 * verbo$curtos em Espaço Nossa Terra
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Segue o texto do primeiro som do player, a música "Que Brasil é Esse" de Bebeto Cicas e trecho do texto do livro "Meu Doce Valium Starlight (Dulcinéia Catadora - 2007)" de MaicknucleaR.
O Brilho de um Asfalto Azul (MaicknucleaR)
Eis que surge o impávido  porra nenhuma. Ensopado de incredulidade ímpar. Ostentando garrafas  que (raramente) lhe acompanham na limusine-allstar-de-trinta-conto,  por simples estética de quem sabe vagar estilosamente no noturno e  chafurdar gloriosamente na obscuridade do spotlight. Mero romantismo  sem veneno de amor. Um: “deixe estar que a coisa acontece”. Desajeitado  porco chauvinista eu. Faz movimentos de translação no asfalto azul  cheio de vermes. Procurando o lugar que não há em si mesmo, nem nos  corpos que se foram, elevados, em cima de saltos lascivos. Faz incursões  nos sorrisos que brilham por trás de cabelos que balançam, mas não  caem. Desvirtuando veredas alheias por inconseqüentes cegueiras de  uma alma que atua a vida. Inconseqüências de um showman sem público  botando pra fuder no carro que nunca viu, numa noite que não é a dele,  numa conta que não pagou, enquanto a máquina de escrever perambula  o âmago reto, cheio de vácuo, de beldades cinematograficamente ocas.  Ocas como seus quadros endeusados em paredes JPG…  
   Pegue a pressão zero por  menos um que deixaste no meio fio. Guarde o resto de dignidade no bolso  esquerdo de trás, junto à caderneta surrada e os canapés customizados.  Lave esta fuça de quem comeu gostoso e não gostou da foda. Encare,  de óculos escuro, o dia, mesmo que você pareça um vampiro maltrapilho,  recém desamaldiçoado, que saiu de uma rave após nove dias extremáticos.  Pois há uma vida burocrática rutilando lá fora, lá na outra esquina,  na outra bodega, em outro cômodo-jardim, em outro condado. E mesmo  que sair do harém lhe doa a alma. Lhe foda com o réquiem… Au revouir  muchachos” é o que digo ao corpo que carrega meu peso nos ombros  e continuo: “Não se preocupe com os que estão preocupados em não  separar o sujeito, do verbo, com vírgula. Eles não conseguem rimar  romã com travesseiro. E por pior que seja o itinerário, por mais que  altas dosagens de insanidade lhe façam andar como um João Bobo descendo  uma ladeira de skate. Ou a sofisma alheia lhe desarme na frente das  minas almejadas e seus drinques solitários. Nada abala a idiossincrasia  única. O intrínseco verdadeiro que não se esforça para agradar-e-conquistar.  A maldita digital que vos escreve, bitch.
 
 
