que aquela loirinha dos olhos de mel era bem mais gata que nas fotos. Yeah, i fuck like a river.
Ali, na Cruzeiro do Sul, esperamos quase uma hora por um ônibus que nos levasse ao centro, sendo que geralmente eles passam de dez em dez minutos, mas quando finalmente chegou, fomos ao hotel. A cidade estava em festa. Havia comemorações em vários pontos da cidade. Saímos pra assistir algum show e percebemos que atração mesmo era nós pelados na cama, mandando ver, quebrando tudo.
No outro dia pegamos o ônibus sentido Edu Chaves. Tive que deixá-la por algumas horas no hotel (esse ficava na rua do evento), pois não queria que ela participasse da burocracia que eu teria de encarar antes da festa (ou seja, não queria que os outros dessem em cima dela). Ela, foda demais, compreendeu antes mesmo de tentar explicar. “Eu sei que sua vida é assim mesmo e eu não quero me tornar um empecilho aos seus planos, pode ir lá fazer o que tem que fazer, eu vou pedir uma smirnoff, só não me deixa aqui sozinha senão me perco. Se por acaso você estiver ficando com alguém e não quiser que eu vá, não tem problemas…”. Que mina demais. Fui até o pico, arrumei meu standezinho e só, pois tudo já estava adiantado, adoro isso.
Barijo pediu para que eu espalhasse os flyers que sobraram pela avenida ali perto e me pediu pra esperar. Esperei e me apareceu um puta maluco estranho, montado em pernas de pau. Até então eu estava cagando para aquela companhia inusitada, mas já nos primeiros cem metros ficou claro como o dia no Alasca que o cara era um puta dum mala. Sabe: mala universitário?, os piores!
Minha intenção era pegar os dois lados da avenida, ida e volta, rápido e eficiente, pegando o público alvo do evento; jovens em geral. Só flyers em mãos certas. Mas aquele imbecil da perna de pau viu uma praça cheio de aposentados jogando aqueles jogos que os aposentados jogam e desembestou pra lá. Expliquei para ele qual era meu plano, o porque eu tinha que ser rápido (tinha um último ensaio em meia hora) e o porque não podíamos convidar senhores e/ou crianças, mas não adiantou. Aquela besta correu até um playground onde estavam um monte dessas mães solteiras gostosonas e ficou dizendo pra levarem as crianças pro evento, e, pra piorar, disse pra levar dinheiro, justamente na parte grátis do evento, que seriam os espetáculos teatrais. Porra, cara, é um evento artístico, mas não um veneto artístico infantil,, e só de ter minha participação no evento, deveria ser proibido a entrada de crianças, idosos, cardíacos, menores de vinte e um e comediantes vestidos de foca.
Desisti daquela besta e sai andando pra fazer o que eu tinha que fazer. Aquela anta me seguiu, chutou a bunda de um segurança de uma loja, ficou implorando chocolate pro dono de outra e por uns dois minutos pensei em passar a banda nele só pra ver sua jaca explodindo no chão.
Fui embora e a besta veio novamente atrás. Nem tinha como eu esperar as micagens de terceiros. Mas em respeito ao alguém de dentro que convidou o fulano eu nem disse a ninguém sobre nada que aconteceu. Aliás, eu disse à Ana quando voltei ao hotel. E quando cheguei na porta do pico trombei o Barijo e voltamos ao centro cultural pra fazer a prévia do logo mais.
No ensaio o Barijo recebeu um telefonema dos caras que ficaram cuidando do pico do evento. Escutei os caras dizendo que o maluco da perna de pau estava na porta do evento, cobrando entrada de uma coisa que seria grátis e tive um puta ataque de riso. Mais tarde o Barijo enxotou o fulano e, cara, esse mano não tem noção de como a morte rondou seu pescoço no tempo em que Barijo e eu não estávamos perto. Esse bairro aqui é foda, na hora das tretas tem nego que liga pra própria mãe e diz: “Traz uma enxada e os vizinhos que é nós”.
Voltei ao hotel duas horas mais tarde que o combinado. Culpa do mala e da bike que me emprestaram pra ir ao centro cultural e depois foram lá pegar de volta. Ana compreendeu, sendo a grande mulher que estava sendo. “Pensei que fosse me deixar aqui”. “Não você, Ana; não você”.
Tomei um belo banho, fumando um, após uma rápida boqueta – odeio rapidez em fodas mesmo que sejam orais, mas teve que ser assim -, uma boqueta que descabelou as horas que Ana passou arrumando o cabelo. Reparei que da janela do banheiro podia ver as velhas torres de energia com toda sua imponência elétrica. Terminei, me troquei com a calma que nunca tive. “Não estamos atrasados?”. “Sim, mas não. Vou pedir uma cerva e já vamos”.
Bebi pra caralho! Vi a apresentação dos maloqueiros da poesia e pirei, muito bom, quebraram tudo, merecidamente. E assim que eles terminaram o show Barijo me chamou ao palco e disse: “O que você acha, vamos cancelar a apresentação e já jogar as bandas?”. Eu nem disse nada. Só sei que um cara da produção se revoltou e disse: “Vai tomar no cu, vocês ensaiaram tanto agora tem que rolar”. E eu nem disse nada, pois como já disse em algum ponto deste texto, eu estava ali voluntariamente. Nunca fiz parte do coletivo dos caras e tenho uma leve – leve como uma baleia azul – impressão de que (os sectários de Barijo) nem me querem por perto. E como já disse a Barijo, eu não concordo com muita atitude e com muita gente que virou “diretoria” do negócio, me ausento por questões ideológicas e por acreditar no que acredito e só, no mais a amizade é a mesma, a não ser que alguém queira guerra. O estranho é que depois de deixar claro por que minha saída teve nego que ainda tentou fazer as coisas parecerem como se eu tivesse sido limado, normal. E essa foi mais uma prova cabal às convicções que só dizem respeito a mim. Se muito nego nesta megalópole achou que eu era um dos “organizadores” é porque viram o sangue que dei pela idéia que nem era minha (o que vai contra todo meu conceito de religião), mas lamento informar aos fãs de bancas, coletivos e essas coisas que envolve uma união que tende ser hipócrita: que só trabalho sozinho!.
Enfim começamos a apresentação. De cara me deram uma guitarra muito estranha, com braço antigão e pesado e sem a mizinha, normal. Tinha gente que nunca vi na vida andando pelo palco como se fosse uma praia em miami, uns fulaninhos afinando instrumentos, enfim, tudo errado, como se explodissem todo e qualquer protocolo, normal. Mas tudo bem. Foi legal.
A coisa que me deixou verdadeiramente puto foi o fator “atravessadores”. Porra, cara, tem coisa pior que estar tocando e vem um debilóide e atropela seu som com outro som nada a ver; geralmente são aqueles punkzinhos ridículos em bicordes desafinados. Porra, acho isso foda tocando na calçada, imagina em uma apresentação. E pra piorar teve um fulano que começou a tocar bateria, do nada, sem nem fazer parte ou ser convidado, num compasso que não fazia sentido nem em marte. Pra mim isso foi o fim, mas fechei os olhos, voltei ao começo do fim e me tranquei em um mundo de notas musicais (sem retorno).

Maldito voluntário
Não me peça cerveja, conterrâneo, pois neste salão meu poder é nulo. Sou um mero voluntário que fora limado pelas chacinas de caim. Você tá viajando, meu poder é nulo.

