Libélulas e bolas de aço
A liberdade de condicional diz:
A beleza aurora-borealesca de minhas cores flamejantes jamais se altivaram, alcançando assim, a lâmina azul do firmamento sem nuvens. Minhas asas estão aptas para a prática da navegação aérea, mas o espaço aéreo foi tomado por urubus carniceiros e corvos praguejantes dotados de alto nível de Q.I. (quem indica). Falo meus sentimentos com as flores, pois apesar de estar preso a uma corrente e uma bola de aço, não tenho rabo preso com nenhum ser vivente desta fauna maldita de favores boquetados, egos de hidrogênio. Minha voz muda pesa como aço e minhas cores talvez nunca sejam vistas no mar de urubus.
Alçando vôos rasantes
O poeteiro diz:
Alço vôos rasantes e delirantes,
Solto bombas de titica em bonés, ternos e turbantes,
Estupro os olhos de leitores ofegantes,
Desando mulheres e garotas excitantes...
Tomando drink’s flamejantes,
Debaixo de saias esvoaçantes,
Derrubo fotos imortais de cima das estantes,
Faço a eternidade se tornar um simples instante...
Causo impressões realmente impressionantes,
Arranco solos bluesescos de violões tonante,
E continuando escrevendo merdas extasiantes!
Hotéis baratos
O ladrão de cinzeiros e toalhas diz:
O chuveiro de água quente e o quarto com TV e som, são máscaras inverossímeis plantadas na face do mundo que há lá fora. São camuflagens urbanas de uma guerra fria entre a melancolia suicida plantada nas raízes do coração e a felicidade onerosa de comercias de margarina que vendem sua carniça enlatada em falsos pacotes de felicidade, lacrados em sorrisos falsos e petrificados de botox e conservados em esperma de girafa. O revolver sobre o criado mudo, minhas roupas sob a cama, uma puta de ladinho tomando no que um dia também foi lacrado e um desejo suicida na mente sem futuro e melancólica que cospe jatos de porra atolados entre duas bandas de pães que untaram a pobre faca com fétido chocolate.
Seguir ou se jogar?
A pergunta perguntou
A trilha é longa, o destino é incerto; não tenho mapa ou a mínima noção de onde estou indo. Peregrinando... Andando mil milhas na terra sem fim, esquecido por Deus e de alpercatas furadas. “Escrever é tudo que temos no final das contas” me disse o grandioso Mário Bortolotto, concordo plenamente, mas acho que já ultrapassei o final das contas e o que me resta são duvidas infindáveis que vem com dois opcionais: “seguir ou se jogar”, duas simples alternativas: "atravessar a ponte ou se jogar dela". A pergunta: Será que vale a pena continuar (escrevendo)? Não será uma grande perda de tempo? Um grande e estertorante desperdício de forças e talentos inertes? Não será apenas uma masturbação cultural que me levará para as latrinas de uma vida fudida e mal paga? Vale a pena agüentar os tapas na cara da vida? Se você souber... Me responda!
Na casca do ovo
O estelionatário diz:
Sozinho no escuro eu tenho medo, pois não vejo ninguém. É triste ver o que estou vendo, se não vejo você. Lembro que chamava e você vinha, estava comigo todo santo dia; estava presente em todos os momentos: de perdas, de glórias, de alegrias. E agora que você se foi... Deixou um coração magoado, ressentido e acuado que só pensa em você! Como pode fazer isso assim? Não deixou nenhum bilhete pra mim!...
Eu odeio sua ingratidão, te dei casa e comida e você filha da puta me deixou na mão...
Rex, volta pra casa... Sua ração ta no prato...
Oh rex, volta pra casa seu cachorro ingrato.
Tempo Instável
O velho Bluesman e a espingarda dourada dizem:
Abro a porta...
A velha cadeira de balanço se move sozinha e derruba a espingarda por culpa do vento leste; trago a guitarra debaixo de um braço e uma garrafa de whiskey na outra mão.
Ela se foi...
Ligo a guitarra na velha caixinha instalada ao lado da velha cadeira de balanço, encho o meu velho companheiro o: “copo” e uso a caixa como mesa.
O vento cospe centelhas de uma chuva que está por vir... Ela se foi...
As nuvens relampejam as faíscas de meu antigo amor, a chuva chora por meu coração, a plantação bambeia como minhas desfalecidas pernas semi-alcoolizadas.
Ela se foi...
O primeiro gole; a primeira lembrança dela nua; o primeiro solo; a primeira música: “Blow Wind Blow do Jeff Healey”.
O Blues se aconchegou acusticamente debaixo da minha tempestade de lembranças, bebeu no meu copo manchado, inundou meus ouvidos, transou comigo solando em êxtase, balançou a cadeira e não deu a mínima pro vendaval...
O Blues chegou, mas...
Quem se foi mesmo?
Texto-prévia-www.pastrame.falai.net-2006
A amostra grátis de infâmia pecaminosa diz:
“Caixeiro viajante”
(Autor: MaicknucleaR)

Que merda és tu oh caixeiro viajante,
Que fuma da mais tenra e preciosa erva,
Que se diz relaxado por algo da terra,
E ria a todo instante...

Quem és tu que por onde passa,
Deixa uma trilha de fumaça,
De um energúmeno trem inebriante...

