Ontem conversava eu (entusiasmado qual um virgem diante uma puta), com o grande gaitista Enéias Ribeiro, sobre o término da produção de Paulistanas Depravadas. E que diabos seria Paulistanas Depravadas? Bem, o Paulistanas...
é o nome do meu projeto musical, que reúne *samples de grandes nomes da música brega (como Paulo Sérgio, Odair José, Ronaldo Adriano, Roberto Müller, Luiz Carlos Magno e etc.), misturados a trechos do áudio de porno-chanchadas e filmes nacionais antigos, com rimas
ludicamente filosóficas e cheias de aforismo. Desde o Sarau Portátil eu vinha com essa idéia de fazer essa produção, utilizando só elementos nacionais, que apelidei de PshycoBregaSoul (ou ChanchadaGroove), mas até então era só uma idéia vaga, mas de umas duas semanas e meia pra cá, do nada, comecei a caçar música soul dos anos 60 para meu deleite auditivo e me deparei com um som chamado "A Hora É Essa" da Célia e fiquei alucinado pra samplear esse som,
mas não sabia onde usar, se em um novo Sarau Portátil (pro futuro distante) ou em sabe-se lá o que. Aí, com a frustração de não conseguir encaixar os beats da Celia, sai caçando alguns nomes bregas na web e pra minha surpresa estamos aqui, umas duas semanas depois, postando - o último som produzido - que: terminei a produção e agora só falta escrever sete das nove letras, retirar e acertar as rebarbas sonoras e boom: gravar e já era. O que achei mais style em tudo isso é que consegui fazer um play que dá pra rolar inteiro sem precisar passar som nenhum (e que acho que vai agradar anciãos e pueris), e, tirando as brincadeiras do ludicismo e chanchadeirismo (e a desbocagem), os sons todos têm alma e eu acho que ficaram bonitos pra caralho. Todos tem meio que uma perspectiva de "Me fudi pra cacete, mas ainda estou em pé" e é bem mesmo esse o clima que esse projeto deveria ter, pois antes mesmo de surgir o Paulistanas... eu dizia, brincando, aos botões: "Ando me ferrando tanto, sem amigos (no sentido real da palavra), sei lá o que deu nas mulheres que viraram umas grosseironas que só me dão patadas quando tento ser gentil (será minha cara de "no-money"?), sem um maldito puto no bolso, ouvindo som velho, fazendo arte boa pras paredes, vendo o movimento da rua e se contentando com isso. É. Minha vida até parece a de um personagem de música brega". Enfim, nada mais lúdico, nada mais brasileiro, nada mais verdadeiro e foda que Paulistanas Depravadas para se arrebatar cantando os refrões entorpecidamente. E é isso, não pretendo fazer show nem ganhar dinheiro - pretendo divulgar como se quizesse -, mas deixar algo raro pra colecionadores malucos de um futuro talvez inexistente. Segue no topo o som "Mesma Merda", que foi o último som que fiz pra fechar proposta (12 pauladas sonoras). Logo sai um myspace (após as gravações, sabe-se lá quando), já tô com uma idéia pra arte na mente e boom. No mais segue abaixo o email que o Bebeto me enviou sobre o Verbos Curtos (MaicknucleaR + Bebeto Cicas + poesia & viola) que vai rolar domingones agora.
Au revoir, seu depravados.
Sarau Do CICAS
15:00 Voluma Sistema 17: 00 Sarau Viola na Vela apresenta: No beco da zicaVerbos Curtos & convidadosEspaço aberto para artistas independentes, músicos, poetas, buscando a poesia e o cotidiano para representar encontro de culturas e ideias, promoção da literatura que é produzida na periferia da cidade, o sarau é a liberdade de palavras e circustâncias, que só depende da reunião. Show com Amarelo Folha, banda de reggae alternativo com misturas de bossa nova, rock e dub, blues com rimas de hip hop, guitarra distorcida com batuques pesados, dupla de metais, samples e samba. Fazendo sua nova formação com integrantes da banda Kaskos kaus, dando assim o seguimento musical, em breve lançando seu primeiro DVD independente, em parceria com o CICAS, objetivando as criações que já vem sendo desenvolvidas no espaço e abrindo novas oportunidades as bandas locais com intuito social e cultural. Local: Centro Independente de Cultura Alternativa e Social End: Av. do Poeta 740 Jd. Julieta colabore com nossa biblioteca.
* [loops - trechos de músicas já existentes que são remasterizadas, tratadas, desvirtuadas, sodomizadas e transformadas em uma nova música]
Meu Doce Valium Starlight (MaicknucleaR) Intro. Um ósculo de latrocínio. De uma puta depravada. Deito sonhos em cigarros e anéis com câncer. Deixo florais em valas sem jarra.Nem as putas nos compreendem a anestesia! Nem Freud explicaria esta fuleiragem sitcom de não saber que após exorcizar mil demônios cada um traria mais sete amigos bandoleiros para resolver a treta…Mas firmeza. Profissionais não podem ser atingidos.