Tv a cabo
(som: Mans world – James Brown)

Ao descer do palco Ana me disse que havia exagerado na pinga com mel. Perguntei se queria voltar ao hotel e ela disse que sim. “Mas você pode ficar, só me leva lá, depois volta”, “Não, gata. O que eu tinha pra fazer eu já fiz. Meu trabalho is over. Já divulguei e me apresentei, agora sou obsoleto. Esse negócio de ir em pico pra pegar “contato” não é da minha laia. Isso é o cúmulo. É maquinalmente torpe”.
Na saída um cara veio marcar minha mão com um carimbo, um gato pingado que não fez porra nenhuma, mas alguém decidiu dar autoridade pra ele ficar na porta. Algo me fez parar no tempo, relembrar tudo que fiz pra que aquilo que estava rolando funcionasse e quando voltei a realidade, me senti como um gado sendo marcado por um funcionário qualquer da fazenda. Voltamos ao hotel.
Café da manhã: drinques e fodas no espelho. Lembrei que na festa Barijo havia me dado a chave do centro cultural e decidi que ao final do pernoite iríamos pra minha casa, para caso os caras precisassem da chave e pra não gastar com mais uma diária.
No final da tarde liguei pra Barijo… “Mano, cê num acredita: fui preso”. E pra poupar minha tendinite e encurtar a história (que já foi dizimada pelos cortes), o que aconteceu foi que durante a tarde os caras foram ao centro cultural guardar as tranqueiras que estavam na festa e, ao invés de me ligarem (pois sabiam que estava acompanhado e não quiseram me incomodar), decidiram quebrar o cadeado e entrar lá. Na saída, depois que tudo estava guardado, bem na hora em que foram colocar o cadeado de engana-trouxa e fechar com um barbante, passou duas motos da rocam, que pararam na hora e acusaram os caras de “invadir a escolinha”. Nem adiantou dizer qual era a real, que ali era um centro cultural e eles são os “donos”, pois chamaram mais seis viaturas. Encontraram o dinheiro da festa com Barijo e o policial que achou a grana, pelo que Barijo disse, começou a babar pelo dinheiro como se fosse um lobo olhando um porco e dizendo: “Bacooon” – como no episódio do pica-pau faminto -. Ele chamou Barijo de canto e disse: “Vai embora, mano”. Barijo perguntou: “Cadê meu dinheiro?”. “Mano, eu já disse pra deixar como tá, vai embora”. Barijo insistiu: “Cade meu dinheiro? Trabalhei por dois meses pra levantar essa grana que é pra pagar as cervejas da festa que demos ontem”. O policial virou a própria besta nesse momento: “Ah é, você quer seu dinheiro? Vem cá”. O milico levou Barijo até a esquina da Avenida do Poeta, onde fica o centro e mandou ele ajoelhar. Fizeram lá toda aquela ceninha inútil que a polícia faz quando enquadra um pobre, e depois o tal policial disse ao Barijo: “Você quer seu dinheiro, então vai ter que assumir toda aquela droga que achei ali atrás. Vai ficar uns doze anos no X antes de ver seu dinheiro de volta. E aí, vai assumir”. “Eu sou trabalhador, se você quer que eu assuma o que não é meu, eu assumo. Mas é você que tá mandando”. Detalhe: não havia droga nenhuma, pois ali não rola nada disso, só tinha livros lá dentro. Algemaram Barijo e um outro cara e os levaram. Chegando na porta do não sei quanto DP o policial voltou a insitir: “Vai assumir mesmo por essa mereca?”. “Eu vou”. O gambé devolveu o dinheiro ao Barijo e disse: “Vaza”. E nessa hora eu me pergunto: cade a maldita comissão de direitos humanos? Cade a porra da ONU, Unesco, cade a merda do jornal nacional e suas tendências ditadúricas? [Cade as oficinas de literatura?].
Por outro lado, sei lá, fiquei admirado por Barijo ter ficado tão impressionado com esse acontecimento. Pela história de vida dele isso não deveria ter impressionado tanto. Talvez eu esteja calejado às merdas que ocorrem, nessa cidade. Talvez por ver isso como apenas mais uma história de enquadro. Tenho as minhas pra contar, mas nem quero. E tudo que tenho a dizer sobre ter ouvido esta história é: “Barijo, após dois anos de sua estadia nessa joça, finalmente: Bem vindo ao Edu Chaves”.
Barijo disse que nos acompanharia até a rodoviária. Desliguei.
Ana foi demais em tudo. Puta dum companheirismo, cumplicidade depravada e desbravadora. “Lado a a lado” como dizem os moleques metidos a malaco.
Recebi a última devassidão oral de Ana e fomos encontrar Barijo no ponto. O busão dela partiria às vinte pra meia noite. Desci a rua sentindo a baba de Ana congelando meu saco por culpa do ar frio que arremetia. Da hora.

E não me venha com putas lânguidas
Me acostumei muito rápido com Ana. Talvez porque ela não colocasse obstáculos para nenhuma de minhas mobilidades, nem me obrigasse a tentar agir como uma dessas pessoas normais e mesmificadas que você encontra na Paulista ou descendo a Augusta ou na Vila Madalena. O que fudeu 2007 foram os excessos dessas loucas meia-boca que me obrigavam subliminarmente a me retrair para não assustá-las com o que sou realmente: um puta dum louco depravado que tem excesso de hormônios. Parecia que eu era obrigado a ser como um desses lânguidos aviadados de camisa de flanela que aparecem no entrelinhas opinando sobre os cuzões clássicos da literatura de merda.
Barijo e eu, após sair do terminal, íamos atravessar a ponte Cruzeiro do Sul para pegar o busão em frente ao center norte. Paramos no meio da ponte para fumar um jones e ficamos observando aquele rio de merda lá embaixo.
Muita coisa havia se passado e eu ainda carregava a velha sensação de que “nada acontece nunca”. Sempre esquartejando deus com navalhas de afirmações maldosas devido a esta vida de merda. Não por duvidas e “porquezinhos existenciais”, mas por excesso de consciência, por saber que tudo que fiz é muito mais do que andam fazendo, mas mesmo assim ainda acho que tudo que fiz é pouco, mesmo tendo feito coisa pra caralho, com conteúdo delgado a cada linha de criação. Tudo que vocês lêem é o resto de mim, deus não permitiu que o mundo visse minhas mágicas quando as fazia por pura questão geo-local-financeira. E, hoje, raros vêem, pois meu brilho virou ódio dessa corja de iguais… Santa ambigüidade.

Culpados não morrem
Noite impiedosa. Sereno desumano. Nada mais perverso que a insensatez das esquinas. Nada mais em desamparo que os outros.
Com luz sobrou aurora, mas meu palco verdadeiro é noturno. Com noites ficaram escárnio, carnificina e o brilho melado das boites.
Por hora fica esta opera do malandro culto. Este tiro no asfalto que efetiva o som do ricochete lírico. Faroeste de palavras onde quem tem mais verdade em sua niquilada de aspectos vence.