Por que seus olhos têm cor de chama?
Porque chama a fome de larica?
Por que ri quando o cliente raclama,
E manda o trabalho às picas?!
“Ele está atrás. Ele que está por trás. Ele que corre atrás e sem você perceber ele te segue, desde que nasceu ele te segue e você nem percebe sua ilustre presença.
Corrompendo nações, ferindo corações, jogando inocentes aos leões “Há, Há, Há”. Ele é o mau nos becos da noite e da morte ele é a foice. “Buhhh”, você acha que não, mas ele está comendo seu coração; deturpando a paz e a decência, levando o mundo a maldita decadência. Influências de maledicências; avareza... Em seu trono está sentado pensando impurezas. Sentado, ele controla o mundo, pois é rei do caos e do absurdo!”
Trecho de “Sombras da noite” de: MaicknucleaR & UzzmetralhA

As divagações da sombra da noite


A caneta desabafante diz “eis o texto”:
Assim como o dito cujo acima, também sou uma sombra da noite; esgueirando-me nas latrinas da vida com cadernos e putas, escrevendo com canetas escusas, usando a claustrofobia de uma alma dilacerada que vive na clausura de uma alcova luxuriosa, buscando esperança em corpos sinuosos que me levam a redenção da lascívia; andando por ruas de caminhos incertos de rumos sem destinos. Torno-me uma sombra, um ser virtual de vida limitada a sites, blogs e teclas de computadores emprestados por baixo prazo. Faço amigos que nunca vejo e considero-os irmãos distantes. Garotas que me mimam sem saber que minha baixa-estima já matou e enterrou meu ego em cova profunda. Nem sei porque escrevo este monte de merda; só escrevo! Continuo sendo uma sombra da noite mendigando olhos com apetite de leitura inútil. Deus me esqueceu mil milhas atrás... Vago pelo deserto de mim mesmo.
Eterno & efêmero
O relógio da Galeria Pagé diz:
Não tenho tempo para perder com as verborragias da vida, preciso ser sucinto e conciso, virar os copos de licores malévolos e sanguinolentos; encontrar minha redenção loquaz em valas fétidas e prostitutas de salto alto que navalham a alma de carteiras abarrotadas com fotos de esposas infelizes.
Não tenho tempo pra ficar velho e nunca ficarei, mas a morte corre atrás de mim com seu possante carro “tunado”, e eu estou na porra de um fusca 67 com um só carburador fazendo sinal de fumaça para que a urgência de minhas palavras sejam lidas por outros loucos e aflitos que fazem roleta russa com armas automáticas e arrumam brigas pelo simples prazer de sair do mundo real e serem reis de si mesmo.
Não tenho tempo para sua piedade muito menos para o seu olhar altivo; não tenho tempo para narizes empinados de vadias analfabetas, não tenho tempo para idiotas.
Mas perco meu tempo em futilidades luxuriosas, escárnio à vida, roubar os cds de blues do meu pai e ficar olhando fotos idiotas em busca de inspiração!
Destinos putrefeitos da vida
A bússola diz:
Estou a deriva no oceano de uma vida sem destino.
Não sei o que quero, muito menos para onde vou.
Sigo sem medo de ser feliz. Só aprendo errando na minha errante vida, rumando pro arrebol de um presságio maldito de uma cigana que disse que eu me tornaria escritor (mesmo sendo só um musico frustrado) e morreria na queda de um elevador.
Meu destino não está na palma da minha mão, nem bolas de cristal nem naquela cigana idiota e seus presságios pré-pagos de uma figa. Eu não tenho destino, nem rumo pré-estabelecido em um mapa imaginário, nem nasci sabendo o que queria ser quando crescer e até hoje, ainda não sei o que quero. Sigo um destino putrefeito que leva ao abismo moral e psicológico, um rumo luxurioso que me leva para dançar valsa nos salões do inferno.
O energúmeno segregador
Qual seu mundo oh segregador?
Qual é seu galardão quando me segrega oh nobre gentil homem? Dizes que não fazes parte de meu mundo, mas qual é seu tão egrégio habitat? Que lugar de tamanha galhardia é esse, onde os seres biltres ufanizam-se por sua falsa probidade e segregam seus semelhantes chamando-os de hunos! Nobre senhor, minhas vestes são de maltrapilho, minha face não é do sul europeu, mas não sou insolente ou estulto, nem ando os caminhos da ignomínia.
De onde vem esta tua disparidade para comigo? Nasci sim, na horda dos infames, mas tenho coração opulento de nobreza, jamais segrego os diferentes; olhe para o espelho e veja a merda que fazes homem vil que pensa ser rei.
Por isso digo-lhe nobre senhor: “enfie sua segregação no meio do seu rabo! E vá tomar sem K.Y. no meio do seu cu seu filho da puta... e volte pro seu mundinho ridículo e fechado onde você é o superiorzão”.
Grato!
Menos do que você pensa, mais do que você imagina
No paradoxo sem, controle remoto, simplesmente automático diz:

Não! Como...? ... Já disse que não!
Não... Quem...? Porque...? Não... Quem...?

Heeeey, estes amigos não são meus... ! Como assim... ?
Nada aqui é meu e muito menos para mim! Porque... ?
Estas fotos na parede não são de minha infância, muito menos de minha família e aquela não foi minha primeira namorada!
Este quarto de hotel não foi pago por mim, estas roupas no armário não são minhas, nem sei o por que estou dentro deste quarto familiar, porém estranho.
Quem é esta voz no telefone que me deseja uma boa noite, diz que está com saudades e termina dizendo que me ama?
O amor desta pessoa não é meu e nem para mim, na verdade, nada é meu, nada dessas coisas familiares são realmente conhecidos meus.
Um exemplo... Esta janela, aliás, além desta janela. A paisagem que vem embutida por trás desta simples janela com detalhes gregorianos, não é para os meus olhos!
O violão no canto do quarto não foi feito para meus dedos tocarem, o edredom na cama não é para que eu me cubra, o pijama do meu tamanho não é para me vestir durante o sono!
Este elevador por onde desço não me levará para baixo.
Este porteiro que me cumprimenta pelo primeiro nome nem sabe qual é o meu nome e na verdade, nem tenho um nome.
A sensação da garoa desta cidade denominada “da garoa” me atinge, provocando-me uma estranha sensação de estar dentro de um corpo que não é o meu.
Converso com um taxista e não escuto nenhum som, as ruas desta cidade também me são familiares, mas tenho certeza de que nunca estive aqui.
Nunca comprei um pão nesta padaria, nunca parei neste bar de esquina, nunca vi estas pessoas que conversam comigo.
Nunca respirei, mas sinto meus pulmões pulsando. Nunca fumei e estou com um cigarro nos lábios que não são meus.
Quem sou eu, como, porque, onde, quando, o que, quem sabe, de onde vem... Nunca ouvi e nunca farei tais estúpidas indagações.
Quem sou eu...? Sou muito menos do que você pensa e muito mais do que um dia você já ousou imaginar!
Para onde vou...? Vou!
De onde vim...? Vim de onde estou indo.
Porque...? Eu que lhe pergunto: porque?
Sou a metade do nada com a metade do tudo!
Existo mesmo não estando aqui...
As pessoas me vêm mesmo eu sendo invisível.
Volto a ser eu mesmo, mas... Eu nunca fui EU e para piorar... Eu nunca fui... Nunca serei...
Paradoxo...
Nada, tudo...

