Uma discussão "artística" importante (ou não). Um vizinho aqui me indagou acerca de "você ganha dinheiro com sua arte?". Respondi sinceramente, sim, às vezes tiro quantias exorbitantes em espaço de tempo ínfimo. Tiro alguns salários mínimos no espaço de 45 minutos. Mas que, em 95% do tempo, chegar a esse montante é comparável a uma caminhada no deserto rumo à uma terra prometida que nunca chega. Aí ele veio com aquele papo do que eu deveria fazer para me tornar "famoso" e ter "retorno" com as coisas que faço. E lá vamos nós. Primeiro. E eu tentei explicar isso. Porque diabos eu me tornaria "famoso"? A concepção geral é que isso só me tornaria conhecido, comeria algumas interesseiras, mas, e aí? Se ser famoso significa que posso ter a oportunidade de ter uma vida melhor, passar por menos dificuldades, ficar tranquilo financeiramente, conviver com pessoas melhores e mais sábias e esclarecidas, aí eu quero ser famoso. Mas sabemos que na concepção geral e absoluta da nação e mundo, não é essa a perspectiva de "fama" que as pessoas tem em mente. E essa perspectiva deles, da qual prefiro nem entrar em questão, na moral, eu não quero. Aí o cara me pergunta do porque fazer arte se não ganho nada com isso, se não me preocupo em me degladiar para ser visto sendo que isso iria "me ajudar". Aí entra o ponto chave do pq eu eu comecei esse post. A resposta, ao menos em minha mente, é simples. A maioria das pessoas que criam, que desenvolvem arte, com o passar dos anos vão virando pai de família, vão se tornando garçons, engenheiros, operadores de telemarketing, motoristas de ônibus, advogados, médicos, enfim, com o passar do tempo, aquela veia artística morre neles e na alma deles. E pq diabos isso acontece? Por que eles criaram expectativas muito grandes visando um futuro imediato. Ou seja. Muitos deixam de viver correndo atrás de algo que na maioria quase absoluta dos casos não vai dar em nada. Buscam fama, dinheiro, sexo fácil com gente sem caráter. E, no fim, acabam batendo punheta de madrugada, pra mulher dele não perceber. Agora vem o ponto X da questão chave. E por que não fazer apenas por que você é isso, pq isso faz parte de você e isso é parte do seu todo. Não estou dizendo para abdicar de ter sucesso. Estou dizendo para criar arte independendo de resultados que só existem para o seu ego. Ou seja, leve sua vida, trabalhe, faça outras coisas, se especialize em outras vertentes, mas NUNCA deixe de criar, NUNCA use a desculpa da falta de tempo e SEMPRE tenha em mente uma nova criação. Faça com amor, coloque sua alma, corra atrás, sim, divulgue sim, fale com as pessoas sim, mas NUNCA deixe o resultado negativo te afetar a ponto de querer desistir. Você tem que fazer, seguir os trâmites, mas não deve esperar resultados que talvez só existam em sua mente. Foque na lua, atire para o céu, se não der em nada continue, pois caso você acredite que se não deu certo você tem que desistir de criar, amigo, então vai tomar no seu cú e sai fora daqui pq não te respeito. A maioria das pessoas que se esfriaram foi devido a muita gana e pouco suor, muita vontade de imediatismo e pouco trabalho focado em deixar um legado, muita busca de fama em vez de trabalho em autoconhecimento, buscaram muito o exterior e não trabalharam em sua parte interna e assim ficaram vazios a ponto de deixarem de lado, de matarem sua essência. Quando eu escrevi o Dançando Valsa Nos Salões Do Inferno. eu via que a maioria dos escritores que eu pedia ajuda para me publciar me viam como ameaça aos seus mundinhos, após lerem meu livro, sendo que tem espaço de sobra pra todos e, na encolha, me fechavam portas. Coloquei na internet e creio que ele já foi baixado mais de 20mil. Ou seja. Se eu ficasse naquela frustração de editoras, de "meus amigos não me ajudam", meu livro ao invés de ter sido apreciado MILHARES de vezes, ele estaria mofando numa pasta do windows. E hoje posso juntar a vendagem de todos que não me ajudaram que não dá um quarto do que eu consegui. Ou seja. Eles tem a "fama", eles aparecem no Entrelinhas, mas quem realmente atingiu as pessoas? Tome isso como exemplo e falo isso sem ser um discursinho tosco de autoajuda, mas, porra, essa é a porra da vida, brow. Fazer. Como diz aquele velho som "underground ou mainstream a maioria é igual pra mim, caminhos diferentes que levam para o mesmo fim". Resumindo, quanto mais eu fizer e menos olho gordo tiver, mais eu vou continuar fazendo, sem medo de frustrações, mas, claro, sempre objetivando bons resultados daquilo que faço. Se virar, virou. Se a grana vier, se a fama vier, abrace com todas as forças, mas saiba que esse é um mundo fútil, onde amigo só te suga, garota só te chupa, portanto mantenha sua qualidade interior para não acabar se jugando do vigésimo segundo andar de um prédio por que sua "faminha" acabou. O amor é interno, ninguém de fora pode te dar isso. Nem "quem te ama" tem esse poder. Busque o sucesso da sua mente, antes de tudo.
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