Losers win (ou superstar d.j.s)
(som: No Regrets – Delinquent Habits)

Puta duma gata… Tanto que nunca usei este termo pra definir gostosura feminina, mas: Filé. Um puta dum filézáço. Cavalinha daquelas que nenhum homem em sã consciência negaria-lhe o pau. Dona da festa (seu “níver”), não da casa. E não vou dizer que algumas semanas antes não havia rolado um certo clima, aliás, não foi bem um “Clima”, só recebi uma daquelas olhadas pausadas e brilhantes que as minas dão quando estão pensando: “Este carinha é tão legal que preciso dar pra ele no banheiro”, depois que fiz algumas, digamos que fiz algumas mágicas. Alias, tem dias em que estou prestidigitando cabulosamente bem.
Foi lindo. Na frente de “todo mundo”. Muito legal. Inclusive na frente de uns cuzões miseráveis que precisavam mesmo receber uma lição em forma de “Vitória de quem detestam”. Foi style. Perguntei alto, grosso e seco, fazendo com que todos que tentavam impressionar se calassem e voltavam-se sua animosa atenção para mim: “E hoje? Tá com Clima psicológico?”. Ela virou aqueles putas olhões que pareciam aqueles faróis verdes de chevette antigo, abriu um sorriso a lá monalisa e disse: “E todo mundo?”. Respondi: “Ah, todo mundo que se foda! Vambóra logo”. E digamos que a festa se tornou mais privativa, aconchegante e foi movida para o quarto de cima. O mesmo onde Jack San Diego descobriu que um amigo era fruta. [Me chamem de hauli agora, otários].
Lá pras quatro horas ela disse que precisava ir embora, saiu do quarto, demorou um pouco e voltou. “Me leva lá?”, perguntou. “Vamos sim”. Chegando na garagem a dona da casa me deu a chave do ford K e disse: “Vê se na volta não canta pneu nem dá cavalo de pau”, virou as costas e entrou.
Que cena linda. Em um segundo eu estava imaginado a gulosa que iria receber ao volante e em um minuto eu dirigia apenas com a mão esquerda e o banco quase deitado. Achei um cd meu que havia emprestado e coloquei, aí tudo ficou no clima do from la calle street music. “A cidade é nossa!, “Humrum” ela respondeu de boca cheia – amo ouvir humrum -.
Na volta passei nos canteiros do terminal por um saudosismo infantil. Fui ao lugar onde enterrei meu violão que foi quebrado por um meganha desgraçado. Espetei um incenso que encontrei pulando no painel do carro, na grama que havia crescido sobre os resto mortais do violão.

Este é pra você, campeão.

Retirei o fino que a pomba-gira me deu após limpar a porra da cara, lamber a que voou em minha barriga e antes de entrar em casa.

Este é pra mim, como não?

Acendi o incenso.

Faça as honras, meu caro. Daqui a três dias é natal.

Depois explico sobre o “clima psicológico”.

Sobre o peso das madrugadas
[Assim que vi os raios do leste surgindo no horizonte do terminal, entrei no carro, coloquei este som: Take Money – Buckshot & 9Th Wonder e sai cantando pneu...].

Calvário indolor da besta. Eufemismo condensado em latas sobre rodas. Cai essa fina e serrada chuva e nem todo toldo da terra protege o male que nos corrói, da água. Nem toda chuva guarda letras de verdades ácidas como as minhas em suas gotas. Nem todas gotas atingem o alvo que temos estampado na testa, ou precipitam-se caindo em calos dolorosos.
O panorama é califórnico, mas nesta terra agaroada a pegada é outra. Outros frutos se colhem deste asfalto sem lei. Outro tipo de calo se adquire.
Na cidade de pessoas de artifício, Garoa Land em minha própria definição, os sentimentos dessa humanidade solitária são como lindas call-girls interioranas. As relações nesta cidade são prostituídas, então não valem se não pesam em euro e talvez por isso eu nunca me encontre nessa demografia, mas tenho livre acesso sobre suas depressões e colinas. Eu jogo com um alto grau de verdade (mas lembre-se que sou apenas um humano – e que vi muitos filmes de máfia), e tudo que atravessa minha vida é no sentido de me tornar cada vez mais amargo neste dopegame. Até pensei que após a última grande queda eu fosse enfim retirar a misantropia do bolso, subir no pedestal do “eu sou foda, imbecil é quem não percebe” ou cair nos grilhões da morte. Mas não. Posso dizer que o milagre de ano novo foi da água da geladeira ao vinho do mercado instantaneamente. Graças as conclusões de ano novo descobri que minha vida se resume em três grandes erros: não ter sido ambicioso, ter sido legal demais e sempre ter jogado meio limpo.
Pensei em ser como o filho da puta que habita minha mente, mas, calma lá, esse negócio de “Una-se a eles” é coisa de sectário e eu sou criador, não posso seguir terceiros nem fudendo.
E no grande mais, agora apenas mudei a forma de enxergar algumas coisa e me tornei clinteastwoodmente imperdoável para outras. Sinto mais meu peso no chão, não por obesidade, mas por ter convivido com tanta gente vazia, eu fui ficando cheio… Tô cagando pro ouro do alheio, queridas. E pra vida eu dedico essa: “Seu público, seu aplausos, por pior que você seja”, como diria mister San Diego… Tão menos dolorosa foram bocas de veludo!… Tem um feto de um anti-cristo na privada daquele hotel, onde deixei todo o resto do que me fez mal. Matei muita gente que era do meu convívio, exorcizei um demônio atrás de outro, neste texto, que me incomodava, e suspirei Alívio (como um bom caça-fantasmas). Mas a única coisa que mudou realmente é que já não espero nada de nenhum humano, quer dizer, nada que seja bom, quem dirá imprevisível.
A mágica do atroz não morre, vê a fauna fecundando novos mortos-vivos. Cheguei ao campo do niilismo e novamente não me vi em nenhum daqueles rostos forasteiros. Mas adquiri certo distanciamento político para com os outros desde que cai neste campo, dotado apenas de para-quedas e granadas sem pino. E já não ligo pra São Paulo ostentando e sustentando suas vadias mal educadas, seus bares sitcom (que no fundo até gosto) – na real um dia quero ter um – e sua cara blazé – mas sem neguinho blazé, sem cara bazé ou etc’s-blazés -.
Ei, futuro morto, eu sou mais que o vazio, só não encontrei meu lugar no espaço. E, infelizmente, para o meu completo desespero, vou morrer assim!. E mesmo que toda noite eu encontre meu sossego sísmico altamente abalado pelo simples fato de saber que não me encaixo completamente em nada, como já disse antes, decidi ser filho da puta, sim, mas sempre sendo o que sou. Um cara que odeia manhãs, gosta de ouvir Sublime às tardes, indie-hip-hop à noite não passa de um porco lúbrico.
É… Tão menos desgraçadas suas noites sem aurora. A lua me espera e outro palco, sem nenhum holofote (ou groopies no camarim), me chama. Que deus perdoe os resto mesmificado, pois como já lhe disseram, senhor: “Eles não sabem diabos da merda que andam fazendo”.