(*trechos de textos retirados do site "Opastrame" © 2005 MaicknucleaR/AltacasA. Todos os Direitos Reservados.)
TÁ FODA, AINDA TO SEM PC E SOU OBRIGADO A CHUPAR MEUS PRÓPRIOS TXT DO PASTRAME.. merda...
Depravação, insanidade, confissões da alma, romance, putaria, poesia urbana, sexo, drogas e solos de blues
(*trechos de textos retirados do site "Opastrame" © 2005 MaicknucleaR/AltacasA. Todos os Direitos Reservados.)
Escárnio, mofa, zombaria insultante:
"...um imbecil do bairro me viu tocando violão e teve a pachorra de me perguntar: - Maick, você toca. Eu Respondi: - Não animal, eu faço sapateado!"

"...dias atrás fui a um restaurante chique e o garçon me disse: - Meni?! - Não otário; essa é a Angélica. Meni é sua mãe!"

"...o gerente da boate me disse que uma de suas "empregadas" queria sair comigo, e eu disse: - Quanto ela me paga?!"

"Polêmico sou eu que mandei o padre tomar no cú no meio da missa de domingo".

Romantismo, paixão, putaria:
"Hoje à tarde vou arrombar a porta de seu apartamento!
Vou levar comigo duas mil pétalas de rosas vermelhas que roubei em jardins pela cidade;
Varrerei seu tapete, limparei seu armário, organizarei seus cd’s em ordem alfabética e retirarei o pó de cima de sua TV..."

"Quem es tu nobre senhora, que sutilmente invadiu minha vida e possuiu minha alma?
Quem es tu, que me acompanha em todos momentos de minha vida e só me deixa na calmaria do silêncio absoluto?..."

"...ela perguntou: “cadê o videogame?”, puxei ela com força e joguei-a na parede, peguei a mão dela e passei no meu pau e disse: “pega no meu controle”. Antes de qualquer reação, enrolei o cabelo dela na minha mão e disse: “agora você é minha”. Beijei feito um louco desvairado roçando gostoso naquela coxona que eu deseja há tempos. Num tranco a joguei na cama e fui tirando a camiseta (pensando que nesse exato momento ela iria dizer que queria ir embora ou coisa assim). Pro meu espanto ela nada disse e começou a tirar a roupa..."

Insanidade & depravação:
"...como eu sou uma pessoa normal, se tiver uma garrafa no meu quarto eu mijo nela, mas não saio nem fudendo.
Será que essa visita non grata não percebe que ela não tem intimidade, não é amiga da família, não é bem vinda, não é nem do círculo de amizades, não é parente, não é porra nenhuma... Não é nada, não é ninguém e se morrer não vai fazer falta e ninguém daqui vai ao enterro nem muito menos dizer: "meus pêsames" ou mandar condolências... "

"...eu sei que quando ele tinha doze anos, teve um caso com a psicóloga dessa "casa de correção", ela dava o cu para ele no chão da salinha dela e pelo que ele me dizia, ela só dava o cú mesmo, enquanto os outros menores esperavam do lado de fora para serem atendidos..."

"...e três depois meses ele me liga dizendo que está morando com uma professora de piano aposentada cega; ex-mulher da vida que agora tinha um açougue e precisava de alguém para cuidar da casa, dos negócios e da buceta de 67 anos dela. Ele trabalhava de manhã, no final da tarde comia a velha e a noite ia pra rua andar de skate..."

Confissões da alma:
"Adoro sentir o cheiro de seu corpo!
Você é a minha rosa bege.
Você é o néctar dos deuses que produz um aroma ímpar."

Leseiras:
"...durante meus passos olhei para a calçada e vi que raios saiam dela.
Vejo a áurea de quem caminha ao meu lado sair pela camiseta como se fossem ondas de rádio.
As luzes dos carros brilham como se meus olhos estivessem cheios de lágrimas."

"Lá vem ele lixando as paredes de um beco fulo e sujo com a metade esquerda de seu corpo sem sustentação devido a seis dias de bebidas de má qualidade, cigarros Paraguaios e bares de blues..."

"foi quando percebi a loucura que havia feito (deixar o violão sozinho).
Peguei uma ponta que estava no bolso de trás e acendi..."

e etc...
"quando ouviu: “- Não seja mal educado, diga oi para minha Glock”. Seu sangue tingiu a parede de vermelho, pedaços de seu cérebro escorriam como lemas por toda a parede!"

