Menos do que você pensa, mais do que você imagina
No paradoxo sem, controle remoto, simplesmente automático diz:
Não! Como...? ... Já disse que não!
Não... Quem...? Porque...? Não... Quem...?
Heeeey, estes amigos não são meus... ! Como assim... ?
Nada aqui é meu e muito menos para mim! Porque... ?
Estas fotos na parede não são de minha infância, muito menos de minha família e aquela não foi minha primeira namorada!
Este quarto de hotel não foi pago por mim, estas roupas no armário não são minhas, nem sei o por que estou dentro deste quarto familiar, porém estranho.
Quem é esta voz no telefone que me deseja uma boa noite, diz que está com saudades e termina dizendo que me ama?
O amor desta pessoa não é meu e nem para mim, na verdade, nada é meu, nada dessas coisas familiares são realmente conhecidos meus.
Um exemplo... Esta janela, aliás, além desta janela. A paisagem que vem embutida por trás desta simples janela com detalhes gregorianos, não é para os meus olhos!
O violão no canto do quarto não foi feito para meus dedos tocarem, o edredom na cama não é para que eu me cubra, o pijama do meu tamanho não é para me vestir durante o sono!
Este elevador por onde desço não me levará para baixo.
Este porteiro que me cumprimenta pelo primeiro nome nem sabe qual é o meu nome e na verdade, nem tenho um nome.
A sensação da garoa desta cidade denominada “da garoa” me atinge, provocando-me uma estranha sensação de estar dentro de um corpo que não é o meu.
Converso com um taxista e não escuto nenhum som, as ruas desta cidade também me são familiares, mas tenho certeza de que nunca estive aqui.
Nunca comprei um pão nesta padaria, nunca parei neste bar de esquina, nunca vi estas pessoas que conversam comigo.
Nunca respirei, mas sinto meus pulmões pulsando. Nunca fumei e estou com um cigarro nos lábios que não são meus.
Quem sou eu, como, porque, onde, quando, o que, quem sabe, de onde vem... Nunca ouvi e nunca farei tais estúpidas indagações.
Quem sou eu...? Sou muito menos do que você pensa e muito mais do que um dia você já ousou imaginar!
Para onde vou...? Vou!
De onde vim...? Vim de onde estou indo.
Porque...? Eu que lhe pergunto: porque?
Sou a metade do nada com a metade do tudo!
Existo mesmo não estando aqui...
As pessoas me vêm mesmo eu sendo invisível.
Volto a ser eu mesmo, mas... Eu nunca fui EU e para piorar... Eu nunca fui... Nunca serei...
Paradoxo...
Nada, tudo...
(*trechos de textos retirados do site "Opastrame" © 2005 MaicknucleaR/AltacasA. Todos os Direitos Reservados.)
TÁ FODA, AINDA TO SEM PC E SOU OBRIGADO A CHUPAR MEUS PRÓPRIOS TXT DO PASTRAME.. merda...
4 comentários:
Querido, passei também algum tempo sendo obrigada a dividir um espaço escuro e frio, com umas 500 crianças, gritando: - Caraca! Você me matou?- e correndo ao redor de várias máquinas, em uma lan-house, para espiar rapidamente alguna remendos do universo virtual que faço as vezes parte, não se preocupe, isto também passa...mesmo assim vejo que sua produção não para, saudade do papel somente é coisa de arruda ...beijos de mim
gosto muito desse, entrou igual faca quente aqui nas minhas (minhas?) vísceras, doeu um pouco, mas sara.
muito cuidado, pq é perigoso, é hora de respirar, novamente pela primeira vez.
vc já sabe que adorei todos os seus textos ,mas quero reforçar:eles são maravilhosos!!!!!!!!!!
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