Tacada 1: Sardônia A edição romântica de uma vida cheia promessas falidas e sonhos furados. Um espetáculo sem platéia, um show sem público, um camarim sem artistas, uma van sem groupies para lamber-nos a virilha, um blog sem comments onde vou lapidando-me a base de frustrações dilacerantes, violência exacerbada e um frio desespero por mais um gole cortante de vida. Sem leme. Em um dos sete mares de Cabaços e Descabaçadas que levam-me pelo braço, como uma acompanhante profissional, à um niilismo suicida e esperançoso. À mescla de Eu Posso o Que Der na Telha e “Você não pode, pois não se encaixa nos padrões” que excita meu velho, inativo e incomensurável ódio, pois a confirmação de um dia frio para uma raça de sangue quente não é lá a melhor notícia do mundo.Não! Não me incomodo em acender um rojão de doze estrelas pipocantes dentro do elevador que agüenta no máximo oitocentos e cinqüenta quilos, sorrir sardônico pro reflexo ao lado, apontar o artefato para a câmera que tira toda minha segurança e dizer abafado, protegendo os olhos com um dos braços: “Herege, eu?! Culpe a prosa poética, porra, pois juro que sou normal” – ou ao menos acredito piamente nisso.…”BOOM”. Você já viu estrelas? Pois ultimamente nem tenho olhado pra cima! Em meu mundo não vejo (e só enxergo) meu umbigo. Mas este show de horrores que os outros costumam chamar de vida me obriga a abrir Pandora Box toda madrugada, sem dó nem piedade… Parcimônia e serra-elétrica. Láudano e leviandade. Toda a poesia do mundo em um só clique nesses portais recheados de Nada. Antenas que não colaboram com minha sintonia. Mato de coelhas que não caem de boca. Psico na mão de Pata. E a certeza de que os dias nunca serão melhores.Todo dia esquartejo deus com uma faca de plástico de festa de criança. E toda noite encontro meu sossego sísmico, altamente abalado, no fato destruidor de saber que não me encaixo completamente em nada. Esse fato pulverizador, de não ser de laias, que me joga calado nos cantos dos eventos, vendo tudo que é mortal improfícuo sendo confundido com um deus da maioneze, mas não vem ao caso!… Tem gente subindo pedestais de escada rolante e ainda tem a audácia ignóbil de confundir Status com Divino, Amizade com Talento e meu Dom com porra nenhuma. Mas foda-se, pois se Joyce é Deus, eu sou Jim Carey…(Herege, eu?! Culpe a prosa poética, porra). Os que realmente me conhecem sabem que sou ácido por natureza, largado por opção e um maldito paradoxo nato. Mas minhas letras andam sentimentalmente lúgubres e isso é péssimo sinal – pois ando até disparando em alvos civis durante meus surtos psicóticos. Na verdade, não perdôo nem os coelhinhos quando “tô com a gota” -. E assim, do meu jeito, eu vou. E continuo indo. Mas conto com a esperança que jaz baleada no porta-malas e com a capacidade que a vida tem em ser irônica, para amortizar a peçonha alheia quando as coisas começam a ir bem e os garranchos tornam-se cada vez mais potentes enquanto assisto o pica-pau e penso no próximo rabo onde depositarei todas minhas duras derrotas. O amargor de minhas tristezas lúdicas. E as gafes que não cometi. Para depois ganhar a rua, manter o fudismo de meia tigela vivo ao levantar o zíper com asco e voltar para o cúmulo da solidão corrosiva, onde guardo ursinhos sem pelúcia. E ouro sem kilate dentro de um quadrado azul.Juro!, juro que não gastarei mais meu tempo com tentativas que sei estarem previamente fadadas ao fracasso – caso eu extraordinariamente consiga fazer isso! -. Juro que o cu do Masp cagou em minha face de Quasímodo e que isso bastou para que eu caísse na real e percebesse que Amar é pra quem não pensa, pros fãs de Belle e Sebastian e pra quem nunca teve uma só espinha na cara durante a imbecil adolescência… Amar?!, meu ovo!!!. Vou é lustrar as balas de diamante que descolei para alvejar qualquer porra de musa que inventar de surgir na reta dos meus amores inventados. Meus exageros Cazuzianos mais que extrapolados. Pois se mulheres só amam o que podem ostentar, eu busco apenas alguém que, se um dia eu subir na vida – pois é óbvio que fôdidos não tem vez (e eu estou atualmente fôdido) -, não me “ame” só pra “mostrar” às amigas invejosas… E que chupe gostoso, lógico!.“Nas bolas, amor. Nas bolas”, pois baixaria mesmo é nascer brasileiro. E pra quem AINDA não sabe, o sonho de todo Homem é possuir sua própria puta, ou retirar freira uma freira da zona. O resto é tudo uma grande viadagem lírica. Prosa pra boi dormir. Máquina de encher lingüiça com links vazios.
Tacada 2: Pandora’s Open para o submundo -Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“Ontem (dia 1 de maio) um policial quebrou meu violão em mais uma daquelas “batidas rotineiras onde quebram seu violão porque um de seus amigos foi pego com drogas e você não estava no melhor dia e começou a discutir com a lei fake”, tá ligado?!. E hoje, antes do amanhecer, fizemos as honrarias Edu Chavenses. Com duas pás que trouxemos no velho dodge barulhento, Barata e eu cavamos um buraco em um dos canteiros centrais, dentro do terminal de cargas da zona norte de São Paulo, perto de onde ficam as putas feias e os viciados em crack. O farol quadrado iluminava o chão arenoso-lamoso. Solange entornava um resto de vinho azedo, a Dri carburava uma ponta e Mister Z deitado, entrevado, na calçada (completamente possesso pelo álcool)… Peguei o Violão Atômico no banco traseiro. Primeiro alguns de seus mil pedaços, depois o que sobrou intacto… “É estranho lembrar durante o ato de receber um b…”. Ninguém disse nada. Apenas pedi para que me deixassem só (ou seja: que calassem a boca)… O sol, como sempre, nasceu nasceu na hora errada”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“Odeio quando vou registrar uma folha de sulfite apenas. E digo que registro, não pelo registro em si, nem pela ‘memória ‘, nem porque amo a Biblioteca Nacional, mas porque tenho medo de que minha casa pegue fogo e queime tudo o que escrevi em vida. E eles riem de mim, achando que eu tô brincando. Queria poder matá-los, pois juro que estou sentindo cheiro de queimado, cheiro de enxofre na casa toda”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…“O bom foi que descobri logo cedo que esse negócio de fazer tipinho não funciona. Da mesma forma que descobri, logo aos cinco anos de idade, que eu nunca seria um daqueles moleques mongóis que estrelavam comerciais infantis como minha mãe queria. E que esse negócio de gastar a megalografia da minha bic quebrada na tentativa de colocar o pau na buceta alheia não dá certo”.-Chupti, chupt, chup, slupt, glupt…[Retrovisor].“Odeio olhar no espelho quando estou fora de mim – diapasão, diazepam, conhaque, maconha, colchão e tetas; tem nego que mal consegue falar na loucura! -. Odeio olhar no espelho quando ‘perco os olhos’ (de tanto ódio), como disse-me uma Anja a quem amei sincera e ocultamente por dois anos, mas fiz um mal da porra em dois dias… Mas firmeza. Minha parte conservadora pede para que eu saia daqui, urgente. Não sou nenhum angelicida”.-Vamo aê? – fiz a intervenção.-Nããão!!! Por que??? Espera. Deix’eu terminar antes – the bitch sayd.-Meu amor, você não vai terminar nunca!-Lógico que vou, olha só (chupti, chupt, chup, slupt, glupt).-Cê não me conhece (uhh). Se deixar (uhh) eu fico aqui até seu maxilar afinar em dois (uhh) centímetros.-Nooossa… Maaas: você não vai gozar?-Não meu amor.-Por que?-Não posso te dar esse prazer!