"...foi quando minha mãe abriu a porta da sala e me viu sentado no sofá, segurando o pau pra cima enquanto a Jacqueline chupava minhas bolas. Ela exclamou "ahh meu deus", e eu disse: "calma mãe, não é nada disso que você está pensando"

O que era ruim há de se tornar pior...
opastrame.falai.net - 2006
AGUARDEM
Mensagem de (sen)sabedoria:
"Inteligente era o Maguiver, que nunca leu um clássico da literatura mundial, mas construia bombas pseudo-atômicas utilizando apenas: um palito de dente, um cortador de unha e um chiclete mascado!"
MaicknucleaR
A labuta escrita e a míriade de volúpia
Fudeu! A fonte do meu PC queimou; acho que perdi alguns textos novos do www.opastrame.cjb.net e agora vai ser bem difícil atualizar o blog. Aproveitei que vim na casa de uma amiga pra... pra... pra; pra fazer companhia a ela. Ela tem 35, é gerente de uma loja, Brasileira de CORPO e alma, mora sozinha em um ap. aqui na Bela Vista e tem medo de dormir só, por culpa da violência Paulistana. Aproveitei que ela desmaiou no sofá após ter me feito um bo... um bo... um bolo, e comecei a escrever feito um louco depravado. Nem sei o que escrevi, pois estou “beijando o céu”; só sei que vai ser difícil re-atualizar este blog e por isso já deixei 9 posts zero-bala pra vocês dichavarem. (Enjoy o joint)
Solitário e suicida
A gota d’água emocional diz:
Precipitar-me ou não precipitar-me; eis a maldita questão!
Eis o ponto, onde a vida já não tem mais sentido algum; onde o cansaço da espera por respostas de perguntas infindáveis estertoram-me; o ponto onde o vazio se torna a própria dor da fome – sinto fome; onde a busca perde a motivação; onde a solidão deixa de ser opcional: O precipício!
Pular rumo ao quebra-mar de ossos? Fazer nó na grossa corda de contra-baixo? Cortar o fluxo das veias do pulso? Ou simplesmente atirar na própria cabeça, espalhando esse monte de merda que ando pensando?
O pescador de feixes
A minhoca esquartejada diz:
Com a mão em anzol, pesco um feixe de luz que invade estuprosamente a claustrofobia de minha anil alcova clausurosa, onde me enfurno com livros emprestados, canetas que não pegam, copos de café com leite e amigas que me chupam.
Katrina
O furacão avassalador diz:
Sopra vento
Em espiral
O tomento,
A demência do violento
Que violenta!
Sopra pra lá vento
A falta de entendimento
E traga os bons ventos do discernimento
E cesse essa tormenta!
Onde nascem as idéias
O Eletro-encéfalo-grama diz:
Navego os sete mares a naus, por oceanos, buscando motes em terras firmes do continente mental, circundo a atmosfera em busca de vãos na camada de ozônio, que possam me abrir uma passagem para o infindável universo da inspiração. Pego carona em estrelas decadentes e deixo me levar pra onde quer que ela vá; busco a vida em lugares inóspitos/remotos e desbravo a selva de neurônios onde nascem as idéias!
Para ser o primeiro
Um trecho da musica de “MaicknucleaR & UzzmetralhA" diz:
Na procura de paz, seu mundo ele deixou...
Pede carona pra sua migração.
Em busca de algo ou talvez de alguém...
Algo pra ser feliz, pra se sentir bem.
...Pra se achar? Sim, se achar...
Se achaaaaar, baby, se achaar, yeeeee-eeeeh...
Se achar!
Trêmulo
O porra louca diz:
- Isso que eu chamo de “miríade de volúpia”! Eu disse.
Minha doce gerente que deu cano em sua labuta só pra “me ver” riu. Riu e lambeu vagarosamente a ponta do sorvete, frente e verso com a língua em espiral. Deslizou a língua subindo e descendo, segurando-o pela base fálica quase sacral. Olhou nos meus olhos, respirou fundo e subitamente engoliu a metade do sorvete buscando sentir o “sabor Maick” nas profundezas de sua garganta. Beijou e lambeu. Mordeu a púbis, lambeu e passou os lábios em minha virilha; uma; depois, outra. Salivou no perônio e subiu bruscamente buscando a saco duro. Afundou a boca e parte do rosto no saco e as bolas correram cada qual para um lado, buscando suas bochechas agora rosadas. Chupou os saco com voracidade e boqueteou as bolas. Depois do incessante aquecimento, a boca dela tornou-se uma buceta, na qual eu fodia depravadamente; sua cabeça de cabelos curtos tornou-se uma bola de basquete na mão de Michael "EU" Jordan. Tentei quebrar meus ovos naquele queixo, mas não chegava.
- Onde quer que eu goze?
- Onde você quiser. (Ela respondeu).
E foi na guéla mesmo... Porra pra caralho... Ela cuspiu nas minhas bolas num ato semi-vomital, afogou-se no gozo chupando meu o saco (agora mole); e passou vadiosamente o rosto no saco mole e emporrecido. Ela deitou e dormiu rápido, cansada pelo dia estafando e as quase duas horas de chupação de sacos, bolas e taco (uma verdadeira fã de beisebol). Liguei seu pc. Aproveito para “bloguear” atualizações. Ainda estou trêmulo e, há um pedaço daquele rabo enorme aparecendo enquanto os resquícios de porra me espasmam neste exato momento e continuam deixando-me novamente trêmulo.
Iluminados & Gênios
O acrobata das letras diz:
Os seres Iluminados estão predestinados a completa escuridão! Eles peregrinam vagarosos dentre fétidos becos esburacados, onde as damas da noite exalam o etéreo aroma feromonal de viscosas bucetas, lubrificadas pelo veludo lingual de casados carentes e desgraçados. Os seres iluminados provém as sobras da noites e iluminam os outdoores de néon que indicam o fundo do poço de um balcão, onde inescrupulosos barman’s calibram copos com poças de poderosos e luxuriosos elixires do inferno, onde a luz afogará suas mágoas. Andam por esquinas onde notas de 10 e 5 são sinônimos de libertação espiritual e, o vomito é o pastor de palavras regurgitadas em valas de lindos esgotos.
Os Gênios? Os Gênios foram crianças prodígio que cresceram, tornaram-se azuis, moram numa garafa sem álcool e trabalham como coadjuvante na Disney!
Bala na idéia pra trocar
O Sniper em cima do prédio diz:
Não, não sou um erudito que debate filosofia, holocausto, arte-contemporânea e clássicos da literatura em mesas de bares sit-com, escondendo-me atrás de uma cara-de-cú-blasé, ataviada com óculos de academica armação preta e grossa (Não, não busco um lugar-ao-sol [como já me disseram], pois sou apenas um musico-frustrado e não um escritor! sei meu lugar no mundo). Não, não fiz faculdade e só terminei o ensino médio com 23 anos e mesmo sendo do fundão, nunca fui um ignóbil e limitado aluno. Não fugi da escola, mas a vida me levou pra rua, pros fatos, pros acontecimentos, para fazer a história e não para lê-la em decorébas. Toda idiossincrasia que os livros, teatros, artes e filmes europeus teoricamente te proporcionaram, eu aprendi (vivendo) na prática; todo discernimento que você aprendeu através da erudição e anos de estudos, eu aprendi com meus erros, com o fato de me segregarem e com os tortuosos caminhos da minha vida. Não, não sou escritor, mas escrevo por urgência de falar o que penso e, o que penso, vem da visceralidade do âmago da minha alma e não de aulas de filosofia ou clássicos da literatura. Sei sobre a vida e me auto-analiso mesmo não tendo noções de psicanálise. Filosofo, mesmo não sendo amigo de Sócrates; vocês não me compram com existencialismozinhos baratos e inúteis. Penso, logo quero que se foda. Eu sou debilitadamente burro, eu sou um ignorante-estúpido, eu sou um ser aculturado, eu sou um Californimano merencório; na verdade, eu sou Pulp (quase-poético) Fiction, enquanto esses acadêmicos blasés Vila Madalenosos são Forest Gump; um bando de idiotas que fazem (e falam) idiotices...
Eu sou um verdadeiro filho da puta desgraçado que não tem medo de errar, não sinto vergonha de meus aprendizados vexaminosos. Eu fui um "Menino de kichute" (de Márcio Américo), que na adolescência fumou muita "Bagana na chuva" (de Mário Bortolotto) e hoje sobrevive numa espécie de “Bangalô” (de Marcelo Mirisola). Sou um infâme crônico que às vezes faz crônicas a lá Douglas Kim, sou a personificação humana de propaganda enganosa (no profile 'pastrame') tal qual um "Japa Paraguayo" denominado Pedrito (risos)...