Meu Hot Valium


Meu Hot Valium by O Sarau Portátil

5- Meu Hot Valium (MaicknucleaR)

Trecho: "A edição romântica de uma vida cheia promessas falidas e sonhos furados. Um espetáculo sem platéia, um show sem público, um camarim sem artistas, uma van sem groupies para lamber-nos a virilha, um blog sem comments onde vou lapidando-me a base de frustrações dilacerantes, violência exacerbada e um frio desespero por mais um gole cortante de vida. Sem leme. Em um dos sete mares de Cabaços e Descabaçadas que levam-me pelo braço, como uma acompanhante profissional, à um niilismo suicida e esperançoso....”BOOM”. Você já viu estrelas? Pois ultimamente nem tenho olhado pra cima! Em meu mundo não vejo (e só enxergo) meu umbigo. Mas este show de horrores que os outros costumam chamar de vida me obriga a abrir Pandora Box toda madrugada, sem dó nem piedade.......Parcimônia e serra-elétrica. Láudano e leviandade. Toda a poesia do mundo em um só clique nesses portais recheados de Nada. Antenas que não colaboram com minha sintonia. Mato de coelhas que não caem de boca. Psico na mão de Pata. E a certeza de que os dias nunca serão melhores.Todo dia esquartejo deus com uma faca de plástico de festa de criança. E toda noite encontro meu sossego sísmico, altamente abalado, no fato destruidor de saber que não me encaixo completamente em nada. Esse fato pulverizador, de não ser de laias, que me joga calado nos cantos dos eventos, vendo tudo que é mortal improfícuo sendo confundido com um deus da maioneze, mas não vem ao caso!... Tem gente subindo pedestais de escada rolante e ainda tem a audácia ignóbil de confundir Status com Divino, Amizade com Talento e meu Dom com porra nenhuma. Mas foda-se, pois se Joyce é Deus, eu sou Jim Carey...(Herege, eu?! Culpe a prosa poética, porra).Um ósculo de latrocínio. De uma puta depravada. Deito sonhos em cigarros e anéis com câncer. Deixo florais em valas sem jarra.Nem as putas nos compreendem a anestesia! Nem Freud explicaria esta fuleiragem sitcom de não saber que após exorcizar mil demônios cada um traria mais sete amigos bandoleiros para resolver a treta...Mas firmeza. Profissionais não podem ser atingidos.".

* O Sarau Portátil é mais uma insana criação de MaicknucleaR (eu, o louco que vos write) e seu Laboratório Nuclear de Elucubrações Radiotivas. O Sarau Portátil é basicamente a mistura miscigenada das minhas vesânicas lucubraciones, as que mais gosto de produzir, quer dizer, pra ser mais claro, o Sarau Portátil é basicamente como os senhores(as) poderão observar após estes belos dois pontos: O Sarau Portátil são trechos de textos de MaicknucleaR + Produções musicais sampleadas - também de MaicknucleaR (que sou eu em primeira pessoa) - criadas em seu quarto, que precisa de uma faxina (aliás, uma faxineira fetishosa ia bem, viu). Todas instrumentais foram concebidas por este louco, em dezembro de 2008 (logo após o término do projeto de poesia-musicada-acústica Verbos Curtos), utilizando o programa Acid Pro 4.0. 98% das 13 músicas, quer dizer, das 13 poesias musicadas, são de artistas nacionais, de maioria não muito conhecida ou que se perderam no tempo, numa tentativa sonhadora de criar uma coesão entre espécies de arte, neste caso a música e a prosa poética, e reativar a memória musical tão inexistente neste país, esta memória que só lembra dos porquinhos altaneiros e descartáveis que estão em evidência em alguma espécie de "meio" (se é que me compreendes, muchacho).

Inferno Lírico da Urbe Torpe (e-book pdf)


INTEMERATO

Intemerato
(MaicknucleaR)

Infausto, não incauto. Quando alto salto no holocausto e percalço lucros de outrora sem fim. Em toda sua santidade o claustro! Expansivo esgrimo à tela um cosmorama em retrato pardo, estraçalhado, o degredo desta insensata confraternização da sociedade.
Se dizem que falo grego, que meu remédio não faz efeito, pois foi feito nesta grande e mundana casa; é por que eles nunca me convidam para estas festas de letrinhas pobres. É por que, hoje, tudo o que é (literariamente falando) Nobre; é o ato ou efeito de balelar! E se este povo quer tanto assim esta incomensurável BALELA-CIRCO, hoje tudo que assisto é poetinha balelar.
Guarde seus decassílabos diarreicos, endeusados pela massa de sectários-retardados-cult, oh poeta de merda. Fique em pé na cadeira e prepare a forca, pois esta conversa não encerra até deus me capotar...

Suas armas, oh nobreza, são Títulos-De-Antas
Echarpe da pompa,
Nariz empinado arremetendo seus blogs em taças com cerveja superfaturadas.
Mas calma lá:
não há nada de genial neste bando de lâmpadas - em Curto -,
há Antas-Título,
episódios repetidos de um hiperbólico blá-blá-blá.
Frívolos e triviais em suas churumélas doentias.
Opacos vermiformes de status comprado.
Gleba infértil no Circuito Dos Sem Talento.
Rebentos da política chupatória que habita as panelas do estrelismo literário.
Escribas, nada mais que escribas usando a mais nobre arte como tema
para um estelionato político em recitais do reino sitcom.

E mando bala no espantalho mesmo sem seus clássicos de merda ter lido, pois se aqui hoje me arrisco é por que vim com alma e jorrando verdade. E se respeito tanto as letras assim como cago para a vil futilidade paulistana-central-nobre, isto é um sinal evidente de que aos padrões milimetricamente quadrados deste conluio de “sócios”: eu não sou normal.

E porque não chorar as uvas? Só não vem pagar de estigma.
Sei que tremes pra minha rima, mas nem vem Classificar.
Tenho arte, não “Classe”, sou o maldito Az da Bic.
Sou o Pato-Purific da privada literária!
BraZil mostra a cara. O segredo de minha aurora cataclísmica é a vida, ausente de mesquinharias crítica do tão célebre Balelar.

E continuo abominando os que vão “beber em fontes”. E que precisam “flertar com sei lá o que” para poder escrever. E, meus caros, nada de “dialogar com diabos inanimados”. E chega, em nome de algo santo, de “criar panoramas”. O segredo do fazer é fazer e pronto. Assim como este maldito ponto final: Ponto.

Fahrenheit 11 de Setembro Dublado - parte 2

Que os quisitos técnicos se F&%#, o que importa aqui é levantar a(lguma) questão, mesmo que todos estejam literalmente cagando frases em seus acentos sitcom enquanto tomam seus bourbons encantados. Bom, não recordo onde assisti esse Doc a primeira vez, mas lembro que foi style. Essa é a segunda parte da introdução e o começo do vídeo, mas, acho que o que proponho aqui não é nada sobre o onze de setembro, mas uma reflexão sobre "a notícia que chega até nossas enclausuradas casas é confiável?" (ao menos na minha mente é isso). O vídeo é sobre mais ao norte do mapa, mas: quem e o que é confiável no Brasil?

Inédito (não pra mim) "Ao Sub" + Bottom

Ao Sub
(MaicknucleaR)

Mais vícios que virtudes seguem ascendente e espiralado neste turbilhão mítico de propulsões catastróficas e proporções que atravessam as pequenas ilhas da depravação cósmica. Subverter os anjos, talvez, com minha escrita. Exorcizar esta raça maldita que ocupa os astros do ibope celeste. Expugnar o proscênio do horror e fazer de chaveiros, medalhas, pois nesta guerra os bravos são esquecidos na injúria de sua própria terra e os heróis são tombados covardemente por vermes viciados em futilidades bélicas. Se vou verter ao sub, bem-vindo ao submundo, não ao "clube". Pois esta é minha guerra e ela tem sabor literário no sangue que diz ser azul, mas que em síntese é cor de lodo; é toldo de mau agouro:
Nem todas suas ninfas desbotadas
estiradas sobre lençóis de fadas
e toda sua droga de segunda
compra a bestialidade desta subjetiva luxúria
que gosta de submeter.
Se quando subo ao palco,
toda sua cara blasé de outrora-quase-agora
torna-se submissão.
Não confunda respeito com inferioridade,
mas agora seu alarde é lamber-me e bajular.
Segura a onda, ô seu prostituta,
agora as ninfas não custam mais nada.
Basta uma canetada,
pra poder te trucidar...
Acima segue o logo de uma velharia sonora UzzmetralhA, parceria maluca e antiga entre Vagau (Open Bar Band) e MaicknucleaR. Pra sacar qual é Duzzirmãos é só clicar neste link www.myspace.com/uzzmetralha

Por trás dos beats [ Paulistanas Depravadas ] + sarau [ Verbos Curtos ] no C.I.C.A.S.

