Creio eu, em minha insapiência, que o maior ato de religiosidade é perceber o quanto estamos errados em relação ao alheio, ao outro. E a única religião que existe é a palavra mais deteriorada e estuprada pela indústria musical, cinematográfica e outras: o "amor". Não creio que "amar" uma pessoa seja "amor". Isso é uma comunhão de interesses e afinidades consumadas através de uma boa foda. Creio que o amor é mais extenso, mais vasto e abrange a todos. Lembro que há 9 anos eu estava na porta de um teatro e um senhor de rua veio tentar conversar com aquele povo e estranhamente só eu dei atenção ao mesmo. Todos agiram como se ele fosse apenas um vulto. Hoje cometi esse ato com um "noia" que veio falar comigo e segundos depois me perguntei: "Que merda aconteceu comigo?". Me senti mal por isso... Dividir pra conquistar. Creio que seja o fruto de um sistema maldoso que busca nos excluir uns dos outros por meras questões comerciais. Marcas, status, times, religiões, partidos políticos, cor, enfim. Queria rever esse cara e dizer: "Mano, foi mal naquele dia, minha mente tava a milhão pensando em imbecilidades que me foram incutidas na mente e que na real nem me dizem respeito". Enfim. Pode me achar estranho. Muita gente acha que pelo tipo de arte que produzo eu tenho que agir como um tipo de bad boy, mas para quem acha isso, perdão, ou vocês são muito burros, ou realmente não entenderam nada da minha proposta. Eu boto pra fuder MESMO, sou dissidente por natureza, Terrorismo Poético na veia, mas isso não me obriga a ser mais uma dessas pessoas perfeitas online. Eu tenho meus problemas e a maioria deles, assim como os seus, são apenas uma questão de perspectiva. E uma perspectiva tão bem elaborada pela forma que fomos criados (família, escola, amigos, mídia e outras influências), que nem percebemos que nossos problemas são meros choramingos de crianças mimadas. Me sinto grato por ter epifanias quase diárias há quase 2 anos direto. Me sinto grato por apanhar da vida justamente onde me dói mais: na mente.