Tacada 3: O Nuclear Show: Consuma minhas tristezas e seja feliz por R$ 1.99. Trezentos e cinqüenta nós na coluna. Três dedos atolados em ninfeta maluquete. Duas doses de mil motivos para não querer mais seguir.A vida pentatônica foi irrefutável com suas provas cabais, cheias de traumas e complexos de toda a sorte, quando disse, com voz aguda como agulha na retina, que eu não deveria ser assim tão legal. Para que escondesse essa merda de humanidade que me infla e transborda orelhas afora, caso eu quisesse ser sedado nos sentimentos, mas tudo o que consigo é ser expulso de retiros espirituais, com o louvor de ser o único na festa a ter quarenta centavos de sensatez no bolso furado e não ser dominado pela histeria coletiva de idolatrar o vácuo-JPG. E nisso guardo todas minhas agruras, quase dejavus eternos, no núcleo de uma célula aspirante a um câncer cheio de mágoas e vídeos de skate…Liso. Mais que liso. Nem toda obra tem fim, mas a gente tenta por ser teimoso. Eu não quero emagrecer dormindo, nem sentir saudades de lembranças imaginárias, já que tudo que aprendi na vida me faz mal, como a abstinência que trinca minh’alma neste exato momento.Liso. Muito mais que liso. Tem um buraco negro embaixo da cama engolindo minhas meias. Sei que muita gente não entende o que está entrando em seus olhos neste exato momento, mas há algo de tubarão neste peixinho idiota. E entre mais uma e outras: entenda-me quem for capaz!…
Tacada 4: Pixote’s síndrome Praça Luiza Marilac. A mesma que está em meu livro Dançando Valsa nos Salões do Inferno, que nunca será lido (publicado e afins), pois – pois é foda – segundo alguns amigos “É preciso influência e lamber sacos”, ou seja: FORA DE COGITAÇÃO, pois prefiro viver na merda a “subir pelas costa dos outros”. Deixa isso pros “Boy-êmios” da Vila ou para todo o resto que faz porque acha bonito. Pr’aquele otário dos três livros publicados que nem faz idéia de que perdeu uma bela cadeirada nas costas só porque deus tem essa mania feia de proteger os ignorantes e os americanos. Graças a deus, buda ou a Mara Maravilha, todos livros que estão hoje em minha estante são apenas de pessoas que gosto (e gosto de ler), conheço (meio de longe, mas conheço) e admiro pra caralho!!! Mas não vem ao caso. Mas então: a praça, né?, pode crer. Porra, me perdi. Esquece.
Tacada 5: Mordendo a língua Desrespeito seria olhar-te sem malícia. Sem me imaginar flanando em seu ventre de algodão. Agasalhado em sua lã de cor não lembrável. Ou punhetando o dedo em sua boca mística enquanto enrrabo sua consciência de literata.Don’t let me fucking dow, bitch. Há cinco gramas de enfermidade entre meu espírito (de lhe querer) e sua carne (esquentando a minha) que corrompem toda a explosão do atrito. E sem atrito, sem fogo. Só o frio das quatro e meia, seus cigarros cansativos e minhas velhas veleidades nada sóbrias.
Tacada 6: Calada trip Tá. É lógico que não vão me chamar. Também: eu parado chamo mais atenção que uma nave espacial. Aí que ego vai me quer por perto? Mas foda-se. Noventa e oito por cento de minha tecnologia diária é auto-sustentável (ou seja: nada é inatingível e todos são dispensáveis, seja lá quem for). Só peço para que tenha muito cuidado por onde anda, pois todos os loucos de hoje são caretas ricos que não tomam banho ou escovam os dentes.“A mina mora nos Jardins e sonha em ser uma puta gangueira. Será que só ela não percebeu que a Augusta é pop???”.
Tacada 7: A tormenta Nosso romantismo grita dos becos á lua. Das sarjetas aos palcos. Do tormento ao feijão que há no vômito na calçada. Do sofrimento às folhas da caderno. Dos banheiros às luzes. De noites às noites seguintes. Das entranhas aos copos. Dos copos à Marte. De Urano à Saturno. Do nada ao tudo.Quem realmente tem arte na alma carrega em si o peso da maldição de mil mares de efêmero e eterno. De um triste olhar ante à felicidade. De uma loucura exacerbada em plena área administrativa.Muitos vão antes de nós. Um dia iremos atrás. Que fiquem aqui apenas os chatos, pois certas juventudes não devem serem ceifadas pela praga da velhice.Descobri que deus inveja suas crias. E nós, como criadores, invejamos a eternidade dele. Talvez estejamos aqui apenas para “deixar”. E, no final, estamos aqui apenas para sermos lembrados mesmo.
Zero Intro Um ósculo de latrocínio. De uma puta depravada. Deito sonhos em cigarros e anéis com câncer. Deixo florais em valas sem jarra.Nem as putas nos compreendem a anestesia. Nem minha mãe me conhece. Só eu posso falar por mim nessa terra, já que deus não ouve minhas gritantes preces.Um ósculo de amoníaco, sob o céu da mesma cidade. Se a vida é sofrer pra ter assunto pr’um blog… Que seja feita vossa vontade.
Não. O legal mesmo (além da frase "Vou viver junto com os animais") é a narrativa final "E agora eu lhe pergunto: pra que tanta violência?" (legal a loirinha também, rs).
As Paulistanas Depravadas é meu novo projeto musical (para um futuro talvez um pouco distante). E quando digo projeto é projeto mesmo, algo que ainda está (meio que) no papel, sem data pra lançamentos (nem previsões disso), sem pressa, sem pressões, nem nada disso, pois como sou o criador do projeto posso levar como bem entender a bagaça Mas a real é que o Paulistanas Depravadas é um projeto musical onde utilizo samples de músicas brasileiras em uma produção totalmente anormal e não habitual, onde pretendo convidar alguns amigos que fazem música para participar com trechos de suas ilustres letras e vozes. A idéia surgiu em 2009 mesmo, após eu ter criado algumas bases instrumentais estranhas para O Sarau Portátil [ www.myspace.com/sarauportatil ], que não foram para o set lis e que me levaram a essa idéia maluca (de fazer algo com as músicas anormais que fiz), pois alguns desses sons que fiz pro sarau ficaram tão, digamos, estranhos (mas estranhos no melhor sentido), pois não pareciam com nada nem lembravam ninguém, que decidi usar essa minha vertente criativa para reunir os amigos em mais um projeto anormal e original de MaicknucleaR (o louco que vos habla). O som acima é a primeira criação oficial para o projeto e já convidei Humberto Fonseca para dar um tostão de sua voz nesse som. A original nem preciso citar de quem é, pois está implícito.
No mais, usem poucas drogas, fodam de camisinha, comprem-me um iate e não morram, fui.
Chérie Blue Escarlate (Autor:MaicknucleaR) Animal. Arredio. Abissais afagos. Sentido seu cheiro de âmago, a essência de sua nuca… Omisso. Olhos saindo a francesa, tergiversando no espaço-tempo.Nunca o cinzeiro esteve tão sem vida. Tão sem suas nódoas de concubinas e sirigaita de outrora e o sopro de palavras prestidigitadas pela boca de quem salva-se com a bóia furada da escrita… “Você tem uma boca tão linda”, diz, fascinada, de olhos ciganos e fios que descem como as cascatas do anfitrião em seu claustro.De la rua. Mecenas. Mercenário de palavras mor, como os dissabores da piña colada. Metropólico úrico. “Quanto você vale, Dorothy?”. Todo sonho tem seu preço, não me culpe se a bíblia é um grande eufemismo para “lei da selva”. Respire, dê um tempo, segure aqui minhas armas enquanto vou ali fazer das tripas um rebento. Partir pro arrebento. Enquanto arrebento cram cracker e tormentos.Faço título de sua submissão aos meus excessos “hardcore” nada líricos. Descubro os milagres do jejum forçado e meia garrafa de vinho. Solo com pálito de fósforo no violão para me mostar, mesmo, e nem ligo. E cedo toda minha vitalidade, na maior, quando resolveste deitar meu zíper por terra.“Nas bolas, amor. Nas bolas”, pois baixaria mesmo é nascer brasileiro. Eu já disse isso em algum outro texto, mas adoro repetir pra você!. E num hiato de sua lascividade registro as cenas que gozarão no papel, na extensão da memória, todas lembranças vegetais. Manuais lembranças. Fios que não se esquecem de propósito. Objetos a te devolver n’outro dia. N’outra loucura impulsiva e zíperes que caem por uma terra bem longe da passionalidade vil.A arte de amortecer quedas!. O apreciar de um novo elixir. “Já pode devolver minhas armas, amor”, pois dormirei entre as fronhas que sua mordida gálaca maculou.