Ontem conversava eu (entusiasmado qual um virgem diante uma puta), com o grande gaitista Enéias Ribeiro, sobre o término da produção de Paulistanas Depravadas. E que diabos seria Paulistanas Depravadas? Bem, o Paulistanas...



é o nome do meu projeto musical, que reúne *samples de grandes nomes da música brega (como Paulo Sérgio, Odair José, Ronaldo Adriano, Roberto Müller, Luiz Carlos Magno e etc.), misturados a trechos do áudio de porno-chanchadas e filmes nacionais antigos, com rimas





ludicamente filosóficas e cheias de aforismo. Desde o Sarau Portátil eu vinha com essa idéia de fazer essa produção, utilizando só elementos nacionais, que apelidei de PshycoBregaSoul (ou ChanchadaGroove), mas até então era só uma idéia vaga, mas de umas duas semanas e meia pra cá, do nada, comecei a caçar música soul dos anos 60 para meu deleite auditivo e me deparei com um som chamado "A Hora É Essa" da Célia e fiquei alucinado pra samplear esse som,



mas não sabia onde usar, se em um novo Sarau Portátil (pro futuro distante) ou em sabe-se lá o que. Aí, com a frustração de não conseguir encaixar os beats da Celia, sai caçando alguns nomes bregas na web e pra minha surpresa estamos aqui, umas duas semanas depois, postando - o último som produzido - que: terminei a produção e agora só falta escrever sete das nove letras, retirar e acertar as rebarbas sonoras e boom: gravar e já era. O que achei mais style em tudo isso é que consegui fazer um play que dá pra rolar inteiro sem precisar passar som nenhum (e que acho que vai agradar anciãos e pueris), e, tirando as brincadeiras do ludicismo e chanchadeirismo (e a desbocagem), os sons todos têm alma e eu acho que ficaram bonitos pra caralho. Todos tem meio que uma perspectiva de "Me fudi pra cacete, mas ainda estou em pé" e é bem mesmo esse o clima que esse projeto deveria ter, pois antes mesmo de surgir o Paulistanas... eu dizia, brincando, aos botões: "Ando me ferrando tanto, sem amigos (no sentido real da palavra), sei lá o que deu nas mulheres que viraram umas grosseironas que só me dão patadas quando tento ser gentil (será minha cara de "no-money"?), sem um maldito puto no bolso, ouvindo som velho, fazendo arte boa pras paredes, vendo o movimento da rua e se contentando com isso. É. Minha vida até parece a de um personagem de música brega". Enfim, nada mais lúdico, nada mais brasileiro, nada mais verdadeiro e foda que Paulistanas Depravadas para se arrebatar cantando os refrões entorpecidamente. E é isso, não pretendo fazer show nem ganhar dinheiro - pretendo divulgar como se quizesse -, mas deixar algo raro pra colecionadores malucos de um futuro talvez inexistente. Segue no topo o som "Mesma Merda", que foi o último som que fiz pra fechar proposta (12 pauladas sonoras). Logo sai um myspace (após as gravações, sabe-se lá quando), já tô com uma idéia pra arte na mente e boom. No mais segue abaixo o email que o Bebeto me enviou sobre o Verbos Curtos (MaicknucleaR + Bebeto Cicas + poesia & viola) que vai rolar domingones agora.

Au revoir, seu depravados.

Sarau Do CICAS

15:00 Voluma Sistema 17: 00 Sarau Viola na Vela apresenta: No beco da zicaVerbos Curtos & convidadosEspaço aberto para artistas independentes, músicos, poetas, buscando a poesia e o cotidiano para representar encontro de culturas e ideias, promoção da literatura que é produzida na periferia da cidade, o sarau é a liberdade de palavras e circustâncias, que só depende da reunião.
Show com Amarelo Folha, banda de reggae alternativo com misturas de bossa nova, rock e dub, blues com rimas de hip hop, guitarra distorcida com batuques pesados, dupla de metais, samples e samba. Fazendo sua nova formação com integrantes da banda Kaskos kaus, dando assim o seguimento musical, em breve lançando seu primeiro DVD independente, em parceria com o CICAS, objetivando as criações que já vem sendo desenvolvidas no espaço e abrindo novas oportunidades as bandas locais com intuito social e cultural. Local: Centro Independente de Cultura Alternativa e Social End: Av. do Poeta 740 Jd. Julieta colabore com nossa biblioteca.


* [loops - trechos de músicas já existentes que são remasterizadas, tratadas, desvirtuadas, sodomizadas e transformadas em uma nova música]

Não creio em mais nada (mais trecho de "Meu Doce Valium Starlight" - do livro homônimo)


Meu Doce Valium Starlight
(MaicknucleaR)
Intro.
Um ósculo de latrocínio. De uma puta depravada. Deito sonhos em cigarros e anéis com câncer. Deixo florais em valas sem jarra.Nem as putas nos compreendem a anestesia! Nem Freud explicaria esta fuleiragem sitcom de não saber que após exorcizar mil demônios cada um traria mais sete amigos bandoleiros para resolver a treta…Mas firmeza. Profissionais não podem ser atingidos.