E caso algum senhor reacionário academicuzinho não tenha gostado... Beija meu ovo!
Ajudem um compatriota Brasileiro
Sinceramente, não sou escritor! Prefiro o termo: Músico Frustrado.
Mesmo não sendo escritor, eu escrevo muita coisa. Aliás, é a única coisa (fora sexo) que ando fazendo na minha inútil e ignóbil vida. Ou seja: Você, caro amigo (a), que tem alguma condição ou Q.I. (quem indica), para me dar um apoio cultural (financeiro na verdade), eu muito agradeceria; pois minha situação está ridícula e cansei de ser bancado pelas minhas amantes, ser expulso de casa pelo meu pai, ser chamado de vagabundo pela minha mãe e usar roupas de papai. CONTRATEM-ME (sei lá). Posso não ser escritor, muito menos gozar de técnica, mas me esforço pra caralho... ajudem-me! Grato.
MaicknucleaR de Los Santos Angeles
O deserto de Jack Daniel´s e reminiscências vítreas
O chão que frita ovos diz:
Abandono aquele velho trailer deixando para trás: uma lágrima atrás de um óculos escuro feminino e um cigarro com a bituca manchada de batom, devidamente postado nos lindos dedos em V de unhas escarlate que se longificam por trás da longa e densa poeira deixada pelo rastro de meu velho Impala 1969. O vulto vítreo de cabelos longos presos com uma bic, não sabe que faço apenas o que é preciso; sigo meus tortuosos caminhos. Vejo balanços e cactos, miragens de lembranças em cima do capô, Jack Daniel’s como co-piloto e uma sinuosa estrada seca de emoções no meio do deserto assassino onde se ouve o blues de Mississipi, famintos urubus e... e a voz dela no meu toca-fitas...

[Amor; assumo que meus caminhos são longos, tortuosos, desérticos e incompreensíveis, mas todos têm fundamento e migram para um oásis emocional]
O nome do jogo
O crupiê diz:
Hey, culpe o jogo e não me culpe por jogar.
Não criei este jogo, muito menos as regras... conheço-as bem e, criei as minhas em cima das já existentes. Nunca trapaceio; apenas uso as regras contra elas mesmas, procuro caminhos alternativos, olho o jogo de cima, tenho calma, calculo e ataco com voracidade. Sou um jogador solitário e ardentemente calculista! Te levo pra cama e jogo em dupla enquanto dure o motel, mas na hora de entregar a chave do quarto, volto a jogar sozinho contra esse mundo de rainhas de egos inflados com hélio em balões de silicone. Sou um jogador maldito ouvindo blues e bebendo um dry martini, pois vivo vencendo e perdendo, errando e aprendendo, conquistando e te comendo, jogando e vivendo, te odiando e te querendo.
Os arquivos de minh’alma
O garoto do almoxarife diz:
Noites de verão, candelabros de luzes amarelas do centro da cidade, lago dos patos, conversas sinceras, capetices no tempo de escola, quermesses do bairro, roles de bicicleta, skate na Charles Muller, Curitiba, as garotas de Cascavel, shows insanos, flertes inesquecíveis, conquistas impossíveis, chupadas (nas bolas) que recebi...
Amigos de uma noite, raras bebedeiras, fumaça em becos, andanças com quem considero, meu velho Fusca azul pavão, catracas de ônibus, lua cheia, musicas que marcaram, mulheres que me mataram, me deram ou foram motes de punheta; sonhos de dias melhores, banhos de chuva, gafes horrendas, shows que fiz, glórias, percas, fodas, drogas e tudo que esqueci!
A visão santo maldito
O anjo caído e repetitivo diz:
Fui abençoado com uma visão que atravessa mundos, ultrapassa barreiras, compreende os incompreendidos, inclui os excluídos nesta festa de egos espumosos em taças de champanhe Cristal. Maldição abençoada que provoca meu exílio sentimental, assim como se eu fosse o Quasímodo abandonado na porta de uma igreja por culpa de meus traços demoníacos, alma de anjos celestes e um coração mais humano do que de toda a humanidade que me quer enforcar junta. Provavelmente terei um fim trágico; serei queimado em praça pública; serei caçado por homens ostentando tridentes e tochas, com pedras e madeiras nas mãos, que me odeiam por não me entender. Serei crucificado por culpa de minha maldita visão e atos santificados... ( e não me canso de falar sobre esse assunto)
Tempo Instável – Jukebox
PS: Depois do "quase-infarto" de ter me visto (lido) pela primeira vez nos blogs dos grandiosos Mário Bortolotto e do Márcio Américo; novamente me emocionei com mais um "quase-infarto" quando fui me deleitar no blog do grandioso Pierre que disse:

