Tenho esse problema da sinceridade extrema. Converso até com cachorro da cracolândia sobre assuntos delicados. Não tenho medo da minha vida. Vem quente que eu to torrando no asfalto. Vontade de espremer a vida e injetar na veia. Preciso de mais tempo que meros 90 anos. Quero um pó de vida pra rasgar as narinas. Um bong de vida da boa. Um licor de existência da melhor qualidade. Sensação de invencibilidade que só sinto em turbulências. A pressão cai. Tudo fica escuro. E continuo rindo e pedindo mais desafios, continuo socando o ar. Quero replay dessa porra, câmera lenta, melhores momentos, retrospectica. Quero ver meus erros em 4k, qualidade de cinema. Quero meus acertos guardados para os momentos mais íntimos. Se chorei ou se sorri isso só diz respeito a mim. Sem comparativos. Cada idiota com sua idiotice e mesmo não fazendo parte disso respeito a idiotice alheia. Foda-se. Me dá um trago dessa vida de segunda, uma fungada dessa vida de terceira. Não, baby, não to falando de bagulho. To falando de vida. De sede por essa merda vital. Tenha discernimento poetico, é só o que peço.