Tacada 1: Sardônia
A edição romântica de uma vida cheia promessas falidas e sonhos furados. Um espetáculo sem platéia, um show sem público, um camarim sem artistas, uma van sem groupies para lamber-nos a virilha, um blog sem comments onde vou lapidando-me a base de frustrações dilacerantes, violência exacerbada e um frio desespero por mais um gole cortante de vida. Sem leme. Em um dos sete mares de Cabaços e Descabaçadas que levam-me pelo braço, como uma acompanhante profissional, à um niilismo suicida e esperançoso. À mescla de Eu Posso o Que Der na Telha e “Você não pode, pois não se encaixa nos padrões” que excita meu velho, inativo e incomensurável ódio, pois a confirmação de um dia frio para uma raça de sangue quente não é lá a melhor notícia do mundo.Não! Não me incomodo em acender um rojão de doze estrelas pipocantes dentro do elevador que agüenta no máximo oitocentos e cinqüenta quilos, sorrir sardônico pro reflexo ao lado, apontar o artefato para a câmera que tira toda minha segurança e dizer abafado, protegendo os olhos com um dos braços: “Herege, eu?! Culpe a prosa poética, porra, pois juro que sou normal” – ou ao menos acredito piamente nisso.…”BOOM”. Você já viu estrelas? Pois ultimamente nem tenho olhado pra cima! Em meu mundo não vejo (e só enxergo) meu umbigo. Mas este show de horrores que os outros costumam chamar de vida me obriga a abrir Pandora Box toda madrugada, sem dó nem piedade…
Parcimônia e serra-elétrica. Láudano e leviandade. Toda a poesia do mundo em um só clique nesses portais recheados de Nada. Antenas que não colaboram com minha sintonia. Mato de coelhas que não caem de boca. Psico na mão de Pata. E a certeza de que os dias nunca serão melhores.Todo dia esquartejo deus com uma faca de plástico de festa de criança. E toda noite encontro meu sossego sísmico, altamente abalado, no fato destruidor de saber que não me encaixo completamente em nada. Esse fato pulverizador, de não ser de laias, que me joga calado nos cantos dos eventos, vendo tudo que é mortal improfícuo sendo confundido com um deus da maioneze, mas não vem ao caso!… Tem gente subindo pedestais de escada rolante e ainda tem a audácia ignóbil de confundir Status com Divino, Amizade com Talento e meu Dom com porra nenhuma. Mas foda-se, pois se Joyce é Deus, eu sou Jim Carey…(Herege, eu?! Culpe a prosa poética, porra).
Os que realmente me conhecem sabem que sou ácido por natureza, largado por opção e um maldito paradoxo nato. Mas minhas letras andam sentimentalmente lúgubres e isso é péssimo sinal – pois ando até disparando em alvos civis durante meus surtos psicóticos. Na verdade, não perdôo nem os coelhinhos quando “tô com a gota” -. E assim, do meu jeito, eu vou. E continuo indo. Mas conto com a esperança que jaz baleada no porta-malas e com a capacidade que a vida tem em ser irônica, para amortizar a peçonha alheia quando as coisas começam a ir bem e os garranchos tornam-se cada vez mais potentes enquanto assisto o pica-pau e penso no próximo rabo onde depositarei todas minhas duras derrotas. O amargor de minhas tristezas lúdicas. E as gafes que não cometi. Para depois ganhar a rua, manter o fudismo de meia tigela vivo ao levantar o zíper com asco e voltar para o cúmulo da solidão corrosiva, onde guardo ursinhos sem pelúcia. E ouro sem kilate dentro de um quadrado azul.Juro!, juro que não gastarei mais meu tempo com tentativas que sei estarem previamente fadadas ao fracasso – caso eu extraordinariamente consiga fazer isso! -. Juro que o cu do Masp cagou em minha face de Quasímodo e que isso bastou para que eu caísse na real e percebesse que Amar é pra quem não pensa, pros fãs de Belle e Sebastian e pra quem nunca teve uma só espinha na cara durante a imbecil adolescência… Amar?!, meu ovo!!!. Vou é lustrar as balas de diamante que descolei para alvejar qualquer porra de musa que inventar de surgir na reta dos meus amores inventados. Meus exageros Cazuzianos mais que extrapolados. Pois se mulheres só amam o que podem ostentar, eu busco apenas alguém que, se um dia eu subir na vida – pois é óbvio que fôdidos não tem vez (e eu estou atualmente fôdido) -, não me “ame” só pra “mostrar” às amigas invejosas… E que chupe gostoso, lógico!.“Nas bolas, amor. Nas bolas”, pois baixaria mesmo é nascer brasileiro. E pra quem AINDA não sabe, o sonho de todo Homem é possuir sua própria puta, ou retirar freira uma freira da zona. O resto é tudo uma grande viadagem lírica. Prosa pra boi dormir. Máquina de encher lingüiça com links vazios.

Tacada 2: Pandora’s Open para
o submundo
-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“Ontem (dia 1 de maio) um policial quebrou meu violão em mais uma daquelas “batidas rotineiras onde quebram seu violão porque um de seus amigos foi pego com drogas e você não estava no melhor dia e começou a discutir com a lei fake”, tá ligado?!. E hoje, antes do amanhecer, fizemos as honrarias Edu Chavenses. Com duas pás que trouxemos no velho dodge barulhento, Barata e eu cavamos um buraco em um dos canteiros centrais, dentro do terminal de cargas da zona norte de São Paulo, perto de onde ficam as putas feias e os viciados em crack. O farol quadrado iluminava o chão arenoso-lamoso. Solange entornava um resto de vinho azedo, a Dri carburava uma ponta e Mister Z deitado, entrevado, na calçada (completamente possesso pelo álcool)… Peguei o Violão Atômico no banco traseiro. Primeiro alguns de seus mil pedaços, depois o que sobrou intacto… “É estranho lembrar durante o ato de receber um b…”. Ninguém disse nada. Apenas pedi para que me deixassem só (ou seja: que calassem a boca)… O sol, como sempre, nasceu nasceu na hora errada”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“Odeio quando vou registrar uma folha de sulfite apenas. E digo que registro, não pelo registro em si, nem pela ‘memória ‘, nem porque amo a Biblioteca Nacional, mas porque tenho medo de que minha casa pegue fogo e queime tudo o que escrevi em vida. E eles riem de mim, achando que eu tô brincando. Queria poder matá-los, pois juro que estou sentindo cheiro de queimado, cheiro de enxofre na casa toda”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“O bom foi que descobri logo cedo que esse negócio de fazer tipinho não funciona. Da mesma forma que descobri, logo aos cinco anos de idade, que eu nunca seria um daqueles moleques mongóis que estrelavam comerciais infantis como minha mãe queria. E que esse negócio de gastar a megalografia da minha bic quebrada na tentativa de colocar o pau na buceta alheia não dá certo”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…[Retrovisor].“Odeio olhar no espelho quando estou fora de mim – diapasão, diazepam, conhaque, maconha, colchão e tetas; tem nego que mal consegue falar na loucura! -. Odeio olhar no espelho quando ‘perco os olhos’ (de tanto ódio), como disse-me uma Anja a quem amei sincera e ocultamente por dois anos, mas fiz um mal da porra em dois dias… Mas firmeza. Minha parte conservadora pede para que eu saia daqui, urgente. Não sou nenhum angelicida”.-Vamo aê? – fiz a intervenção.-Nããão!!! Por que??? Espera. Deix’eu terminar antes – the bitch sayd.-Meu amor, você não vai terminar nunca!-Lógico que vou, olha só (chupti, chupt, chup, slupt, glupt).-Cê não me conhece (uhh). Se deixar (uhh) eu fico aqui até seu maxilar afinar em dois (uhh) centímetros.-Nooossa… Maaas: você não vai gozar?-Não meu amor.-Por que?-Não posso te dar esse prazer!

Tacada 3: O Nuclear Show: Consuma minhas tristezas e seja feliz por R$ 1.99.
Trezentos e cinqüenta nós na coluna. Três dedos atolados em ninfeta maluquete. Duas doses de mil motivos para não querer mais seguir.A vida pentatônica foi irrefutável com suas provas cabais, cheias de traumas e complexos de toda a sorte, quando disse, com voz aguda como agulha na retina, que eu não deveria ser assim tão legal. Para que escondesse essa merda de humanidade que me infla e transborda orelhas afora, caso eu quisesse ser sedado nos sentimentos, mas tudo o que consigo é ser expulso de retiros espirituais, com o louvor de ser o único na festa a ter quarenta centavos de sensatez no bolso furado e não ser dominado pela histeria coletiva de idolatrar o vácuo-JPG.
E nisso guardo todas minhas agruras, quase dejavus eternos, no núcleo de uma célula aspirante a um câncer cheio de mágoas e vídeos de skate…Liso. Mais que liso. Nem toda obra tem fim, mas a gente tenta por ser teimoso. Eu não quero emagrecer dormindo, nem sentir saudades de lembranças imaginárias, já que tudo que aprendi na vida me faz mal, como a abstinência que trinca minh’alma neste exato momento.Liso. Muito mais que liso. Tem um buraco negro embaixo da cama engolindo minhas meias. Sei que muita gente não entende o que está entrando em seus olhos neste exato momento, mas há algo de tubarão neste peixinho idiota. E entre mais uma e outras: entenda-me quem for capaz!…

Tacada 4: Pixote’s síndrome
Praça Luiza Marilac. A mesma que está em meu livro Dançando Valsa nos Salões do Inferno, que nunca será lido (publicado e afins), pois – pois é foda – segundo alguns amigos “É preciso influência e lamber sacos”, ou seja: FORA DE COGITAÇÃO, pois prefiro viver na merda a “subir pelas costa dos outros”. Deixa isso pros “Boy-êmios” da Vila ou para todo o resto que faz porque acha bonito. Pr’aquele otário dos três livros publicados que nem faz idéia de que perdeu uma bela cadeirada nas costas só porque deus tem essa mania feia de proteger os ignorantes e os americanos. Graças a deus, buda ou a Mara Maravilha, todos livros que estão hoje em minha estante são apenas de pessoas que gosto (e gosto de ler), conheço (meio de longe, mas conheço) e admiro pra caralho!!! Mas não vem ao caso. Mas então: a praça, né?, pode crer. Porra, me perdi. Esquece.

