Feromônios notifloros

Meio revoltado. Disparando pro alto. Polícia passou, não viu, vazei. Quase abracei o poste na rua molhada. Carro do caralho. Odeio carro novo. Sem essa de viver perigosamente. Papinho de boy do caralho. To puto mesmo. Ódio direcionado para o crescimento. Fichas caindo. Jogo rolando. Frustração como combustível pra vitórias. Parei em casa, nem vou sair. Sentindo que hoje ia fazer merda. Sóbrio, careta, há anos assim. Sem piedade, chegando nas cocotas. A coroa ia cair na rede, mas o "maridão" surgiu. Bebi água de côco. Dei um soco em uma placa. Sai da alimentação, comi bolacha recheada. Acelerei mais um pouco. Louco pra que alguém mexa comigo, brinque de maneira qualquer pra eu praticar uns cruzados no queixo. Mas prefiro dar boladas no queixo alheio, sem perdão. Ela voltou, deu um pelé no cara. Eu jogo limpo e deixo claro minhas intenções e minhas intenções não estão indo além desta noite. Não sou fodão, não me sinto, apenas me divirto e não preciso de você pra nada. Guarde seu amor que eu baixo minha guarda. Baixe sua guarda que escondo meu ódio. Ódio direcionado para o crescimento. Desenvolvimento pessoal. Extraordinário. Sem leme. Batida pesada cortando a noite, rasgando calcinhas no dente. Cheiro de fêmea "experiente". Feromônio de banco traseiro. Drive in sem filme. Sem roteiro. Só seguindo essa porra, trocando de marcha. Nem olho no retrovisor. Saí fora. Parei em casa. Senti que ia fazer merda. Revoltado com a divindade. Em busca da minha própria constelação. Celestial até umas horas. Cheio de sonhos. Sou um empreendedor de espírito livre. Amanhã passa. Vou pra praça. Quase joguei a bike da passarela, mais cedo. O som bateu na mente. Era pesado. Aliviou. A cidade cada vez mais cinza. O tempo cada vez mais louco. Eu sóbrio. Há anos. Descontrolado. Dominador. Alpha e que se foda. Eu mando no meu destino como controlo gente submissa. Paulada na guéla. Bolada no queixo. Não preciso de validação pra nada. Lembranças de corações quebrados e filosoficamente questiono esse amor de propaganda, fachada de gente inútil. Parei em casa. Sonhar dói e ir atrás do sonho é mais legal que realizá-lo. Estou no caminho, infrene. Tresloucado, deslocado, metódico e sem tropeços. Disparei pro alto mais cedo. Não tenho porte. Tenho postura de guerreiro. Mentalidade de samurai. Chaveco ninja. Respeito monstro na quebrada. E sede de chegar na frente. Arrebentar os bunda mole da cidade. Eles falam muito bem, mas não viveram nada. Que se foda. Eu sou míope e to focado. Saí das trevas. Celestial pra caralho. Desgovernado, com GPS infalívcl. Sem tropeço. Sem arrego. Sempre implacável e perdendo a razão.

SOBRE LUTAS E DECEPÇÕES



Você conhece o mito. Sabe o nome. O vê se destacando dentre seus iguais e diferentes. Fala com ele e o acha style, fodão, ou normal, ou "não era tudo aquilo que você imaginava". Você só não sabe o que ele passa no escuro, fora dos spotlights. Não sabe em quantas brigas ele precisou se meter pelos becos que anda. Você o vê sempre pra cima, mas nem em seus sonhos mais sórdidos imaginas as dores, os apertos, as tristezas, mágoas, rancores e frustrações que ele guarda em sua alma e coração. Você o vê fazendo algo extraordínário e acha injusto, mas não faz ideia de quantos anos e madrugadas ele varou treinando (sofrendo e chorando) para ser o melhor, até a exaustão, dormindo de cara no caderno, abraçando o dicionário, babando no teclado ou encoxando o violão. Ele aparece renovado, de corpo e alma, mas você não imaginava quantas dores ele sentiu, em todo o corpo, atravessando semanas com todos os músculos inflamados, buscando um novo eu. Você chega ao ponto de dizer que o cara está se "amostrando", por ele ter uma gama de conhecimentos que sua faculdade de merda não te deu, pois, ao contrário de ser um papagaio repetidor de repetições, ele buscou várias fontes de informações, sobre assuntos variados; ele viu a palestra inteira, assistiu o documentário massante, leu pra caralho e do alto da sua imbecilidade você faz uma tentativa inútil de diminuí-lo falando sobre títulos acadêmicos. Você só não imagina que ele sorri pra você te vendo como um verme, um lixo, um pedaço de merda em um papel higiênico, mas ele é tão seguro de si, que apenas ri, enquanto você, em sua insegurança, vocifera tentando demonstrar algum valor e, ele, ele apenas sorri, pois sabe que seu valor é real e não precisa tentar "vendê-lo" pra putinha ou arrombado nenhum, Ele está nesse mundo escolhendo e não sendo escolhido. Ele está nesse mundo buscando caráter alheio, pois o dele é duro como diamante. Ele é solitário, não por opção, não por misantropia, mas ele nunca encontrou amigos dignos, nunca encontrou uma mulher que valesse o esforço além de algumas metidas depravadas e ele anda entre os perdedores que o julgam como perdedor, mas não se mistura com eles, mesmo que seja humilde a ponto de socializar. Vocês olham as pessoas e não sabem o que elas passaram pra chegar onde estão. Não digo filhinhos de papai, filhas de donos de redes de 7 lojas, fábricas, vendas, padarias, sei lá, gente criada em apartamento em bairros melhores, onde seus vizinhos são médicos, advogados, publicitários, atores, músicos, cantores, artistas plásticos, jornalistas, engenheiros e essa porra toda. Falo de sair de um lugar onde a única opção de se ganhar dinheiro é roubando ou traficando, onde todos os seus vizinhos estão tão fudidos que eles nem ousam sonhar em sair de onde estão e vivem agradecendo a Deus pelo pouco e raro que possuem. Não ousam estudar, nem imaginam que é possível evoluir e melhorar; eles aceitaram, desde nascidos, a miséria mental... Se o esforço fosse o único quesito pra se chegar em algum lugar, quase metade do planeta seria feito de Bill Gates da vida. Mas não. Essa porra é injusta pra caralho. E não tem moral da história. Cada um que se foda. E nessa, eu, ou "ele", vai seguindo sozinho, sem ninguém pra conversar, abraçar, rir, falar besteira ou atirar em garrafas. Mas tudo é parte de um plano maior. E este é o momento de ver, como diria o poeta, "os manos e as minas fracas" e rir, rir bastante dessa falsidade toda e jamais fazer parte dela. E ele não quer nada de ninguém, só quer viver, ser feliz e os que não entendem isso o estranham e ele sabe que todo e qualquer um que já o estranhou é só mais um erro na matrix, um coitado, prisioneiros livres. Enfim, faz a sua que eu faço e minha e que tudo se foda com queijo e bacon. Hora voltar pra ostra, criar mais venenos e curas no laboratório.....