Brothers e/ou Bloggers:
[Txt furtado do blog do Pierre]

O Kim é um cronista invejável, seus relatos estão cada vez mais detalhistas e bem humorados; E eu estou sempre lá no blog, com meus coments idiotas;
+ Há um tempo atrás linkei aqui nessa pocilga amarela o Mr. MaicknucleaR, que conheci através do blog do Bluesman Bortolotto (quem não foi ao CCSP, perdeu a versão belíssima da música título do post). O Maick escreve bem pra caraio, é outra ilha de boa literatura, num ciberespaço cheio de lixo;
+ Outro recém linkado é o Thiago Pinheiro; Ele já teve lá suas aventuras com o Kim e o Edinho. Descubra tudo acessando o blog dele; Colaborem, porque o cara sempre reclama que ninguém lê;
+ Outra coisa. Meu fim de semana foi salvo por um bom papo com o Pinduca, a Dani, o Montenegro, a Marisa, o Marquinhos, entre muitos outros, durante a madrugada da tal “Virada Paulista”;
+ No domingo terrível, fui salvo pela onipresente Sandra; Minha melhor companhia, desde 1993.
= Sou um cara sortudo.
Escrito por masatoyk às 11h03

Link do Pierre:
jukebox-songs-stories.zip.net/
hey.. tem 2 post's inéditos abaixo... rsrs.
Solitário habitat
O vulto cabisbaixo diz:
O telefone não toca e não tenho pra quem ligar,
Cartas não chegam e não tenho para quem escrever,
Não recebo e-mails e não tenho para quem enviar,
Olho, olho, olho e sei que ninguém eu vou ver.

Ando pelos tristes cômodos e nem assombração me acompanha,
Preparo o jantar e uma antiga musica lenta,
Enquanto a outra cabeceira da mesa está (e vive) vazia...
Vejo meu triste coração cheio de teias de aranha,
Através de uma janela onde a solidão habita.
Emaranhado de idéias
A estrada da língua diz:
Perco-me nas ruas desta megalópole cheia de esquinas e ruas sem nome ou CEP, casas sem números, avenidas de palavras sem placa, preferenciais sem preferência de assuntos, canteiros centrais de conversas em linha reta que são cortadas por um cruzamento de conversas insípidas, porém agradáveis. Via expressa de loquacidade saltitante, acostamentos silenciosos, beberrões de sopas de letrinhas e calçadas esburacadas por erros de acentuação, enfim, ruas de neurônios que formam um emaranhado de idéias fúteis.
Jardim secreto
O jardineiro chicano diz:
Sempre fui receoso com aquele lúgubre jardim de árvores moribundas, chão de folhas secas, onde o vento sempre soprava assoviante e álgido. Sempre me arrepiei ao encontrar duendes e demônios naquele lugar maldito onde perambulam as sombras da noite e lobos desvairados. Sempre corri ao menos estalar de galho seco que ouvia...
Cresci... e aquele lugar se tornou meu esconderijo secreto, meu motel sem sabonetinho e toalha grátis, meu próprio cofee shop onde no outono, as árvores são reanimadas por um verde brilhante e o chão se entope com um carpete de flores rosadas e murchas...
A flor que não tive
O cara que sempre estraga tudo diz:
Pequena de longos cabelos negros e lisos que desfilavam por suas costas enquanto caminhava dentro de seu salto alto em direção da mesa onde estava o bolo.
Envolta por um sutil vestido com estampa de lindas flores que exalavam um perfume ímpar, enquanto suas grossas coxas provocavam faíscas ao atritarem durante o andar que lhe provocava uma ondulação marítima em seus belos e naturais seios. Aquela boca carnuda e vermelha estuprava um copo de vinho e contratava com sua pele quase transparente. Tive sua boca, lábios, beijos e seus enormes seios na palma de minhas mãos; mas não a possui naquele Uno Mili e, até hoje ela é mote de minhas masturbações noctifloras.
Em busca da liberdade
Os neurotransmissores demoníacos dizem:
Ando preso dentro de mim mesmo, vivendo em um infinito universo localizado dentre de minha própria mente. Sozinho com meus demônios internos que não passam de caricaturas de meus próprios desejos e turvos pensamentos, que sonham acordado e vencem a própria imaginação num mundo inexistente, porém perfeito pra mim...
Ando buscando a liberdade em quartos de hotel e curvilíneos e experientes corpos femininos provocadores de uma miríade de volúpia. Busco a liberdade em longos solos de um velho bluesman que vendeu a alma no Delta Mississipi. Busco a liberdade na insanidade noctívaga e nas palavras que cuspo na caderneta que está em meu bolso direito onde deveria haver uma carteira com notas de 10 e 50.
Virada sobre lençóis Califórnia
A virada à lá cultural diz:
A megalópole está em chamas, os ânimos estão exaltados, os ônibus abarrotam avenidas, transeuntes embrenham-se no matagal de vendedores das calçadas cheias de desocupados e ocupados indo e vindo para não sei onde; bonés von-dutch em cabeças idiotas e nós ali no meio, contrariando o frenesi calamitoso da grande cidade. Cerveja e livros, aperto nas coxas e destino. Ipiranga, mas não até a São-João. Lugar secreto onde a virada cultural custa 32 reais até as seis da manhã. Escolhida dentre muitas. Nada de preocupações estúpidas, apenas você e eu num mesmo ideal sob aquele chuveiro quente, num quarto com cheiro de mofo enquanto sua língua e lábios encontravam e deslizavam sobre meus pontos g’s, h’s, i’s, j’s. Ela diz: “os bobões estão lá fora perdendo de fazer isso” (ela disse o que eu pensava). Horas e pausas para pequenas confissões e duchas rápidas no chuveiro quente. Virada que durou das nove da noite às cinco e vinte da madrugada.
A professora de literatura disse adeus enquanto um idiota metido a besta, projeto escarrado de escritor de calça larga tomava uma coca-cola gelada e seguia quase cambaleante ao “Jd.Brasil 2181”, ouvindo ao fundo a voz de Elza Soares cantando a carne ao vivo e a cores.