Tacada 5: Mordendo a língua
Desrespeito seria olhar-te sem malícia. Sem me imaginar flanando em seu ventre de algodão. Agasalhado em sua lã de cor não lembrável. Ou punhetando o dedo em sua boca mística enquanto enrrabo sua consciência de literata.Don’t let me fucking dow, bitch. Há cinco gramas de enfermidade entre meu espírito (de lhe querer) e sua carne (esquentando a minha) que corrompem toda a explosão do atrito. E sem atrito, sem fogo. Só o frio das quatro e meia, seus cigarros cansativos e minhas velhas veleidades nada sóbrias.

Tacada 6: Calada trip
Tá. É lógico que não vão me chamar. Também: eu parado chamo mais atenção que uma nave espacial. Aí que ego vai me quer por perto? Mas foda-se. Noventa e oito por cento de minha tecnologia diária é auto-sustentável (ou seja: nada é inatingível e todos são dispensáveis, seja lá quem for). Só peço para que tenha muito cuidado por onde anda, pois todos os loucos de hoje são caretas ricos que não tomam banho ou escovam os dentes.“A mina mora nos Jardins e sonha em ser uma puta gangueira. Será que só ela não percebeu que a Augusta é pop???”.

Tacada 7: A tormenta
Nosso romantismo grita dos becos á lua. Das sarjetas aos palcos. Do tormento ao feijão que há no vômito na calçada. Do sofrimento às folhas da caderno. Dos banheiros às luzes. De noites às noites seguintes. Das entranhas aos copos. Dos copos à Marte. De Urano à Saturno. Do nada ao tudo.Quem realmente tem arte na alma carrega em si o peso da maldição de mil mares de efêmero e eterno. De um triste olhar ante à felicidade. De uma loucura exacerbada em plena área administrativa.Muitos vão antes de nós. Um dia iremos atrás. Que fiquem aqui apenas os chatos, pois certas juventudes não devem serem ceifadas pela praga da velhice.Descobri que deus inveja suas crias. E nós, como criadores, invejamos a eternidade dele. Talvez estejamos aqui apenas para “deixar”. E, no final, estamos aqui apenas para sermos lembrados mesmo.

Zero Intro
Um ósculo de latrocínio. De uma puta depravada. Deito sonhos em cigarros e anéis com câncer. Deixo florais em valas sem jarra.Nem as putas nos compreendem a anestesia. Nem minha mãe me conhece. Só eu posso falar por mim nessa terra, já que deus não ouve minhas gritantes preces.Um ósculo de amoníaco, sob o céu da mesma cidade. Se a vida é sofrer pra ter assunto pr’um blog… Que seja feita vossa vontade.

Trailer "No Eixo da Morte" Afonso Brazza



Não. O legal mesmo (além da frase "Vou viver junto com os animais") é a narrativa final "E agora eu lhe pergunto: pra que tanta violência?" (legal a loirinha também, rs).

Onde os fracos não tem "vêis" (Um Pistoleiro Chamado Papaco - 1986)

Primeira criação especial para "Paulistanas Depravadas"

Paulistanas Depravadas (base 1)

As Paulistanas Depravadas é meu novo projeto musical (para um futuro talvez um pouco distante). E quando digo projeto é projeto mesmo, algo que ainda está (meio que) no papel, sem data pra lançamentos (nem previsões disso), sem pressa, sem pressões, nem nada disso, pois como sou o criador do projeto posso levar como bem entender a bagaça Mas a real é que o Paulistanas Depravadas é um projeto musical onde utilizo samples de músicas brasileiras em uma produção totalmente anormal e não habitual, onde pretendo convidar alguns amigos que fazem música para participar com trechos de suas ilustres letras e vozes. A idéia surgiu em 2009 mesmo, após eu ter criado algumas bases instrumentais estranhas para O Sarau Portátil [ www.myspace.com/sarauportatil ], que não foram para o set lis e que me levaram a essa idéia maluca (de fazer algo com as músicas anormais que fiz), pois alguns desses sons que fiz pro sarau ficaram tão, digamos, estranhos (mas estranhos no melhor sentido), pois não pareciam com nada nem lembravam ninguém, que decidi usar essa minha vertente criativa para reunir os amigos em mais um projeto anormal e original de MaicknucleaR (o louco que vos habla). O som acima é a primeira criação oficial para o projeto e já convidei Humberto Fonseca para dar um tostão de sua voz nesse som. A original nem preciso citar de quem é, pois está implícito.


No mais, usem poucas drogas, fodam de camisinha, comprem-me um iate e não morram, fui.

Rhetta Hughes - Your Doing With Her

Chérie Blue Escarlate (Autor:MaicknucleaR)
Animal. Arredio. Abissais afagos. Sentido seu cheiro de âmago, a essência de sua nuca… Omisso. Olhos saindo a francesa, tergiversando no espaço-tempo.Nunca o cinzeiro esteve tão sem vida. Tão sem suas nódoas de concubinas e sirigaita de outrora e o sopro de palavras prestidigitadas pela boca de quem salva-se com a bóia furada da escrita… “Você tem uma boca tão linda”, diz, fascinada, de olhos ciganos e fios que descem como as cascatas do anfitrião em seu claustro.De la rua. Mecenas. Mercenário de palavras mor, como os dissabores da piña colada. Metropólico úrico. “Quanto você vale, Dorothy?”. Todo sonho tem seu preço, não me culpe se a bíblia é um grande eufemismo para “lei da selva”. Respire, dê um tempo, segure aqui minhas armas enquanto vou ali fazer das tripas um rebento. Partir pro arrebento. Enquanto arrebento cram cracker e tormentos.Faço título de sua submissão aos meus excessos “hardcore” nada líricos. Descubro os milagres do jejum forçado e meia garrafa de vinho. Solo com pálito de fósforo no violão para me mostar, mesmo, e nem ligo. E cedo toda minha vitalidade, na maior, quando resolveste deitar meu zíper por terra.“Nas bolas, amor. Nas bolas”, pois baixaria mesmo é nascer brasileiro. Eu já disse isso em algum outro texto, mas adoro repetir pra você!. E num hiato de sua lascividade registro as cenas que gozarão no papel, na extensão da memória, todas lembranças vegetais. Manuais lembranças. Fios que não se esquecem de propósito. Objetos a te devolver n’outro dia. N’outra loucura impulsiva e zíperes que caem por uma terra bem longe da passionalidade vil.A arte de amortecer quedas!. O apreciar de um novo elixir. “Já pode devolver minhas armas, amor”, pois dormirei entre as fronhas que sua mordida gálaca maculou.