Quem não lembra-se da jornada vital e vitalícia do nosso grande e narrativo Kevin Arnold em sua saga através de seus Anos Incríveis. O episódio que veio-me à memória exatamente agora foi aquele em que ele fura o pneu do carro de seu pai e tal, mas não é do pequeno Arnold de que este post trata. Ontem teve chuva de meteoros no planeta (!), às quatro da matina. Não consegui ver, pois São Paulo não permite que eu tenha acesso irrestrito ao seu sudário celeste das ninfas bi. Sudário apagado pelas luzes que vem de baixo e ofuscado pela fina e densa lamina de detritos tóxicos que flutuam nesta insensata atmosfera paulistana. Eu só queria ir até a Fronteira, sentar-me na grama do campo e olhar pra cimenfumaçado, com uma garrafa de vinho e alguém que como sempre cagaria pra quando eu soltasse nacos de minha alma em forma de uma loquacidade sincera e embriagada, violão & violada, em cometas que não passam de um pó cósmico bailando nas trevas invictas. Não passam de uma farinha mágica hiperbólica que demonstra que além de nosso super-ego-ego-alter-ego, há coisas acontecendo, digamos, "além de nós". E digo além de nós a partir de um milímetro de distância de nossa carne depravada, além daquilo é chamado de Eu (de nós)... Não vivi dias tão memoráveis quanto os de Woodstock (nem como os de Kevin Arnold). E chegando a conclusão após uma longa e saudosa pesquisa: talvez eu morra sem tais dias memoráveis. Talvez aquele espírito, aquela faísca criadora, que habitava o que chamamos de Terra, tenha sido morto no Vietnan degolado por um comandante que surtou-de-ignorância. E nós sabemos que a ignorância matou o gato, os leopardos, Iroshima e só deixará de posterior as baratas e destroços do McDonalds... Quando falo de alma -e digo alma no sentido *zeitgeister da palavra - aos meus "amigos", ou quando falo de fazer as coisas com alma (tocar com alma, escrever com alma, fazer a merda de um bolo com alma), tudo que recebo em troca é uma cara-de-nada, uma interrogação blazé em cima do pescoço que me deixa até sem graça, pois essa cara superiorzinha e atuada de do-que-cê-tá-falando é a cara da desgraceira de nossos tempos, a prova irrefutável de quão pequena andam as mentes do hoje-em-dia. Milhões de anos de evolução para dar em nada. Para tudo retroceder em sentido gomorrístico onde as relações inter-pessoais não passam de grandes atos prostitutivos, onde o humano, não o humano em si, mas aquela coisa romântica sobre o mesmo, o superar-se, o criar, (e etc) foi trocado por Mais Valia, por Valer O Que Pesa (e, obviamente, não o que se é ou que se pode criar). Talvez por isso não entendam Kevin Arnold, toda memorabilidade de seu tempo e vejam tudo na vida como "uma série legal", como um grande sitcom onde os mais rosados e bem vestidos se unem para serem perfeitos em toda extensão de sua idiotabilidade e serem verdadeiros unos com o universo em suas vãs filosofias de banheiros de barzinho... Tudo não passa uma grande Aparência onde o ser é destinado não por seu livre arbítrio, mas através das primeiras impressões alheias. E mesmo muitos dizendo que o hippiesmo não serviu pra nada eu ainda creio na tese de que os hippies mudaram mais o mundo fumando maconha e comendo os outros que muito "movimento" por aí juntos, mais que muita "ideologia". Não entendo como alguém segue "ideologia", pois gosto de seguir apenas o que acredito e tudo em que acredito nesta vida é em mim mesmo, pois a vida, essa grande vadia, nunca deu e sei que nunca, jamais dará, outra opção de contrato. Nem tudo é um som de Betty Davis nesse circo de horrores, mas se a vida é uma puta, eu preciso ser um maldito cafetão. E mesmo muitos dizendo que sir Joe Cocker fazia apenas uma "performance da droga", eu digo é que ele cantava com alma, que era movido por seu próprio espírito lambendo o cú do universo e cuspindo através de seu corpo alucinado, sua carcaça porta-voz de uma mera faísca interna... Ontem não encontrei ninguém pra ver a chuva, pra assistir o espetáculo do vácuo, encontrei apenas vácuo. Nenhum desses amigos que não ouvem e só falam (e que deixam no vácuo), desses que cagam para meteoros e amigos lúdicos e que nem amigos são. Sobraram-me as divas do soul como sempre e a vista de uma sacada onde de meteoro só se via a lua dando um sorriso sarcástico no céu. É. Já dissera o jornal que a chuva seria melhor avistada na américa do norte e até nisso Deus nos (tropicalmente) fode. Culpa da grande teoria do quase, do Quasímodo, do aparente ser e não seja, do excesso de luzezinhas achando-se estrelas e ofuscando as estrelas de verdade e todos meteoros malucos, desembestados no céu. Se eu fosse famoso (ou tivesse "um livro publicado" - como dizem) talvez até comesse alguém agora, mas fica a gênese de um prospecto de um sábado errado e errante por essas ruas cheias de frialdade, lupanarismo e latrocínio, dentre aparições esquizofrenicas das grandes divas do soul em becos e em meus raros momentinhos de merda.