Ela disse: “Me escreve (um email)”. E eu agora digo: “Não vou te escrever, vou escrever para você... sem preocupações, sem medo de se entregar para a vida, apenas EU, para você”.
Mi casa (es mi casa)
Tonica sem gelo...
Minha casa não cai:
Vejo legiões tentando implodir minhas estruturas com palavras de injúria, utilizando-se de um estopim de inveja mórbida que tenta me dinamitar a preço de bananas explosivas. Vejo que em cima daquele mirante, as pessoas me olham de cima em cima em baixo através de seus binóculos de grossas armações,medindo-me e rezando para que eu tropece em minhas fundações e caia.
Grandes terremotos emocionais sacudiram meus tijolos.
Grandes vendavais empurram-me para precipício.
Grandes tsunames cuspiram em meu rosto com força de mil maremotos na tentativa de me fazer cair por terra, mas nada até hoje me derrubou.
Quando o copo vira amigo
O inescrupuloso barman diz:
Afogo as mágoas num rio de solos de blues,
Lavo uma lembrança com um “duplo”,
Mato alguém virando o copo,
E vou ao fundo do poço deste balcão! (repost)
Doin' time, when the live is easy...

Os primeiros feixes de luz arrebatam-se por cimas das inóspitas montanhas, trespassam por dentre as altivas árvores e cobrem o chão com a clarividência do jubilo matinal. Os pássaros em seu gozo, nadam em um montinho de areia esquecida por algum caminhão de construção. Sinto a vida fluir freneticamente por minhas veias aceleradas por cafeína. “Bad fish” toca no meu walkman imaginário. Abaixo minhas armas e percebo que meu amor não move montanhas, mas anda por aí como um cão vira-latas. Mais uma vez tudo fica em slowmotion, o verde vivo das árvores hoje estão mais vivos do que nunca; as cores de uma linda manhã que surpreende meus olhos, completa o vazio de minha existência e me ensina o verdadeiro valor das coisas. Não tenho um real no bolso furado, não tenho propriedades muito menos opulências, mas tenho meu cachorro na coleira e a manhã mais linda do mundo só para mim...
As quatro pontas da real felicidade:
“Um dia quente, uma cerveja gelada, a mulher amada tomando banho gelado com você e Sublime!”

Há momentos no mundo em que nada está errado, nada está certo; tudo está somente sublime.
MaicknucleaR
Um lugar de nós dois
O filho diz:
Arraigados nesta singela vivenda, deitados sobre esta alfombra de folhas secas e mortas, acendendo o fogo vermelho durante a última faixa laranja do arrebol. Fazendo pedras quicarem sobre este manto aquoso que logo refletirá o céu aspergido de estrelas, erigindo a etérea lua no céu do nosso lugar secreto onde o desdém humano jamais ousou existir.

O pai traduz:
Enraizados nesta singela casinha, deitados sobre este tapete de folhas secas e mortas, acendendo o fogo vermelho durante a última faixa laranja do pôr do sol. Fazendo pedras quicarem sobre este manto aquoso que logo refletirá o céu borrifado de estrelas, levantando a sublime lua no céu do nosso lugar secreto onde o desprezo humano jamais ousou existir.
Quando fomos eternos
O doce de leite da vóvó diz:
Lembro-me do tempo em que o quarteirão de minha rua era maior do que todo o universo que há em meio do firmamento.
Tempos em que podíamos pegar estrelas com as mãos e guardávamos aviões dentro de nossas camisetas dois peixinhos.
Da rodinha sobressalente do lado esquerdo da velha BMX as manobras espetaculares em cima da mesma.
Tempo em que o escuro nos seduzia, intrigava e provocava choros.
Tempo que em que desbravamos o mundo dentro de pequenos caminhões de madeira, aventuramo-nos em velhas casas assombradas atrás de fantasmas. Anos oitenta onde assistíamos os filmes de adolescentes colegiais loucos por sexo, e passávamos meses com aqueles peitões americanos na cabeça e dizendo: “eu vi, você não viu”.
Tempo onde a calmaria da falta de assunto não incomodava como hoje em dia. Exatamente nesses momentos, olhando para o velho lago de Mairiporã quando um de nossos pais levava, comendo pão com mortadela e tomando guaraná, quietos... Nós éramos eternos
Jogos, trapaças e teclados fumegantes
O cobrador de juros diz:
Não mova seu rabo fétido desta cadeira ou senão vou arregaçar seus miolos atirando textos insanos com meu teclado semi-automático municiado com teclas dum-dum, dedos radioativos e idéias de grosso calibre.
Não dê um maldito pio senão calo sua boca com o chumbo da ponta da minha caneta bic.
Não chore ou senão enfio este fálico caderno enrolado no seu rabo e disparo todos meus textos no seu intestino delgado.
Não ouse me denunciar ou te mato escrevendo sobre você.
Fale de mim para todos seus amigos e espalhe pelas ruas de linhas azuis que há um novo chefão nesta bocada literária.
O real trono real
Eis que criei o trono especial para:
Reis da falsidade.
Reis ufanos e idolatras.
Reis e rainhas que usam mascaras para esconderem suas verdadeiras faces.
Rainhas da fofoca que invidiam a vida alheia.
Reis do imiscível e pomposo mundinho só seu.
O cetro real (45 por 8 centímetros) está acoplado ao centro do trono, e ergue-se bruscamente ao sentar do rei em questão.