Publicado no Recanto das Letras em 08/07/2007

Brenda George - What You See Is What You Gonna Get

With A Little Help From My Friends

Aperte o play antes de ler...

Quem não lembra-se da jornada vital e vitalícia do nosso grande e narrativo Kevin Arnold em sua saga através de seus Anos Incríveis. O episódio que veio-me à memória exatamente agora foi aquele em que ele fura o pneu do carro de seu pai e tal, mas não é do pequeno Arnold de que este post trata. Ontem teve chuva de meteoros no planeta (!), às quatro da matina. Não consegui ver, pois São Paulo não permite que eu tenha acesso irrestrito ao seu sudário celeste das ninfas bi. Sudário apagado pelas luzes que vem de baixo e ofuscado pela fina e densa lamina de detritos tóxicos que flutuam nesta insensata atmosfera paulistana. Eu só queria ir até a Fronteira, sentar-me na grama do campo e olhar pra cimenfumaçado, com uma garrafa de vinho e alguém que como sempre cagaria pra quando eu soltasse nacos de minha alma em forma de uma loquacidade sincera e embriagada, violão & violada, em cometas que não passam de um pó cósmico bailando nas trevas invictas. Não passam de uma farinha mágica hiperbólica que demonstra que além de nosso super-ego-ego-alter-ego, há coisas acontecendo, digamos, "além de nós". E digo além de nós a partir de um milímetro de distância de nossa carne depravada, além daquilo é chamado de Eu (de nós)... Não vivi dias tão memoráveis quanto os de Woodstock (nem como os de Kevin Arnold). E chegando a conclusão após uma longa e saudosa pesquisa: talvez eu morra sem tais dias memoráveis. Talvez aquele espírito, aquela faísca criadora, que habitava o que chamamos de Terra, tenha sido morto no Vietnan degolado por um comandante que surtou-de-ignorância. E nós sabemos que a ignorância matou o gato, os leopardos, Iroshima e só deixará de posterior as baratas e destroços do McDonalds... Quando falo de alma -e digo alma no sentido *zeitgeister da palavra - aos meus "amigos", ou quando falo de fazer as coisas com alma (tocar com alma, escrever com alma, fazer a merda de um bolo com alma), tudo que recebo em troca é uma cara-de-nada, uma interrogação blazé em cima do pescoço que me deixa até sem graça, pois essa cara superiorzinha e atuada de do-que-cê-tá-falando é a cara da desgraceira de nossos tempos, a prova irrefutável de quão pequena andam as mentes do hoje-em-dia. Milhões de anos de evolução para dar em nada. Para tudo retroceder em sentido gomorrístico onde as relações inter-pessoais não passam de grandes atos prostitutivos, onde o humano, não o humano em si, mas aquela coisa romântica sobre o mesmo, o superar-se, o criar, (e etc) foi trocado por Mais Valia, por Valer O Que Pesa (e, obviamente, não o que se é ou que se pode criar). Talvez por isso não entendam Kevin Arnold, toda memorabilidade de seu tempo e vejam tudo na vida como "uma série legal", como um grande sitcom onde os mais rosados e bem vestidos se unem para serem perfeitos em toda extensão de sua idiotabilidade e serem verdadeiros unos com o universo em suas vãs filosofias de banheiros de barzinho... Tudo não passa uma grande Aparência onde o ser é destinado não por seu livre arbítrio, mas através das primeiras impressões alheias. E mesmo muitos dizendo que o hippiesmo não serviu pra nada eu ainda creio na tese de que os hippies mudaram mais o mundo fumando maconha e comendo os outros que muito "movimento" por aí juntos, mais que muita "ideologia". Não entendo como alguém segue "ideologia", pois gosto de seguir apenas o que acredito e tudo em que acredito nesta vida é em mim mesmo, pois a vida, essa grande vadia, nunca deu e sei que nunca, jamais dará, outra opção de contrato. Nem tudo é um som de Betty Davis nesse circo de horrores, mas se a vida é uma puta, eu preciso ser um maldito cafetão. E mesmo muitos dizendo que sir Joe Cocker fazia apenas uma "performance da droga", eu digo é que ele cantava com alma, que era movido por seu próprio espírito lambendo o cú do universo e cuspindo através de seu corpo alucinado, sua carcaça porta-voz de uma mera faísca interna... Ontem não encontrei ninguém pra ver a chuva, pra assistir o espetáculo do vácuo, encontrei apenas vácuo. Nenhum desses amigos que não ouvem e só falam (e que deixam no vácuo), desses que cagam para meteoros e amigos lúdicos e que nem amigos são. Sobraram-me as divas do soul como sempre e a vista de uma sacada onde de meteoro só se via a lua dando um sorriso sarcástico no céu. É. Já dissera o jornal que a chuva seria melhor avistada na américa do norte e até nisso Deus nos (tropicalmente) fode. Culpa da grande teoria do quase, do Quasímodo, do aparente ser e não seja, do excesso de luzezinhas achando-se estrelas e ofuscando as estrelas de verdade e todos meteoros malucos, desembestados no céu. Se eu fosse famoso (ou tivesse "um livro publicado" - como dizem) talvez até comesse alguém agora, mas fica a gênese de um prospecto de um sábado errado e errante por essas ruas cheias de frialdade, lupanarismo e latrocínio, dentre aparições esquizofrenicas das grandes divas do soul em becos e em meus raros momentinhos de merda.
(MaicknucleaR)

* espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos

Aretha Franklin - Night Life

* "Noite impiedosa. Sereno desumano. Nada mais perverso que a insensatez das esquinas. Nada mais em desamparo que os outros.
Com luz sobrou aurora, mas meu palco verdadeiro é noturno. Com noites ficaram escárnio, carnificina e o brilho melado das boites.
Por hora fica esta opera do malandro culto. Este tiro no asfalto que efetiva o som do ricochete lírico. Faroeste de palavras onde quem tem mais verdade em sua niquilada de aspectos vence...
A mágica do atroz não morre, vê a fauna fecundando novos mortos-vivos. Cheguei ao campo do niilismo e novamente não me vi em nenhum daqueles rostos forasteiros. Mas adquiri certo distanciamento político para com os outros desde que cai neste campo, dotado apenas de para-quedas e granadas sem pino. E já não ligo pra São Paulo ostentando e sustentando suas vadias mal educadas, seus bares sitcom (que no fundo até gosto) – na real um dia quero ter um – e sua cara blazé – mas sem neguinho blazé, sem cara bazé ou etc’s-blazés -.
Ei, futuro morto, eu sou mais que o vazio, só não encontrei meu lugar no espaço. E, infelizmente, para o meu completo desespero, vou morrer assim!. E mesmo que toda noite eu encontre meu sossego sísmico altamente abalado pelo simples fato de saber que não me encaixo completamente em nada, como já disse antes, decidi ser filho da puta, sim, mas sempre sendo o que sou. Um cara que odeia manhãs, gosta de ouvir Sublime às tardes, indie-hip-hop à noite não passa de um porco lúbrico.
É… Tão menos desgraçadas suas noites sem aurora. A lua me espera e outro palco, sem nenhum holofote (ou groopies no camarim), me chama. Que deus perdoe os resto mesmificado, pois como já lhe disseram, senhor: “Eles não sabem diabos da merda que andam fazendo”".

(MaicknucleaR)

* Trechos de "Nessas Noites Sem Aurora"