(MaicknucleaR)
* espírito de época, espírito do tempo ou sinal dos tempos
* "Noite impiedosa. Sereno desumano. Nada mais perverso que a insensatez das esquinas. Nada mais em desamparo que os outros. Com luz sobrou aurora, mas meu palco verdadeiro é noturno. Com noites ficaram escárnio, carnificina e o brilho melado das boites. Por hora fica esta opera do malandro culto. Este tiro no asfalto que efetiva o som do ricochete lírico. Faroeste de palavras onde quem tem mais verdade em sua niquilada de aspectos vence... A mágica do atroz não morre, vê a fauna fecundando novos mortos-vivos. Cheguei ao campo do niilismo e novamente não me vi em nenhum daqueles rostos forasteiros. Mas adquiri certo distanciamento político para com os outros desde que cai neste campo, dotado apenas de para-quedas e granadas sem pino. E já não ligo pra São Paulo ostentando e sustentando suas vadias mal educadas, seus bares sitcom (que no fundo até gosto) – na real um dia quero ter um – e sua cara blazé – mas sem neguinho blazé, sem cara bazé ou etc’s-blazés -. Ei, futuro morto, eu sou mais que o vazio, só não encontrei meu lugar no espaço. E, infelizmente, para o meu completo desespero, vou morrer assim!. E mesmo que toda noite eu encontre meu sossego sísmico altamente abalado pelo simples fato de saber que não me encaixo completamente em nada, como já disse antes, decidi ser filho da puta, sim, mas sempre sendo o que sou. Um cara que odeia manhãs, gosta de ouvir Sublime às tardes, indie-hip-hop à noite não passa de um porco lúbrico. É… Tão menos desgraçadas suas noites sem aurora. A lua me espera e outro palco, sem nenhum holofote (ou groopies no camarim), me chama. Que deus perdoe os resto mesmificado, pois como já lhe disseram, senhor: “Eles não sabem diabos da merda que andam fazendo”". (MaicknucleaR)
Pensei em começar este post com "Assisti esse documentário na casa do meu camaradinha de guerras intrínsecas, o Bebeto do C.I.C.A.S." ou "Devido ao recente (e antigo) embate televisivo entre a Tv Record e a Rede Bobo...". Acho que a segunda opção viria a calhar melhor para iniciar este post, pois devido a volta da putaria televisiva que andou acontecendo nos últimos dias nos tendenciosos e nada verdadeiros tele-jornais lembrei deste documentário que assisti na casa de meu amigo Humberto Fonseca, o "Muito além do cidadão Kane", uma produção de 1993 feita pela BBC, que compara os atos megalomaníacos do auto-proclamado "jornalista" Roberto Marinho com o filme Cidadão Kane (by Orson Welles). O filme trata de um garoto pobre que de um momento ao outro torna-se um dos homens mais ricos do planeta e decide montar seu próprio universo, pois sabe que ninguém o ama; ele cria sua própria neverland jornalística e asssim segue o enredo. O vídeo abaixo é a segunda parte do documentário que pode ser encontrado no youtube ao digitar seu título na caixa de busca. Só gostaria de deixar claro que não estou de lado nenhum desta luta, pois ela não é minha e nunca, jamais será, mas gostaria de compartilhar esse documentário que não deixa de ser um tanto quanto "Esclarecedor". Vale a pena assistir inteiro (quando sobrar um tempinho)!
Um dos tipos de som que mais escuto em casa é o cabuloso (e não há outra definição na terra para o) Soul. Tanto que ando maquinando um "especial Ann Peebles" pra onlineatomicradio.bravehost.com. Ann Peebles é minha cantora de soul favorita, pois ela é a, digamos, a que tem um jeito mais maloqueiro de cantar, suas bases são ultra malandrísticas, os metais são perfeitos, as linhas de baixo são de fazer qualquer músico babar e fora que ela tem a divinal voz que sai direto do âmago da alma, do útero musical, para o microfone. O som acima é o monstruoso Sunday kind Of Love na voz de Etta James. Na seqüência segue o texto "Estretiche" na versão recortada para o Sarau Portátil, mas a Estretiche original pode-se encontrar ao lado esquerdo do blog, em "arquivos de textos". That's all folks.
6- Estretiche ( MaicknucleaR )
Estretiche. Perdida no metrô um tanto Quântica. Um cálculo infalível. Soma de um velho título. De uma velha decadência pertencente aos anjos que caem bêbados no chão: a beleza do inferno. Derrama o cósmico mágico no que já é explícito ao sermos nós mesmos! Esparrama essa vital impul(sa)ção desesperada. Estratégia. Vai. Some no retrovisor. O portal derradeiro das coisas inseguras, como fogão em finas placas polares. Milhões de quilômetros a um palmo de distância. Vem. Espero-te no lúdico. Aquele com bandeirinhas de países e luzes Heineken. Quem sabe somewhere over the rainbow, quem sabe no frio vazio do estacionamento desbotado-cinza. Hei señor: don' think. Já viu asfalto azul? Coisa boba, mas nada se iguala. Vem. Fetiche. Reverbera a luz do poste em minha rima entrevada. Meu beco favorito é o diabo no corpo das que tocam guitarra. Reluz cabelo ouro bruto, com propostas cênicas; cheiro-cio saindo pela boca. Expelindo conhecimentos profanos e tornando um louco, sultão. Imagens, amostras delas, rabiscadas em sugestões sensuais de panos malucos.
Bem. Eu esperava com certa ansiosidade que alguém perguntasse pq diabos meu blog zero bala chama-se "sonho delirante", então eis a simples explicação: Sonho Delirante é o nome da instrumental (sample) que fiz para o Sarau Portátil (meu projeto de poesia-musicada - o psychodubgroove) onde meu antigo texto "Serviço de Quarto" é recitado (por mim, óbvio) sobre a mesma. A original é "Lindo Sonho Delirante" do Fábio, que foi desvirtuada aos meus insanos propósitos ocultos e depravados. E já que a preguiça me impede de escrever o quanto desejo, segue um mini-release do Sarau Portátil para vocês compreenderem a idéia acerca do mesmo, mais o clipe do Sonho delirante (Fábio) e Sonho delirante (primeiro web-clipe de O Sarau Portátil), mais o trecho de "Serviço de Quarto" utilizado no sarau.
Aahhh, esqueci de dizer, o Sarau Portátil foi citado em uma matéria que saiu no jornal O Estado De S.P. , mas nada muito digno da grandiosidade almática do sarau, mas tudo bem. Segue link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090803/not_imp412524,0.php
"Criado em dezembro de 2008, por MaicknucleaR (autor de Meu Doce Valium Starlight – Dulcinéia Catadora, 2007), o Sarau Portátil é resultado da miscigenação de literatura independente, marginal, maldita, underground (e seus elementos cênicos como os recitais) com samples cem por cento brasileiros de rare groove, soul e psicodelia dos anos 60, 70, resultando em um rap-indie dubeado totalmente de vanguarda. Todos samples foram produzidos por MaicknucleaR e todos textos recitados são trechos de textos também de MaicknucleaR, ou dos autores convidados como Ricardo Carlaccio, Mário Bortolotto, Samantha Abreu, Robson Araújo e Humberto Fonseca lendo seus respectivos textos. O Sarau Portátil é a elevação artística feita com equipamentos rústicos e sublimação criativa que joga os velhos e pomposos recitais à vala através dessa inesperada mistura de poesia alta qualidade com música urbana de elementos cinematográficos. Este projeto é a mistura de música com poesia, que utiliza riffs pesados e batidas violentas, unidos a trechos de textos de MaicknucleaR, que são interpretados sobre a base musical criada pelo próprio autor. + info. sons, downloads, clipes, etc.: myspace.com/sarauportatil "
Sonho Delirante (MaicknucleaR)
Trecho: “Em algumas noites: o chão não está mais lá! E sob o manto escuro, salpicado com lindas luzes azuis, distorcidas e mortas, há uma maré de aromas arábicos e voluptuosos, que são lançados no mar do clima (no) ambiente, como cardumes de feromôneos notífloros, revoltos e flutuantes……Renda-se aos desejos mais extremos, quando as flores tornarem-se borboletas entrevadas e os olhos vermelhos dos muros de áurea roxa, presenciarem histórias que jamais poderão contar… [Quando olhares transmutam-se em espelhos no teto — ou em toalhas em saquinhos lacrados, ou em sabonetes inodoros de 5 g — e taças viram uma cascata de suor alcóolico que deságua sobre um corpo quente, macio e qualquer: Diga que tudo foi apenas uma fraqueza momentânea] Em noites mornas, de ventos frios, da pele gelada e alma em brasa: tudo na paisagem é turvo, pois o mundo fugiu, levando nossa dignidade, embaixo do braço. Às vezes, nos enroscamos no asfalto. Tropeçamos em formigas. Vomitamos porra na boca da castidade que andava de salto e minissaia, pelo sereno de uma vida nada fácil… …é, e mesmo chafurdando a pica num fast-food que escreve o número errado do telefone, num guardanapo de padaria que logo mais virará uma fraldinha de fumaça, mesmo assim: nem tudo é acessível como lojas de conveniência e mercados 24 hs. Hoje as damas da noite foram presas por porte ilegal de arma enquanto exalavam um acre odor de smirnoff ice, maconha e líquidos amarelos e ácidos que correram de suas bucetas beiçudas e ganharam o mundo. E no banheiro da justiça, o cinco contra um é o entrevêro da frustração carnal. As paredes?! Ah! as paredes. Elas continuam indo e vindo… As legendas amarelas-tremulas, parecem estar em russo… Meu saco está suado… —Merda! Não tem toalha nesta joça.
