Verbos Curtos - a (re)volta - 1/8/9 + vídeo + player e texto

"A apresentação musico-poética "Verbos Curtos" originou-se a partir de um sarau realizado nas dependências do CICA'S (Centro Independente de Cultura Alternativa e Social), às quintas, apresentado por Bebeto Cicas & MaicknucleaR. O sarau foi fruto de uma atitude totalmente independente, em uma região carente de arte, e contava com a presença dos amigos, locais e a comunidade do entorno como público. No final de 2007 aparece a idéia de transformar o sarau em um Showrau, ou seja, mesclar os textos e músicas que costumavam apresentar (já que ambos autores escrevem, compõem, tocam e cantam), em apresentações um tanto teatro-subversivas. O intuito principal é romper a limites da segregação artítica e unir diferenciadas formas de expressão da alma em uma comunhão congruente e sem um pingo de eufemismo".  *Fonte: Myspace

* verbo$curtos em Espaço Nossa Terra



verbo$curtos (demos) no Myspace








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Segue o texto do primeiro som do player, a música "Que Brasil é Esse" de Bebeto Cicas e trecho do texto do livro "Meu Doce Valium Starlight (Dulcinéia Catadora - 2007)" de MaicknucleaR.

O Brilho de um Asfalto Azul (MaicknucleaR)

Eis que surge o impávido porra nenhuma. Ensopado de incredulidade ímpar. Ostentando garrafas que (raramente) lhe acompanham na limusine-allstar-de-trinta-conto, por simples estética de quem sabe vagar estilosamente no noturno e chafurdar gloriosamente na obscuridade do spotlight. Mero romantismo sem veneno de amor. Um: “deixe estar que a coisa acontece”. Desajeitado porco chauvinista eu. Faz movimentos de translação no asfalto azul cheio de vermes. Procurando o lugar que não há em si mesmo, nem nos corpos que se foram, elevados, em cima de saltos lascivos. Faz incursões nos sorrisos que brilham por trás de cabelos que balançam, mas não caem. Desvirtuando veredas alheias por inconseqüentes cegueiras de uma alma que atua a vida. Inconseqüências de um showman sem público botando pra fuder no carro que nunca viu, numa noite que não é a dele, numa conta que não pagou, enquanto a máquina de escrever perambula o âmago reto, cheio de vácuo, de beldades cinematograficamente ocas. Ocas como seus quadros endeusados em paredes JPG…  
   Pegue a pressão zero por menos um que deixaste no meio fio. Guarde o resto de dignidade no bolso esquerdo de trás, junto à caderneta surrada e os canapés customizados. Lave esta fuça de quem comeu gostoso e não gostou da foda. Encare, de óculos escuro, o dia, mesmo que você pareça um vampiro maltrapilho, recém desamaldiçoado, que saiu de uma rave após nove dias extremáticos. Pois há uma vida burocrática rutilando lá fora, lá na outra esquina, na outra bodega, em outro cômodo-jardim, em outro condado. E mesmo que sair do harém lhe doa a alma. Lhe foda com o réquiem… Au revouir muchachos” é o que digo ao corpo que carrega meu peso nos ombros e continuo: “Não se preocupe com os que estão preocupados em não separar o sujeito, do verbo, com vírgula. Eles não conseguem rimar romã com travesseiro. E por pior que seja o itinerário, por mais que altas dosagens de insanidade lhe façam andar como um João Bobo descendo uma ladeira de skate. Ou a sofisma alheia lhe desarme na frente das minas almejadas e seus drinques solitários. Nada abala a idiossincrasia única. O intrínseco verdadeiro que não se esforça para agradar-e-conquistar. A maldita digital que vos escreve, bitch.

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