Versão genérica:
Especial para: pessoas falsas, fofoqueiras, desleais, intriguentas, intolerantes, mascaradas, usurpadoras, ufanos, altivos, peculatários, duas caras, insípidos, fanáticos religiosos, terroristas islâmicos, George’s Bullshits e vadias interesseiras!
(versão sem cetro)
A brisa da rua turva
As sombras da noite dizem:
Algum senso de bússola interno dirigia-me até meus aposentos através daquelas ruas turvas e de perigos eminentes.
A brisa sudeste faz com que meu corpo penda para a esquerda enquanto ando trôpego por aquela zona de guerra, piso em minas desativadas e tropeço levando a carne do meu rosto de encontro ao áspero asfalto.
Levanto quase rapidamente... Faço meu braço de viga e o apoio na parede enquanto lavas de vomito ácido erupcionam de meu ventre.
Recomponho-me... Olho para aquele embaçado caminho que hei de seguir...
Fumo o resto daquele cigarro de odor estranho e jogo a ponta no chão.
As sombras da noite me acompanham e fazem minha segurança para que nenhum sociopata maldito cruze meu caminho...
E enfim, chego em casa.
Pomba rola
O rato bípede voador diz:
Não me segure pelo braço.
Não me acorrente ao pé da cama.
Não faça chantagens emocionais para que eu fique.
“- Sem dramas por favor meu anjo”.
Não confunda meu amor e romantismo com anéis e algemas.
Não tranque a porta senão eu pulo da janela de seu oitavo andar e vôo para a liberdade.
Terapia de choque
O vesânico diz:
Eu sou louco, pois acredito na lealdade infinita de uma amizade.
Eu sou demente, pois mesmo não afirmando, acredito no amor.
Eu sou insano, pois me entrego sem medo para os acontecimentos e momentos da vida.
Eu sou retardado, pois afirmo que encontrei felicidade no olhar de uma rapariga.
Eu tenho “pôbrema” da cabeça, pois não tenho medo de ser apenas eu mesmo, perante reis e rainhas.
Eu vesânico, pois como pasta de amendoim com chocolate e digo que é côco para que todos pensem que sou apenas um deficiente anódino, enquanto sou o mais real perigo para a sua sociedade mental.
Santidade
Os homens, santos e os desertores dizem:
Quando pequeno, percebi que eu era diferente das outras crianças.
Já um pouco maior, sentia-me como um estranho ser vivente.
Na semi-adolescência, o mundo não aparentava ser minha vivenda.
Sentia-me um forasteiro em terras hostis...
Quando a luz da compreensão sublimou minha visão, percebi que eu não era comum, eu era santificado. Santificado significa separado, ou seja, eu era um ser santificado, eu era um ser separado do mundo por forças maiores e excluído por ignorância do homem vil.
Passei a vida escondendo-me atrás de postes de luz, seguindo-te em surdina, usando largas calças para passar desapercebido e de óculos escuros para ser um rosto na solidão da multidão de seres incompletos.
Eu sou um cachorro com asas que segue o cheiro de seus passos para te proteger dos perigos das ruas. Eu sou o louco com taco de beisebol que aparece para livrar sua pele do tão famoso “coro”. Tenho a imperceptível incumbência de ser Del Los Santos Angeles, pois sou o anjo maldito criado para salvar o mundo e destinado à solidão.
Deus me denominou com o nome de “Maickyluzx”, o anjo que trará a luz, mesmo sendo condenado a viver nas trevas.
Novos amigos velhos
O guia do desencontro diz:
Redescubro velhos amigos novos,
Conheço antigas pessoas contemporâneas,
Atualizo velhas histórias atuais,
Revejo rostos que nunca vi...
Envio eletrônicos cartões postais sem destino,
Congratulo aniversariante há quilômetros de distância e envio presentes via sedex,
Abro meu coração com a tela do computador,
A tela toma minhas dores e chora por mim...
Às vezes os encontro face a face, porém não os identifico,
Às vezes eles gritam do meu lado, mas não conheço suas vozes,
Voltamos para casa, contamos nosso dia e percebemos que estávamos um ao lado do outro e só percebemos diante do “Messenger”.
Abraçando o infitino
O lívido firmamento diz:
Ergo os braços e agradeço os Deuses por me prestigiarem com tamanha pequena grandeza. Entrego-me por completo ao anacronismo, pois naqueles dias os tempos passavam lentamente e os relógios insistiam veementemente em apressar-se diante da falta de horas. Sem dívidas para com Deus não temos tempo para envelhecer.
Sem dívidas para com Deus nós somos retratos eternos.
Sem dívidas para com Deus sabemos que este saco de osso que carrega a nossa consciência pode sim perecer, porém jamais dará pau em nossa memória.
Destruirá a cpu, mas a caixa preta de nossas histórias e vivencias perpetuaram para todo o sempre finito.
Arrebol

“Dizemos que nunca somos felizes, mas quando somos, não percebemos”.
MaicknucleaR
O retardado incompreendido
O curandeiro diz:
Deito-me em seu branco divã ornamentado com listras azuis claras e despejo o ínfimo de minh’alma. O ínvio se torna um grande portal sem chaves ou trancas e fica livre de embustes. Cofio o bigode e bato na cabeça em busca metralhando palavras em alvos de papel numa desenfreada tentativa de livrar-me do hediondo exício. Buscando o ímpeto em vírgulas e frases mal construídas com excessivos erros de pontuação. Busco a redenção de um paraíso inexistente onde o papel é meu divã e minha caneta é meu analista!