Após uma sessão de bandas e grafite que começou às duas da tarde e só foi parar às dez da noite, aqui atrás de casa, no Cicas (que fica na Avenida do Poeta c/Carlos Calvo), a comando do coletivo Sinfonia de Cães, em mais uma edição de seu festival: eis que chego em casa (04:03am). Não me esquecendo que após o ensurdecimento tivemos um sarau freestyle e aconchegante com a presença dos hermanos do Literatura Suburbana, Sarau na Brasa, do Berimba de Jesus e Caco Pontes do Poesia Maloqueirista e Rui Mascarenhas esteve fazendo um ziroguidum na roda poética, sob a lua cheia, também. E mesmo sendo quatro e dezessete de la matina deste sábado pra domingo bebo este café com leite com a voracidade de uma tartaruga com atrofia muscular, pois sinto-me bem! É. Nada melhor que uma sessão de "fazer o que gosta" para fazer um cara esquecer seus turbilhões cerebrais. Nada melhor que a violência de um lirismo sanguinolento sob a lua para amenizar os males da garoa...
Só faltou uma coisinha pra fechar a noite com chave de platina. Ah, mas pra que querer o mundo quando se tem um universo na manga?
Esse post é style. Estava eu aqui no multilab procurando músicas em vídeo, quer dizer: clipes (ou algo parecido com um), pois como ando editando uns vídeos aí, estou buscando algumas novas concepções através de coisas já feitas... Deixe-me explicar melhor. Certa vez escrevi em um texto a frase "Ludibriar a vida" ou algo assim e um amigo ficou dizendo que eu haviado copiado esse exato termo de um livro que até então eu jamais havia lido (e pra ser sincero até hoje nem me preocupo em o ler, pois clássico mesmo, pra mim é Bach) e fiquei puto comigo mesmo, me perguntando: "Como fui cair nessa frase tosca que um fosco já usou?". Aí agora tô nessa de ver o que existe pra não fazer igual - em hipotese alguma - pois, pô: we are creaters, generators, masturbators -, o que é difícil em vídeo, pois parece que os editores, diretores e roteiristas de Hollywood já pensaram em quase tudo, aqueles nóias. Mas então, divagações a parte, estava eu aqui, no multilab, procurando edições cabulosas em vídeos estilosos quando a zona-norte-de-confluência-bem-acima-do-nível-do-atlântico fez-me confluir em três clipes interligados pelo amor que estava escrito nas estrelas. O primeiro é o que chamo de Originalzão, a primeira criação antes de suas degeneradas interpetrações. O som é Mestre Jonas (Sá, Rodrix e Guarabyra). Logo abaixo vem a que acho a versão mais fu$$da de todas, a Mestre Jonas (os Mulheres Negras), trilha do filme Durval Discos. E essa segunda versão desvirtuou minha cabeça de uma forma inacreditável. Acho que foi em 2002, coisa assim, na MTV, que escutei-vendo esse som, talvez fosse até uma promoção do filme, não sei, mas lembro como se fosse agora, quer dizer, agora não, agora, eu chapado dizendo: "Um dia eu vou samplear essa porra de música". E nessa época eu nem sonhava em produzir música pelo computador, minha visão de criação musical era com banda ou bases intrumentais e só, mas calhou de conhecer o Acid Music Studio e boom. Se bem me recordo a sampliei em dez de 2006 e só consegui gravar no final de 2007, na casa do meu amigo, guitarrista da banda Open Bar, Vagau. Aí em abril de 2009 fiz um clipezinho (by eu mesmo) utilizando imagens com direitos livres ( archiveinternet.org ), onde eu tinha acabado de acordar, tava com mó cara zuada, nem havia tomado café e o sol estava rachando na Garoa Land, o "Mestrando Jones (MaicknucleaR)". E foi style me deparar com esses três "clipes" em minha busca musical, pois resultou neste incauto post. Então segue as três versões abaixo, primeiro o originalzão, depois a interpretação, depois a depravação criada em cima da segunda.
Quem leu o post abaixo sabe o quanto ando com raiva com esse negócio de "confraria (do que seja) literária", esse negócio de amigo passando pano pra amigo, deixando tudo que é conceito artístico de lado e ostentando tudo quanto é lixo em "nome da amizade" (política, como dizemos no seu meio!), mas, obstante, eis um exemplo de amigo que se deve citar pura e simplesmente por sua arte, obra, ou como vocês preferirem chamar, e não por lambeção de saco, nem nada dessas merdas que os aspirantes a artistas fazem dia e noite para conseguir se "espaço" (eu não preciso dessa putaria, pois tenho myspace - é, realmente essa foi uma péssima piada). A fita aqui é a seguinte, meus comparsas de escrivismo deformado, esse trailer é cabuloso e por isso ele está aqui em meu druglab. Vejo coisas style como esse vídeo e fico na nóia de um dia poder trampar com equipamentos melhores na Fronteira Filmes (imagino o dia que eu pegar uma 36 mm, acho que vou gozar na cueca) e etc. O próprio Cemitério já fez trampos em digital e eis hoje esse grande BOOM para apreciarmos em nossa dúbia sanidade.
* aperte o play antes de ler o texto (Som: Good Times Quem? Psycho Realm)
Tem esse texto que fiz uns dias atrás e que estou usando na nova versão dos Verbos Curtos (Humberto Fonseca + Eu + prosas poéticas musicadas acusticamente) que chama-se "Intemerato" e que está, como se diz na gíria, "causando" o maior furor nos saraus onde estou o lendo. O texto fala justamente de quanta balela tem no meio da literatura (nos saraus mais especificamente) que são tidas como genialidades mor quando na verdade são só amigos aplaudindo amigos apenas por suas segundas e mesquinhas intenções, não por excitação aos textos recitados (que em sua maioria quase absoluta são umas grandes merdas) e etc; mas por chupação de saco alheio. Logo o posto aqui, mas é legal lê-lo diante esse bando de babaca que se diz escritor, ou que o dizem ser pq apareceram no entrelinhas ou lambem o rabo de sei lá quem do "meio", do "circuito". Legal é ver a verdade batendo em suas caras como se fosse um trem bala atingindo um bebê inocente que brincava nos trilhos, pois pô, eu mexo com alma, com sentimentos e essas merdas todas, eu preciso me sublimar a cada segundo que passa, se o povo está nessa pra aparecer no jornal ou comer a loirinha mais gostosa da mesa, eu não. Eu não preciso aparecer pra comer ninguém, nem comer ninguém pra aparecer, eu sou tão anormal nesse planeta que apareço mesmo que eu me esconda, e não que isso seja bom. Uma coisa que anda me incomodando muito é o fato de tanto nego ostentando a tal da "Literatura periférica". Pô meus caros, eu sou do Pq Edu Chaves, sim, vi muito nego morrer e muito demônio surgir na Avenida do Poeta, mas minha literatura não é periférica nem fu**, por mais maloqueiro que eu seja! O que escrevi na vida está no mais alto grau de qualidade e não tem nenhum dedo seboso de elite nenhuma e jamais vou deixar nego classificar o que faço (como "periférico"), pelo bairro onde moro, pelas largadas roupas que uso ou pelo som que escuto, pois muita gente grande na literatura brasileira, muito bigfish do Chuí, sabe que existo, sabe da potência de minha bic, caga de medo que eu seja editado - mas relaxa, pois não envio o que escrevo pra retardados de editora - e finge não me ver por medo de perder suas tacinhas pra tomar cerveja e suas putinhas imbecis de classe média que tem trechos de Clarice Lispector em seus orkuts como a grande verdade da vida. Aliás, o "Intemerato" fala sobre a mesma coisa, só que em minha famosa prosa poética. Fala do fato de nunca me convidarem para os eventos depois que descobrem que seu tão sonhado público curte mais o que faço do que o lixo que ostentam como "arte contemporânea", como os puros denominadores comuns do lixo tóxico. Tem muita lambeção nesse meio, muito amiguinho colocando amiguinho no palco pra fazer cocô ao vivo e nem conto as groupies, pois a função delas é única. No mais é isso, continuem fingindo que não tô aqui que cada vez mais faço mais vídeos, escrevo mais letras e textos, edito minha radiozinha, edito a lasanha literata, mando bala na fronteira filmes, produzo e gravo meus sons em casa (cada vez com qualidade melhor); estilo o Sarau Portátil, em que produzi os samples, os beats, a gravação, as letras são minhas, os clipes eu editei, gravei, divulguei e atravessei 2 milhões e meio de pageviews by my own legs. O único chato é ver nego tendo apoio finaceiro e estrutural pra fazer filmes, peças, edições e só conseguirem fazer aquelas coisas insossas que o povo branco e centralizado vai achar o topo artístico de sei lá o quê. E pq eles têm esse apoio? Eu explico: "Metro quadrado". Tudo é uma jogada imobiliária onde só vão ao Jô Soares os imbecis que nascem dos bairros "enobrados" em diante. Tudo nesse feio show da vida virou uma performance tosca onde um imbecil de tiara toca um bongô mal afinado em um "barzinho" da Vila Madalena, um teatrinho prestidigitado pr'os filhotes catarrentos da elite. Na real, meus caros, essa literatura que ando vendo por aí é um grande Arnaldo Antunes: um cara barbado que parece ser cheio de idéias, mas tem a mente criativa de uma criança de seis meses.
"Sim, meus velhos comparsas de escrivismo deformado. Prosa-narro-depravadas e travessias de nirvana afora", já diria eu mesmo em meu projet[il]o O Sarau Portátil. O esquema aqui é o seguinte, o texto abaixo acaba de chegar via gmail às suntuosas e barracais mansões de MaicknucleaR/AltacasA, ao fundo da verdadeira e existente Avenida do Poeta (atrás dos caminhões), e foi enviado pelo mulambo Humberto Fonseca, aquele que apelidei de Bebeto Cicas (por causa do nome de seu fotolog). O flyer explica-se por si e o vídeo que segue abaixo é uma alusão a todas vezes que Bebeto e eu vamos tocar em algum lugar e eu fico desesperado com a hora de sair, a hora de chegar e esse poeta filho da mãe fica lá na mó paz me dizendo "Relaxa, Chones, relaxa, Chones"... Doidão, rs.
Ah, fica um salve master aí pros Jones do Literatura Suburbana.
Festival Sinfonia de Cães Eucoloro VIDEO-JAM-POETIC Local: CICAS (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social) Data: Sábado 08/08/09 Apresentação do trailer do documentário: Das 22 em diante...
Os escritores, Humberto Fonseca, Maick Thiago Lenin (MaicknucleaR), Luiz Carlos (Juninho13) Sendro, (artistas independentes, poetas, músicos), envolvidos na produção do vídeo "Eucoloro", junto ao Sinfonia de Cães, divulgam e promovem um diálogo sobre a propriedade imaterial, propriedade intelectual, pessoas que estão ligados a liberdade de "consciênca e crença", produtos e criações independentes, intervenções urbanas, debatendo um pouco do contemporâneo favelista paulistano, baseado no manifesto "A Cidade Limpa Contra Artes de Grafiteiros", que após de ver o bárbaro: Art. 3 da Lei Cidade Limpa; XI- (O equilíbrio de interesses dos diversos agentes atuantes na cidade para a promoção da melhoria da paisagem do município). Uma lei que de uma forma ou outra, além de mau com L e com U escrita, deixou uma clareira na minha mente... Quem ajuda a paisagem do múnicipio? Quem são esses agentes atuantes? Como regrar uma propriedade imaterial, intelectual? O que a humanidade pode pedir sem conhecer? O que deixar pro próximo, e antes disso, o que deixaram pra mim? Representar cultura de rua onde menosprezam o valor da vida é impossibilitadamente se reduzir ao desgaste ético.
Um encontro crítico literarário, audiovisual, e jam's poéticas, que visa apropriar-se do Festival Sinfonia de Cães por sua inimaginavel troca cultural, e todo objetivo de arte independente dentro do Brasil e na America Latina, nos dias 6,7,8,9 de agosto, o CICAS é a possibilidade que nós queremos dentro de uma comunidade que excluir-se da carÊncia, de ser pobre (mentalmente), e o provamos, artistas ativistas de origem prestarão seus serviços, suas ações, e serão serviçais dessa conquista pela cultura. Pra mim são muitas inercias das forças produtivas que a irrealidade artística conceitual nega a compreender e aceitarem, "por marcarem, fazerem e atuarem" como coletivos, cidadão, artista. Sendo esse um meio artístico vindo de "frutos pessoais", de pessoas que plantam arte nas ruas, que podem interferir no cotidiano, por fazerem dele a atualidade que manuseia os momentos... _ Tem um ocultamento urbano em meu ver, algo a que deve escoar pelas beiradas, a vistas grossas. Eu sou um agente atuante nessa cidade, e algumas pessoas que vai ler essa mensagem, e sabem que fazem cultura. Viveremos em lápides. Construir tecnicamente um artigo que coloque as relações; sociais, políticas, urbana e cultural; é agredir cidadãos descompromissados sem dar rifa aos que estão na sinuca de bico. “Entre a floresta de aço e o concreto, segue o concerto de impactos relativos, “é nascer e morrer na cidade” é a oração, o antecedente, a comparação, a alguma pessoa ou coisa, carnaval a carnaval.” Humberto Fonsecaobrigado ao Sinfonia de Cães por existir, por representar a cultura marginal, aos irmãos que não deduzem amor e sofisticações diante da guerra, "se avião passar baixo; nóis taca pedra!" Poetas dos coletivos:
Sarau da Brasa Sarau poesia na brasa, criado em 05/07/2008, é um movimento cultural de periferia para a periferia. Tem o objetivo de produzir e divulgar a arte dentro da periferia. Espaço de expressão dos periféricos. Discussão e reflexão sobre a periferia, porém é aberto a todos que queiram comungar da palavra. http://brasasarau.blogspot.com/
Literatura Suburbana Literatura Suburbana, é um coletivo da Zona Norte de São Pulo, Brasilândia, que trabalha com a Cultura Hip Hop, A cultura afro e desenvolvimento da Lei 10.639/03 e a Literatura marginal, escrita por moradores das comunidades. Desenvolvemos Shows, palestras, eventos, cursos, oficinas, exposições e diversas atividades que contemplam essas vertentes acima citadas. http://www.literaturasubusrbana.blogspot.com/
Poesia MaloqueiristaColetivo de arte urbana e selo editorial independente responsável pela revista não funciona e demais publicações autorais dos integrantes; os eventos multimídia "centro de ação in-formal (c.a.i-mal) e interferência modulada" , além de assaltos culturais (intervenções) e o projeto de música/poesia falada "experimento prosótypo" É melhor declamar do que roubar.seja bem vindo(a) ao mundo ácido-bucólico da poesia maloqueirista.diversão garantida ou sua televisão de volta!http://www.poesiamaloqueirista.blogspot.com/ CICAS Espaço de auto gestão que por iniciativas independentes, jovens transformam e recuperam o Local, proporcionando uma Nova opção de Cultura, Esporte e lazer para a comunidade e convidados, com espaço para Biblioteca, Cinema, Studio MusicaL, Oficinas e cursos de Teatro e música, artes Plasticas, Capoeira, Escolinha de Futebol e grandes festivais esportivos e Culturais. http://www.projetocicas.blogspot.com/ Projeto Expremedor O Espremedor é um projeto pró-artístico cultural voltado a comunidade. O projeto visa apresentar os artistas da região Brasilândia, Freguesia do Ó e convidados, mostrando a arte em todas suas formas de expressão. Atuamos no bairro de Vila Brasilândia e Freguesia do Ó, região carente de espaço para apresentações e expressões artísticas. Com o objetivo de extrair a arte que existe dentro da nossa própria comunidade e ainda não é conhecida, nem tão pouco foi apresentada para o público dessa região. Organizamos e apresentamos diversos artistas que buscam espaço para mostrar seus trabalhos, o que torna o projeto uma fonte de conhecimento para todos, pois, acreditamos que a arte tem um grande poder de ensinar e construir novos caminhos.http://projetoespremedor.blogspot.com/ “Onde há cidade há não só o funcionamento urbano, mas também, e ao mesmo tempo, linguagem urbana.” Lídia Avelar Estanislau
"Meu Doce Valium Starlight" é um livro de contos prosa-poeticados, que foi lançado em novembro de 2007, pela editora Dulcinéia Catadora. E dentre estes contos tem esta prosa poética narrada chamado "O brilho de um asfalto azul", do qual retirei um trecho e uni ao som "Que Brasil é Esse", dos meus irmãos de som Urban Groove (Bebeto, Lilo do Amarelo Folha + maloqueiros grooviados), para utilizar no Verbos Curtos (que nada mais é Humberto Fonseca (o famoso Bebeto Cicas) e MaicknucleaR, mais seus sons e textos autorais), que vai rolar daqui alguns consideráveis minutos, na Promove, a convite do Grande Israel do Literatura Suburbana. No mais estou aqui esperando os caras passarem aqui pra subirmos ao sarau, então segue o trecho e até mais ver, motherfolks...
O Brilho de um Asfalto Azul
(MaicknucleaR)
Eis que surge o impávido porra nenhuma. Ensopado de incredulidade ímpar. Ostentando garrafas que (raramente) lhe acompanham na limusine-allstar-de-trinta-conto, por simples estética de quem sabe vagar estilosamente no noturno e chafurdar gloriosamente na obscuridade do spotlight. Mero romantismo sem veneno de amor. Um: “deixe estar que a coisa acontece”. Desajeitado porco chauvinista eu. Faz movimentos de translação no asfalto azul cheio de vermes. Procurando o lugar que não há em si mesmo, nem nos corpos que se foram, elevados, em cima de saltos lascivos. Faz incursões nos sorrisos que brilham por trás de cabelos que balançam, mas não caem. Desvirtuando veredas alheias por inconseqüentes cegueiras de uma alma que atua a vida. Inconseqüências de um showman sem público botando pra fuder no carro que nunca viu, numa noite que não é a dele, numa conta que não pagou, enquanto a máquina de escrever perambula o âmago reto, cheio de vácuo, de beldades cinematograficamente ocas. Ocas como seus quadros endeusados em paredes JPG…
Pegue a pressão zero por menos um que deixaste no meio fio. Guarde o resto de dignidade no bolso esquerdo de trás, junto à caderneta surrada e os canapés customizados. Lave esta fuça de quem comeu gostoso e não gostou da foda. Encare, de óculos escuro, o dia, mesmo que você pareça um vampiro maltrapilho, recém desamaldiçoado, que saiu de uma rave após nove dias extremáticos. Pois há uma vida burocrática rutilando lá fora, lá na outra esquina, na outra bodega, em outro cômodo-jardim, em outro condado. E mesmo que sair do harém lhe doa a alma. Lhe foda com o réquiem… Au revouir muchachos” é o que digo ao corpo que carrega meu peso nos ombros e continuo: “Não se preocupe com os que estão preocupados em não separar o sujeito, do verbo, com vírgula. Eles não conseguem rimar romã com travesseiro. E por pior que seja o itinerário, por mais que altas dosagens de insanidade lhe façam andar como um João Bobo descendo uma ladeira de skate. Ou a sofisma alheia lhe desarme na frente das minas almejadas e seus drinques solitários. Nada abala a idiossincrasia única. O intrínseco verdadeiro que não se esforça para agradar-e-conquistar. A maldita digital que vos escreve, bitch.